Capítulo 21

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– Preparada? – perguntou André.

Olhei para fora através do vidro fumê do carro, havia uma fileira de fotógrafos disparando flashes para tudo quanto é lado enquanto pessoas super conhecidas atravessavam o longo tapete vermelho.

– Não mesmo! – mandei na lata.

Sua risada profunda soou ao meu lado.

– Tudo bem. Você precisa respirar Manuela – aconselhou ele.

André estava encantador, lindo, cheiroso e... eu já disse o quão bonito estava? Ele tinha arrumado o cabelo escuro para trás, vestia um terno preto que parecia ter sido feito exclusivamente para ele e não estava usando gravata. Definitivamente, ele não precisava de uma. E claro, o sorriso devasso e altamente perigoso estava estampado em seu rosto.

Seus olhos cintilantes desviaram do meu rosto e vagarosamente examinaram meu corpo. Senti o calor espalhar em cada ponto em que seu olhar atingiu, eu não ficaria nada surpresa se meu rosto estivesse vermelho escarlate nesse momento.

– Você está linda. Eu não consigo desviar minha atenção da sua beleza – confessou.

Meu coração deu um salto.

Não dava para conter o frio na barriga toda vez que estava com André. Também era difícil colocar em palavras o que eu sentia por esse homem, mas era algo poderoso, ardente e bonito. Eu simplesmente sentia que não conseguiria ficar longe dele por muito tempo.

Dei uma olhada naqueles olhos verdes, tão brilhantes como esmeralda.

– Você está um arraso também. Quer dizer, lindo – falei.

– Isso foi elogio? Nunca imaginei que algo tão doce fosse sair de sua boca – provocou.

Estreitei meus olhos.

– É melhor a gente dar no pé, antes que você fique completamente insuportável – resmunguei baixinho.

André gargalhou. Óbvio que ele tinha escutado.

Com espanto, notei André saltar do carro e a atenção de todos os fotógrafos voltou-se para ele no mesmo instante. Em seguida, ele estendeu sua mão para mim e relutantemente a segurei em um aperto caloroso, deixando o veículo que até o momento era o meu esconderijo.

Tudo se tornou um caos depois disso, quase fiquei cega pelas luzes que atingiram o meu rosto e senti quando um braço forte envolveu minha cintura.

– Sorria – sussurrou André no meu ouvido, fazendo com que as câmeras disparassem novamente.

Dei meu melhor sorriso.

Samuel tinha razão, o vestido era perfeito e estava provocando a admiração das pessoas. A peça assumia um tom intenso de azul e ficava ajustado aos lugares certos do meu corpo, combinando perfeitamente com a maquiagem bem elaborada que ressaltava meus olhos escuros.

Eu só foquei no caminho, tentando chegar até a entrada do edifício onde o evento seria realizado o mais depressa possível. Porém, por mais que caminhasse, mais o alvo parecia distante.

– Você está bem? – disse André.

– Eu tô legal – respondi.

Deixamos a confusão de fotógrafos para trás, entrando no local da festa. Foi um alívio entrar naquele ambiente, onde havia apenas a batida de uma música leve e romântica no ar.

– Eles chegaram! Minha nossa, vocês estão tão encantadores! – a voz de Margarida Ribeiro alcançou meus ouvidos.

A mulher estava belíssima, com seus saltos altíssimos e um vestido em uma coloração verde escura. Percebi o cabelo liso e brilhante preso em um penteado muito elaborado, que lhe dava um ar sofisticado.

Doce MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora