Capítulo 36

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Algum tempo depois.

Tive que esperar uma longa semana até o médico finalmente me liberar. Minha recuperação estava sendo rápida e já não sentia tantas dores graças ao efeito da medicação, por isso, não havia por que ficar mais tempo presa no quarto frio do hospital.

Meus pulmões se encheram de ar fresco assim que pus os pés fora do hospital.

Era bom "voltar a vida" após passar tanto tempo trancada. Sentir a luz do sol aquecer a minha pele foi um sinal de plena felicidade, mesmo a buzina ensurdecedora dos carros parecia música em meus ouvidos naquela manhã e eu mal podia esperar para saborear o café da esquina.

— Surpresa! — gritaram três vozes.

Eu sabia que tia Amália viria ao meu encontro naquela manhã. No entanto, eu não imaginava que ela trouxesse meu amigo Samuel e o senhor Giovanni a reboque e fiquei maravilhada com o gesto carinhoso.

Eles estavam lá por mim e passaram muito tempo comigo no hospital também. Não havia palavra melhor para definir o que eu estava sentindo do que GRATIDÃO.

Naquele momento, eu fiquei grata pela família e pelas amizades que a vida me deu de presente, pelos momentos compartilhados, pela minha saúde restabelecida e também  por eu ter encontrado o amor da minha vida.

 — Cadê o bonitão? — perguntou Samuel como se estivesse lendo os meus pensamentos.

Lembrei da ligação que havia recebido mais cedo de André. Meu namorado pediu desculpas por não poder ir me buscar no hospital, mas parece que tinha aparecido algo urgente para ele resolver.

Suspeitei que fosse algo muito importante pelo jeito como ele falou comigo pelo telefone. André parecia agitado e com pressa, mas confirmou que não era nada com que eu precisasse me preocupar.

— Ele vai encontrar a gente mais tarde — falei.

Tia Amália ergueu uma sobrancelha desconfiada.

— Está tudo bem com vocês dois?

— Claro.

— Tem certeza? — perguntou o Senhor Giovanni.

 — Ai gente! Se a Manu diz que está tudo bem, então, está tudo bem! — bufou Samuel. 

Gargalhei.

Eu gostava como meu amigo sempre intervia nos momentos certos.

Em seguida, Samuel me agarrou pelos ombros.

— Vamos, tem um festão te esperando lá no bairro.

.  .  .

Giovanni Farina havia organizando tudo com muito carinho, cada detalhe foi minimamente planejado para a recepção de boas vindas. Desde as flores com cores vibrantes espalhadas pelas escadas, janelas e chão do bairro até a música contagiante que percorria os ouvidos.

Meus olhos se encheram de lágrimas ao ser acolhida com tanto afeto pelos meus vizinhos.

Não estava esperando por nada disso, as pessoas estavam celebrando o meu retorno. Havia tanto carinho e respeito no jeito com que cada um falava comigo, nunca imaginei que pudesse fazer tanta falta na vida de alguém, mas foi o que aconteceu. Todos estavam em polvorosa, felizes por me terem de volta.

— Manuela querida, você quase nos matou de susto! —  disse Alice Miller quando se juntou a ela. 

O casal Miller também viera para a comemoração.

— Ainda bem que, no final, tudo terminou bem —  falei.

— Sempre percebi o quanto a Manuela é esperta. Lógico que aquele crápula tentaria alguma coisa contra ela — disse a senhora Miller para o marido, se referindo a Emílio Vargas. 

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⏰ Última atualização: Sep 11 ⏰

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