Capítulo 2

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A conveniência funcionava por fucking 24 horas, não que ele cobrisse o turno da madrugada isso era a missão do seu chefe, algumas poucas vezes ele tinha que fazer isso, mas em compensação não precisava trabalhar durante o dia seguinte, não que fizesse muita coisa em seu tempo livre além de arrumar sua casa e sair para comprar algumas coisas que estavam faltando, raramente quando seu humor estava bom ia para algumas boates da região apenas tomar uns drinks e ir embora, porém Wei é um homem bonito e atraente - isso é inegável - sempre recebia alguns flertes nessa suas saídas nada que ele apenas não ignorasse, não tinha tempo para se apaixonar, não quando vivia como um verdadeiro criminoso.

Em um tempo não muito longe do que se encontrava agora, sonhava em ter uma família, um filho, um marido ou uma esposa e um gato já que não era tão fã de cachorros, entretanto seus planos foram mudados assim como sua forma de pensar, ainda queria ter uma família mas já não achava isso uma prioridade, agora acima de tudo queria paz, viver uma vida tranquila onde seus malditos ex-comandantes não pudessem o encontrá-lo e prendê-lo, para sua sorte Gusu tinha sido um grande acerto quando decidiu escolher um refúgio, uma cidade comandada por mafiosos dificilmente seria visitada pelo exército.

Mas voltando ao exato agora, aquele era um dos dias que infelizmente teria que cobrir seu chefe em um extenso turno por madrugada afora, o velho maluco que considerava como seu patrão estava possivelmente caído bêbado no chão de sua casa naquele momento, restando a ele cuidar da conveniência até que o manhã chegasse e pudesse ir para casa dormir, era um belo meio de semana então não precisava se preocupar com bêbados se acumulando ao monte na frente da loja, e o lugar não era realmente movimentado durante a madrugada, apenas pessoas comprando cigarros, bebidas e camisinhas. Por isso permanecia sentado na cadeira em frente ao caixa, batendo seu dedo sobre o balcão enquanto assistia um talk show que passava na televisão que se encontrava no canto da parede esquerda, mal notou quando um cliente em especial adentrou a loja.

O sino que deveria ter soado não fez barulho nenhum, mas anos sendo ômega no exército em meio a vários alfas, o fez estar sempre em alertar e seus sentidos se tornarem mais afiados, e antes mesmo que o cliente se aproximasse do balcão, perguntou sem nem mesmo virar-se para olhá-lo.

— Boa noite, há algo que deseja? — finalmente se virou.

O homem à sua frente era alto e bonito, tinha cabelos compridos que desciam por suas costas e algumas mechas caíam por sua face, ombros largos e queixo marcado com traços delicados desenhando seu rosto, um corpo definido que era notável mesmo nas roupas escuras, porém o que mais chamou sua atenção foram os olhos dourados como ouro e faixa de sangue que descia por seu rosto.

— Senhor, você está bem? — se levantou preocupado — Você quer que eu chame alguém?

— Não...— a voz aveludado e levemente rouca disse — Eu apenas preciso de algumas....ataduras.

— Eu realmente acho que as ataduras não vão resolver isso — Wei podia ver que o homem tinha um ferimento na barriga — Vou chamar um médico...

— Não tenho tempo...eles estão vindo pra cá..

— Quem está vindo...?

Antes que pudesse terminar, três homens adentraram a conveniência todos armados e com uma expressão nada feliz, o homem de olhos dourados virou-se para eles com uma arma em punho, enquanto usava o balcão como apoio.

— Merda! — Wei praguejou baixinho — Senhores, boa noite...

— Calado, ômega — um deles disse — Estamos aqui por ele, não se meta e sairá ileso.

— Senhores eu realmente acho que podemos resolver isso de outro jeito — moveu suas mãos discretamente para suas costas.

— Outro jeito? — riu — O único jeito aqui é matá-lo.

Wei olhou de relance para o homem de olhos dourados, por mais que fosse um alfa já que seu cheiro deixava isso óbvio, ele estava muito ferido e tinha perdido muito sangue, o que significava que estava fraco. Aquilo não era um assunto seu e mal sabia quem era aquele cara, mas nem por isso deixaria alguém morrer na sua frente.

— Eu vou pedir apenas uma vez senhores, por favor, vamos resolver isso de uma outra forma.

— Que saber, esquece — o que possivelmente era líder deles disse — Vamos matar os dois e saquear a loja.

— Okay, bem, eu realmente queria paz — suspirou.

Antes que pudessem perceber, Wei puxou duas pistolas de suas costas e pulou o balcão, atirando em direção aos três homens, o do meio que parecia ser o líder foi o primeiro a ser atingido, a bala perfurou sua perna o fazendo cair, os outros dois revidaram mas habilmente ele se desviou puxando o homem de olhos dourados consigo em direção a uma das prateleiras, onde se agachou e atirou novamente.

— Fique aqui — disse a outro — Eu vou resolver isso — puxou uma faca que estava em sua coxa por dentro da calça em um bolso secreto.

Não houve uma resposta do homem de olhos dourados que apenas ficou o observando se esgueirar pela outra prateleira rapidamente, Wei atirou mais uma vez atraindo atenção dos outros dois que vieram em direção ao som, se abaixou e esperou que se aproximassem acertando o primeiro deles na perna e outro no ombro, se desviou para lado quando um soco veio em sua direção, derrubou um deles e acertou a faca sobre o pescoço do que ainda permanecia de pé, o fazendo cair com a mão sobre o lugar onde a faca havia sido cravada.

— Se puxar vai ser pior — disse ao homem que havia acertado a faca — Vocês tem duas opções: a primeira eu mato vocês e escondo os corpos do meu jeito e a segunda dão um fora daqui e tentam salvar o amigo de vocês. Qual vão escolher?

Os três homens se entreolharam, antes de se levantarem e ajudarem um ao outro a ficar de pé, seguiram em direção a saída deixando apenas um pequeno aviso antes de ir.

— Isso não termina aqui, ômega.

Wei balançou sua cabeça, voltando em direção a prateleira que tinha deixado o outro, o ajudou a ficar de pé e o levou para fundo, precisava fazer um curativo ali mesmo, não seria bom ir ao hospital e chamar atenção para sua pessoa.

— Espero que depois disso pelo menos me agradeça — murmurou, enquanto fazia um curativo no abdômen do homem — Eu quebrei a regra mais importante daqui, por sua casa.

— Obrigado e me desculpe, eu realmente não quis causar problemas.

— Tudo bem, eu apenas espero que eles não voltem aqui.

— Eu garantirei que não lhe incomodem.

Enquanto fazia os curativos Wei pode notar uma tatuagem nas costa do outro, uma pequena nuvem acima de sua cintura no fundo de seus quadris, passou seus dedos delicadamente sobre ela seguindo os traços delicados, aquela não era a única tatuagem que cobria o corpo do outro havia uma enorme em sua costa e algumas em seus braços e peito, mas aquela especificamente havia atraído sua atenção.

— Isso é um emblema de nuvens?

— Sim...

Antes que o outro terminasse sua resposta, se afastou rapidamente derrubando a cadeira que estava sentado, tendo o olhar do homem sobre si que o encarava sem demonstrar qualquer emoção

— Você...você faz parte da máfia azul?

— Sim — o outro disse.

— O que exatamente você é deles, um...um capanga? — perguntou ainda estático.

— Não. Você não sabe mesmo quem eu sou, não é? — havia um sorriso em seus lábios.

— É, eu não sei, e sinceramente não sei se quero saber.

Um risada escapou por sua boca, enquanto ajeitava sua postura e se colocava de pé, se aproximou de Wei e segurou sua mão direita a levando até seus lábios.

— Eu sou Lan Wangji — beijo sua mão — Líder da Máfia das nuvens. É um prazer.

Puta Merda! Eu estou completamente fudido.

Foi tudo que pensou.

Behind The Counter - WangXian.Onde histórias criam vida. Descubra agora