Capítulo 16

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  Cheng deixou o alfa a sós com Wei após avisar que o café da manhã estava pronto e que deveriam descer, Wangji agradeceu antes de sentar-se ao lado de Wei e checar se estava tudo bem com ele, que aproximou-se de seu rosto com um sorriso em seus lábios.

— Preocupado comigo bonitão? — provocou levemente — Não se preocupe, não sou fácil de quebrar.

— Isso é bom, assim terei mais tempo para convencê-lo — afastou-se — Talvez com um pouco mais de insistência, se renda ao meu charme.

— Convencido, prepotente e metido — pontuou, colocando a mão sob seu queixo como se estivesse pensando — A algo mais que eu deveria adicionar?

— O amor da sua vida? Esse serve pra você? — puxou o ômega para ficar de pé.

Wei revirou seus olhos, apoiando-se no alfa podendo sentir a fragrância suave que saia de si, era realmente um perfume muito bom, poderia dormir facilmente sentindo aquele cheiro.

— Vai sonhando bonitão — bateu em seu ombro — Como eu disse uma vez ao seu irmão, eu prezo minha paz.

O alfa riu suavemente deixando Wei encantado por aquele ato, mas logo Wangji colocou sua mão em sua cintura juntando seus corpos, agora havia um brilho perceptível nas belas íris douradas.

— Eu nunca tiraria sua paz, não de um jeito ruim, mas de outra forma — sussurrou a última parte — Seria um prazer para mim e para você.

Wei permaneceu em choque por alguns segundos enquanto era levado em direção a sala de jantar, onde todos tomavam café juntos, poderia adicionar fácil arrogante a sua pequena lista sobre o alfa, assim que chegou próximo a mesa foi recebido por abraço em sua perna que não estava machucada, olhou para baixo vendo o pequeno alfinha que sempre ia conveniência, sorrindo fofamente para si.

— Rabanete — disse alegremente — Então é aqui que mora?

— Sim, o que o tio Wei faz aqui? — perguntou curioso — E com o papá?

— Papá? — olhou para Wangji — Ele é seu filho?

— Sim, A-Yuan é meu filho.

— Jesus, você é casado?! — sua expressão demonstrava espanto.

— Para sua informação, não sou casado, a mãe dele morreu a muito anos e nós não nos amávamos — suspirou — Não se preocupe, sou todo seu — piscou para o ômega.

— Me erra — afastou-se do alfa para sentar-se.

A-Yuan subiu cuidadosamente em seu colo, Wei apenas passou seus braços ao redor da cintura da pequena criança, que sorriu mais uma vez enquanto perguntava o que ele fazia ali.

— Tio Wei se machucou e seu papá o ajudou, vou passar uns dias aqui até ficar bom.

— Tio Wei dodói? — fez uma expressão triste — Papá vai cuidar de você, não é papá?

— Sim, vou ficar aqui para cuidar dele pessoalmente.

O ômega queria retrucar mas apenas deixou passar já que A-Yuan parecia feliz, as pessoas que também estavam ali apenas observando se limitaram a cumprimentá-lo e apresentar-se, Wangji que olhava Wei completamente tranquilo com sua família e amigos, sentiu uma paz tomar conta de seu peito deixando que um pequeno desejo de que aquele momento durasse pela eternidade crescesse em seu interior. Xichen não deixou de perceber o olhar repleto de ternura de Wangji, sorrindo consigo mesmo por ver o irmão tão bem, mais tarde falaria com seu tio que adoraria ouvir aquela pequena notícia, e com certeza viria conhecer o ômega que derrubou seu sobrinho intocável.

— E então Wei — Cheng falou — Precisa ficar ciente de que você é alvo de uma máfia, e que Wen Ruohan não irá desistir tão fácil.

— Eu sei perfeitamente disso, mas me pergunto porque eu — suspirou — Não tenho nada de valor.

— Mas é bonito — Meng Yao disse — Forte e inteligente, daria uma linhagem futura perfeita, qualquer alfa veria você como uma bela aquisição.

— Não sou uma moeda de troca e me recuso a me tornar uma — sua voz saiu de maneira firme.

— E não vai — Wangji pronunciou-se — Ele não vai tirar você daqui, eu não vou deixar.

Wei olhou para Wangji sentindo confiança em suas palavras como da última vez.

— Mas ainda há o conselho — Xichen também se juntou à discussão — Eles vão ficar ao lado de Wen Ruohan, afirmando que esse é o bem maior.

— Eu irei à reunião, minha palavra é a soma maior — Norami deu de ombros — Não vou ser bem recebida de qualquer forma. Tenho que aproveitar que não podem me tirar do poder, vou esbanjar disso para ajudar o pequeno Wei Wei.

— Obrigado Norami.

— Mas e Wen Ruohan? — Xichen voltou a falar — Ele pode tentar uma abordagem mais agressiva.

Aquele era um bom ponto e Xichen tinha toda razão, se os homens que invadiram a casa de Wei eram realmente mandados por ele, mostrava que Ruohan estava disposto a qualquer coisa para tirá-lo de dentro dos territórios dos Lan, não que ele fosse se deixar ser pego tão fácil, usaria tudo que aprendeu nesses anos de guerra para escapar e manter-se vivo, tinha o apoio de Norami e do Lan convencido, uma boa vantagem ao seu lado, mas o conselho poderia se tornar sim um problema maior, de qualquer forma poderia voltar muito bem aos seus tempos de guerra.

— Tudo bem, eu já estive em muitos terrenos perigosos — encarou todos ali — Não há nada que possa me surpreender, sei me defender e muito bem, não vou exitar em passá-lo adiante caso seja necessário, afinal de contas — apertou suas mãos — Eu não tenho nada a perder.

Tudo que tinha estava morto, sua família, seus companheiros de guerra, tudo, agora ele era apenas um vestígios do patriarca yilling um dos melhores soldados de guerra, vivendo uma vida miserável enquanto fugia de alguém que tinha um interesse doentio nele, não havia nada para que continuasse insistindo viver, então se fosse preciso morreria pela sua liberdade.

— Eu vivi uma boa vida da melhor forma que pude, tudo bem se ela acabar agora.

— Não, não está tudo bem — Wangji bateu seu punho sobre a mesa — Não considere isso, você não vai morrer e muito menos será levado por Ruohan, vai ficar aqui e do meu lado.

Wei por alguns segundos desejou que aquelas doces palavras se tornassem verdade.

Behind The Counter - WangXian.Onde histórias criam vida. Descubra agora