Quando o amor bate a porta

018-Tempestade de emoções

Depois dos dois desastrosos pedidos de casamento de Anne, ela e Gilbert, saíram para uma caminhada, como já haviam combinado.

O dia já não estava mais ensolarado, estava nublado e cinzento, mas eles não se importaram com o tempo fechado. Mesmo agora morando tão perto, momentos em que podiam desfrutar da companhia um do outro, eram raros, já que a aula de Gilbert, só acabava quatro horas depois da de Anne, e eles sempre tinham pesquisas, trabalhos e deveres para fazer, então esse dia, mesmo cinzento, era como diria a própria Anne, muito auspicioso.

Gilbert, ficou calado todo o trajeto da caminhada, estava distante e com pensamentos longes, estava com o maxilar cerrado, o que o deixava muito bonito, mas que também significava que estava sério e pensativo. Quando chegaram no portão da casa da Patty, Anne, então o questionou sobre o motivo de ele estar assim.

- Sabe, eu estava pensando, esse foi o seu quarto pedido de casamento em cinco meses. E se em algum momento aparecer alguém melhor do que eu?

- Sim! Foram quatro pedidos de casamento, mas eu só aceitei o segundo, pois acho muitíssimo pouco provável alguém melhor que você aparecer, e mesmo que essa pessoa existisse, ainda não seria você, então de nada me valeria.

- Tem certeza?- Gilbert estava confuso, o que era completamente aceitável, sua noiva recebeu dois pedidos de casamento horas antes, e nada lhe garantiria que não haveriam outros pedidos, Anne, havia se tornado uma linda mulher, e ao que parecia, muitos outros haviam reparado isso também. O garoto havia sido tomado por incertezas e inseguranças, afinal de contas, diferente do que era dito em Avonlea, Anne, atraia muitos olhares na cidade de Toronto.

- É a ÚNICA certeza que tenho nessa vida. E eu acho bobeira esse ciúmes.- disse ela dando um beijo em sua bochecha e continuando a caminhada.

Gilbert não respondeu, como ela poderia achar bobeira as inseguranças dele? Como ela não compreendia o que ele sentia? Gilbert, estava verdadeiramente magoado.

Ouviu-se um estrondo de trovão, seguido de raios e uma forte ventania, mas por sorte já estavam próximos ao portão da casa da Patty.

- Vai chover, é melhor entrarmos- disse Anne, puxando Gilbert, pela mão.

- Acho melhor eu ir para minha pensão.- ele disse se virando para ir para seu alojamento.

Começou a chuviscar e o vento se intensificou.

- Nem por cima do meu cadáver você irá andar três quadras nesse vento, eu sei que está chateado mas vamos entrar, por favor.

Sem ter outra opção Gilbert, entrou mas estava determinado a ir embora no cessar da tempestade.

- Ainda bem que vocês chegaram eu já estava preocupada- disse Diana.

- Eu nunca vi uma tempestade de ventos assim em toda minha vida- Disse Phil assustada.

- Isso não parece ser real- disse Cole olhando pra janela quando começou a chover granizos.

- Talvez seja só mais um dos pretendentes de Anne, a pedindo em casamento. Acho que esse quer impressionar.

Todos se entreolharam e Gilbert, fingiu não ver, nem mesmo Anne, compreendia o motivo de ele estar assim, o que a deixou tremendamente chateada.

Já era seis e meia da noite, e como a chuva não havia passado eles jantaram e se assentaram na sala de estar sentindo o climão entre Gilbert e Anne.

- Então galera- disse Phil tentando desviar o foco daquela briga silenciosa- Meu pai me mandou a alguns dias atrás um jogo que foi inventado recentemente, chama-se jogo da vida e é pra jogar em grupo.