024-Mais uma Blythe, na multidão

49 5 11
                                    

Já era manhã, o sol nasceu com toda vontade naquela quinta feira, como um beijo sob toda a relva que cobria os jardins daquela bela cidade.

Anne já estava acordada, mas continuava imóvel deitada sobre o peito de Gilbert, agora, ela já não se envergonhava de passar a noite ao lado dele, pelo contrário, ela adorava. Mas obviamente ninguém além de seus amigos poderia vir a saber disso, pois, por mais que nada acontecesse entre eles além de realmente dormirem, isso se transformaria em um grande escândalo.

Ela não queria sair dali, do seu lugar seguro, um dos poucos lugares onde ela sabia que sempre estaria a salvo e acolhida.
Era incrível o efeito que ele tinha sob ela, ela mesmo admitia isso a si mesma. Como era possível ser tão feliz ao lado de uma pessoa? E como é possível se sentir insegura quando essa pessoa prova o tempo todo o quanto te ama até mesmo nos mínimos detalhes?

Eram perguntas sem respostas, mas como ela mesma havia lido em um livro a algum tempo atrás, " O amor é para ser sentido, e não entendido", era uma verdade que ela tinha o prazer de provar todos os dias, nos piores e nos melhores momentos.

Ela jamais imaginaria, que um dia poderia vir a ser amada de tal maneira. Mas já não importava como, ou porquê, e sim que aquilo era real e palpável.

Seus pensamentos foram interrompidos por um "bom dia, querida" meio sonolento vindo de Gilbert, que havia acabado de despertar. Ela jamais admitiria, mas adorava o observar dormir, mesmo inconsciente, ele era o garoto mais bonito que ela já teve o prazer de conhecer, com seus cachos negros e olhos cor de avelã, meio esverdeados, pele pálida, e um maxilar que como diria ela mesma, era o ponto alto de sua beleza.

- Bom dia!- disse ela sorrindo- Dormiu bem?

- Muito, e você? Acordou faz tempo?

- Há quase uma hora, não quis te acordar.

- Eu eu não quero sair daqui. Nunca!- ele lhe deu um beijo na testa.

- Eu também não, mas se não descermos logo é capaz da Phil, estrangular sua prima.

- Ah é, a Cecília, eu havia me esquecido dela.- disse se levantando.

- O que faremos em relação a ela?

- Não se preocupe, deixe isso comigo- ele lhe deu um rápido selinho- Agora vou sair para que você possa tomar banho e se trocar, te vejo lá em baixo.

Não demorou muito para que Anne se vestisse e descesse, quando entrou na cozinha, seus amigos já estavam lá, bem emburrados preparando o café da manhã.

- Aí gente me desculpe, eu me perdi nos meus pensamentos e me esqueci de levantar para ajudar no café da manhã- Anne sentiu-se culpada pelo mau humor dos amigos.

- Não se preocupe ruiva, não estamos bravos com você- disse cole dando um beijo no alto da cabeça da amiga.

- Não? Então qual o problema? - Anne pareceu confusa.

- O problema, é aquela filhote de urubu albino que não para de se gabar da noite maravilhosa que teve com o Gilbert, ontem.

- PHIL!- repreendeu Diana entre os dentes.

- Tá, mas o Gilbert, dormiu no meu quarto.

- Então aquela metida, além de oferecida é mentirosa, ham, surpreendeu um total de zero pessoas- disse Cole secamente.

- Mas tudo bem, eu já não ligo para as provocações dela, só espero que ela não arruine o resto da nossa semana de recesso.- disse Anne, com uma expressão exausta.

Algum tempo depois, a mesa do café da manhã foi posta na sala de jantar e todos com excessão de Gilbert, já se reuniam lá, inclusive Cecília Blythe.

Quando o amor bate a porta Onde histórias criam vida. Descubra agora