O nervoso e nítido em minha face. Sei que meu pai não é bobo e percebeu que meu comportamento não está normal. Não está! E meu desespero aumentou quando tive que me despedir do meu pai e caminhar até o meu carro, onde o senhor Miguel está esperando com cara de poucos amigos.
Será que ele é sempre assim?
Acredito que sim! Meu pai o contratou, pois, suas referências foram ótimas. Parece que ele serviu o Corpo de Fuzileiros Navais americano e ficou dez anos em solo iraquiano, voltando para casa pouquíssimas vezes. Ele foi um sargento da elite principal, era o melhor estrategista e aprendeu manobras em campo de concentração que o tornaram um dos melhores entre eles. Fora as muitas mortes que traz em seu currículo.
Isso com certeza chamaria a atenção do meu pai!
Assim que me aproximo, o homem abre a porta do carro para que eu entre. Olho pra trás notando que meu pai ainda está parado no mesmo lugar e acena pra mim como despedida. Após acenar de volta, entro no carro e espero o homem dar a volta e parar ao lado da porta do motorista, notando todos os lados e entrando em seguida.
Vejo quando tira a arma que estava no coldre logo embaixo do terno e põe entre as pernas. Seus olhos alcançam os meus através do retrovisor e sou pega admirando a arma e o homem, mas imediatamente desvio o olhar dele, fitando a rua do outro lado, pensando em como conseguirei lidar com essa queimação em meu ventre enquanto estou perto dele.
- O senhor não deveria me perguntar onde eu quero ir? - Ouso perguntar enquanto o homem pega a estrada, muito atento ao volante.
- Eu já sei aonde a senhorita irá. - Diz seco e direto.
- Como assim você já sabe? É algum bruxo, por acaso?
- Não acredito em contos de fadas, senhorita. E o senhor Fontinelly já me deu o seu relatório de afazeres semanal. - Responde e me aborreço.
- Como meu pai sabe o que eu vou fazer durante a semana? - Falo indignada. - Pare esse carro!- O homem ergue os olhos para me ver através do retrovisor, mas está nítido que não fará. - Pare esse carro agora, senhor Miguel!
- Eu não possa parar o carro em via movimentada, senhorita. Se quiser esperar aparecer um local com uma vaga, eu até paro. - Diz com a testa franzida parecendo irritado. O homem volta toda sua atenção para a pista e me ignora. De novo.
Irritada e contrariada, pego meu celular e faço uma ligação para meu pai e nada. Diz que o telefone está fora de área. Daí, tento ligar para minha mãe e também não consigo, ficando ainda mais nervosa. Já não bastava meu pai, agora vou ter que me submeter a uma pessoa que era para se submeter a mim? Não mesmo!
- Leve-me para o estúdio de minha mãe! - Tento falar mais firme.
- Não posso fazer isso, senhorita. As ordens que tive foi para cumprir sua rotina diária. E aqui...
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VITTORIA FONTINELLY -TRILOGIA IRMANDADE I
RomanceEsse livro contará a história da única filha mulher do grande Don Fontinelly. Com vinte anos de idade, Vittoria só quer conquistar a mesma liberdade que seus irmãos têm, porém precisará convencer seus pais, principalmente o grande Don, que tem capac...