Capítulo 2

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O nervoso e nítido em minha face

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O nervoso e nítido em minha face. Sei que meu pai não é bobo e percebeu que meu comportamento não está normal. Não está! E meu desespero aumentou quando tive que me despedir do meu pai e caminhar até o meu carro, onde o senhor Miguel está esperando com cara de poucos amigos.

Será que ele é sempre assim?

Acredito que sim! Meu pai o contratou, pois, suas referências foram ótimas. Parece que ele serviu o Corpo de Fuzileiros Navais americano e ficou dez anos em solo iraquiano, voltando para casa pouquíssimas vezes. Ele foi um sargento da elite principal, era o melhor estrategista e aprendeu manobras em campo de concentração que o tornaram um dos melhores entre eles. Fora as muitas mortes que traz em seu currículo.

Isso com certeza chamaria a atenção do meu pai!

Assim que me aproximo, o homem abre a porta do carro para que eu entre. Olho pra trás notando que meu pai ainda está parado no mesmo lugar e acena pra mim como despedida. Após acenar de volta, entro no carro e espero o homem dar a volta e parar ao lado da porta do motorista, notando todos os lados e entrando em seguida.

Vejo quando tira a arma que estava no coldre logo embaixo do terno e põe entre as pernas. Seus olhos alcançam os meus através do retrovisor e sou pega admirando a arma e o homem, mas imediatamente desvio o olhar dele, fitando a rua do outro lado, pensando em como conseguirei lidar com essa queimação em meu ventre enquanto estou perto dele.

- O senhor não deveria me perguntar onde eu quero ir? - Ouso perguntar enquanto o homem pega a estrada, muito atento ao volante.

- Eu já sei aonde a senhorita irá. - Diz seco e direto.

- Como assim você já sabe? É algum bruxo, por acaso?

- Não acredito em contos de fadas, senhorita. E o senhor Fontinelly já me deu o seu relatório de afazeres semanal. - Responde e me aborreço.

- Como meu pai sabe o que eu vou fazer durante a semana? - Falo indignada. - Pare esse carro!- O homem ergue os olhos para me ver através do retrovisor, mas está nítido que não fará. - Pare esse carro agora, senhor Miguel!

- Eu não possa parar o carro em via movimentada, senhorita. Se quiser esperar aparecer um local com uma vaga, eu até paro. - Diz com a testa franzida parecendo irritado. O homem volta toda sua atenção para a pista e me ignora. De novo.

Irritada e contrariada, pego meu celular e faço uma ligação para meu pai e nada. Diz que o telefone está fora de área. Daí, tento ligar para minha mãe e também não consigo, ficando ainda mais nervosa. Já não bastava meu pai, agora vou ter que me submeter a uma pessoa que era para se submeter a mim? Não mesmo!

- Leve-me para o estúdio de minha mãe! - Tento falar mais firme.

- Não posso fazer isso, senhorita. As ordens que tive foi para cumprir sua rotina diária. E aqui...

VITTORIA FONTINELLY -TRILOGIA IRMANDADE I Onde histórias criam vida. Descubra agora