Esse livro contará a história da única filha mulher do grande Don Fontinelly. Com vinte anos de idade, Vittoria só quer conquistar a mesma liberdade que seus irmãos têm, porém precisará convencer seus pais, principalmente o grande Don, que tem capac...
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Cinco dias já se passaram e nada do meu Miguel acordar. Durante esse tempo, eu não saí de perto dele por nada. Mesmo eu já tendo recebido alta, decidi que ficaria ao lado do meu amor até a hora que acordasse. E ele vai acordar.
Todos os seus sinais vitais estão bons. O médico da minha família disse que é questão de tempo e paciência para que ele desperte, pois, pode parecer que não, mas seu corpo está se recuperando por si só. Respirei um pouco mais aliviada por saber que tudo está saindo de forma normal, apesar de meu namorado ainda está dormindo profundamente.
Eu queria tanto poder abraçá-lo. Beijar seu rosto, boca, e poder ouvir a sua voz que tanto amo. Sinto falta dos seus braços fortes em torno do meu corpo, me acariciando e me deixando louca. Esse homem me tira todos os sentidos sem fazer qualquer esforço para isso.
Nesses dias em que não saí do hospital, fui visitar Alya que também está num sono profundo. Sinto muito por ela ter perdido o bebê e por ter sido enganada por aquele cretino por todo esse tempo. Lembro-me dela falando tão feliz e satisfeita sobre como seria o seu casamento. No entanto, Deus sabe de todas as coisas e faz tudo da melhor maneira. Concluo com esse pensamento que foi melhor assim.
Quando mandei mensagem para Heitor, rapidamente veio encontrar Manu. Literalmente, meu irmão sabe como lidar com minha cunhada. A menina que não queria nem se alimentar pela saudade que estava de Miguel, se rendeu facilmente aos pedidos que meu irmão fez para que comesse.
Diante da tristeza que ela ficou, Heitor nos convenceu de de que seria melhor deixá-la ver Miguel, explicando que a situação em que ele está é momentânea, que logo seu irmão melhorará e poderá voltar para casa, voltando tudo ao normal.
Mesmo com todo zelo que temos por minha cunhada e o temor dos meus pais da Manu passar por uma nova crise, cedemos ao pedido de meu irmão e assim foi feito. Heitor entrou com ela no quarto, permanecendo sempre ao seu lado, segurando em sua mão.
Minha cunhada olhou por longos minutos para o irmão, sem esboçar qualquer reação de desespero e tormenta. Nossa menina deu um passo a frente, aproximando-se dele, segurou a sua mão, levando-a até a boca e então falou uma única frase que me fez chorar: "Acorda logo, príncipe. Sua princesa precisa de você!" Isso foi o suficiente para me deixar consternada. Após beijá-lo a testa e deitar a cabeça por sobre seu peito do irmão, Heitor achou melhor levá-la embora, pois suas mãos estavam geladas, trêmulas e ele temeu por uma nova crise. Ela o obedeceu prontamente.
É incrível como Manuela e Heitor se dão bem. Chega a ser surreal o que acontece com os dois.
— Vih! — Ouço a voz baixa e cansada do meu amor e nem acredito que isso esteja acontecendo.
— Miguel! — Corro até a sua cama e então aos poucos ele abre seus lindos olhos para que eu possa vê-lo. — Senti tanta saudade, meu amor. — Choro baixinho, segurando a sua mão.
