37: Presságio

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AJUSTES FEITOS AO ENREDO: Jade não tem mais a profissão de policial, isso foi REMOVIDO. Se por acidente em algum lugar ainda estiver constando essa informação, apenas desconsidere. O casal principal agora está em maior evidência, e pequenos detalhes cruciais foram adicionados nos capítulos: 2, 23, 33. O capítulo 36 ganhou acréscimos de cena.

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Uma noite manchada por várias cores, vozes e sensações. Mas as mãos entrelaçadas às dele, a voz melodiosa e púrpura se sobrepunham a qualquer coisa existente ao seu redor.

Havia algo especial sobre essa parte. A luz das faíscas da vela se espalhando e iluminando os rostos de cada um dos integrantes do pequeno grupo à mesa, quando passou da meia noite, o bolo decorado por Quimera, o sorriso caloroso de Celeste, palavras de felicitações e abraços de pessoas que eram realmente queridas, não apenas estranhos colegas de hospital ou de trabalho de outro alguém.

Chegar no meio da madrugada, quando alguns dos amigos já estavam dormindo, tentando conter as vozes e o riso, pisar devagar no chão de madeira, tentar não fazer barulho demais.

A luz amarelada dos postes ligados na noite densa atravessava os vidros das janelas pelo corredor da casa, enquanto Jade ia na frente, puxando aquela pessoa pela mão, antes que no caminho parassem e o apoiasse contra a parede, apenas para que pudesse selar sua boca sutilmente, já que não conseguia apagar o sorriso no rosto era tudo que podia oferecer, sem que acabasse rindo no beijo também.

Sua mente estava embaçada, as atitudes e palavras que sussurrava pareciam mais lentas que o normal, mas estava consciente enquanto pegava uma mecha dos cabelos albinos entre os dedos, levando até os lábios para beijar, ou tocava sua testa contra a dele, de olhos fechados. Álcool corria livremente em suas veias, tornando a experiência tátil distante de seu cérebro enevoado, mas calorosa na pele.

Nenhuma palavra do que dizia parecia compreensível para si mesmo, os olhos esverdeados com reflexos dos vidros iluminados fixos e focados nos lábios de Áster que se arrastavam num sorriso, ou murmuravam algo de compreensão igualmente difícil. Ele apenas não conseguia parar de olhar.

Muito obedientemente o seguiu quando se sentiu ser puxado na direção de um dos quartos vazios, as luzes permaneciam apagadas, mas aquela iluminação externa ainda fazia as roupas brancas do mais velho brilharem, suas mãos ainda conheciam bem o caminho até que estivessem segurando o fim de suas costas, com os dedos emaranhados nos cabelos cumpridos.

Era como um sonho febril, e de olhos fechados voltou a tocar a testa contra a dele, respirando junto de Áster o ar aquecido entre os dois. O calor em seu peito era confortável e seu corpo atenuado num poço de contentamento apenas queria se manter assim.

Quando acabou por se jogar na cama, o chamou com a mão de olhos fechados, logo sentindo a cabeça do outro se apoiar em seu peito. Tudo era tão silencioso na madrugada, que podia ouvir a respiração de Áster com clareza, por isso prestava atenção nesse simples som, já que tinha lhe feito tanta falta nos últimos dias sem ele. Apenas sentia que era certo e adequado. Estar longe de Áster era o erro, a exceção que fazia seu coração parecer diminuir.

Jade abriu os olhos depois de algum tempo, mas não o encontrou dormindo, e sim apoiado em um de seus cotovelos, o observando silenciosamente. O sorriso quase apagado em seus lábios não se refez, quando se abriram pela surpresa.

Os reflexos das janelas nos olhos claros do outro deviam ter feito parecer outra coisa, e seu coração quente gelou, bombeando com força e afastando imediatamente os resquícios dos efeitos do álcool. Engoliu em seco, sentindo o amargor das bebidas se desfazendo no paladar, quando capturou os olhos claros mirando os seus — ...O que foi? — Sussurrou.

A Queda de ÁsterOnde histórias criam vida. Descubra agora