one: 𝖗𝖔𝖞𝖆𝖑 𝖋𝖑𝖚𝖘𝖍

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UM

pt, br:  royal flush, classificação
de mão do poker.


lição: as vezes ter um pai
viciado em jogatina
serve para alguma coisa.




Hogwarts, 1977;
01 de setembro

DURANTE OS ÚLTIMOS cinco anos de sua vida, Gaia Moore considerava a escola de magia e bruxaria de hogwarts sua casa. Entretanto, naquele ano letivo, o sexto, era o último local que queria encarar depois do desastroso final de verão que teve.

Por grande parte de sua vida, Gaia aspirou ser auror como um jogador de quadribol aspira a taça da copa mundial, e nunca pensou que um reles excede expectativas pudesse arrastar com ele o maior sonho da sua vida para o fundo do poço. Mas ali estava ela, encarando a grande locomotiva vermelha no meio de uma multidão de alunos ansiosos pela volta as aulas, sem animação nenhuma para voltar ao lugar que um dia considerou sua segunda casa.

— Não vamos entrar? — Hyacinth Moore, sua irmã caçula, perguntou daquele jeito que só ela sabia fazer quando queria ser inconveniente.

Àquela altura, todas as outras irmãs que carregavam o sobrenome Moore haviam se espalhado pela estação 9/3/4 e provavelmente só havia restado Gaia ali parada para Hyacinth interagir. Ela era uma menina solitária. Não que Gaia não fosse um pouco solitária, afinal só considerava Amanda como sua melhor amiga.

Suspirando, a garota sorri minimamente para a mais nova, entrando no trem de uma vez. Megara, sua gata persa, se mexeu inquieta em sua gaiola , certamente muito descontente com a dona.

— Aqui! — Mandy acenou, de longe, com um sorriso no rosto que de certa forma a reconfortou. Amanda Mckinnon tinha os cabelos loiros escuros muito parecidos com os de sua irmã, porém essa era a única coisa que tinham em comum. Amanda era muito tímida, não tinha muito amigos como Marlene e nem se considerava tão atraente como sua irmã. Talvez tenha sido por isso que ela e Gaia se conectaram rapidamente no primeiro ano de ambas.

Gaia a abraçou saudosa, sentindo a diferença de altura das duas quando a cabeça de Mandy encontrou seu ombro.

— Senti tanto sua falta, você não faz nem ideia! — ela suspirou e logo depois abriu outro sorriso para Hyacinth — Oi, Hya!

— Oi

— Também senti muito sua falta, principalmente nos últimos dias... — é a vez da Moore suspirar, e Amanda franze o cenho — Acho que minha carreira de auror foi para o brejo.

— Bobagem! Tenho certeza que se você conversar com Slughorn ele vai repensar sobre esse... excede expectativas. — Amanda sussurrou baixinho para que as outras pessoas no trem não as escutassem, e Gaia riu do jeito dela. — Sua irmã está sendo besta, Hya. Você não acha?

— Sinceramente prefiro me abster. — Hyacinth tirou um livro da bolsa de mão que carregava, se sentando no confortável sofá do vagão da grifinoria, mesmo que os compartimentos da Corvinal ficassem logo após aquele.

Gaia se acomodou, finalmente tirando Megara de dentro da gaiola, recebendo um arranhão como agradecimento.

— Aí, Meg! — resmungou baixinho, colocando a mão na boca e chupando o sangue levemente para que a dor ficasse menor. Quando levantou o olhar, Mandy a encarava ansiosa como se quisesse falar sobre algo importante — O que foi?

𝐃𝐀𝐑𝐈𝐍𝐆 | Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora