𝐃𝐀𝐑𝐈𝐍𝐆 | Regulus Black

one: 𝖔𝖓𝖊 𝖇𝖞 𝖔𝖓𝖊

pt,br; um a um

nota: não é estranho?
como uma pessoa pode mudar.

Inglaterra, Londres
setembro de 1979

ERA UMA MADRUGADA CHUVOSA quando mais uma vez, Gaia Moore se levantou as pressas para mais uma missão comandada por Alastor Moody, seu professor e mentor. Estava no treinamento de auror fazia pouco mais de dois meses, e logo iria se formar, como uma das primeiras da classe.

Gaia se olhou no espelho enquanto se vestia, percebendo que não era mais uma criança. Seu corpo desde o início do treinamento havia ganhado mais forma, e seu rosto estava amadurecido. Faltava exatamente um mês para o aniversário dela de dezenove anos, e ela não estava exatamente ansiosa para aquilo considerando que todos os seus aniversários nos últimos dezoito anos foram um completo desastre. Ainda sim, sabia que seus amigos e Ariadne iriam insistir para que ela pelo menos assoprasse uma vela no dia.

A mulher prendeu o cabelo ruivo, agora na altura do ombro, em um rabo de cavalo e se despedindo de Megara, sua gata persa, aparatou até o local indicado pelo professor. Logo avistou ele e mais outras quatro pessoas escondidas atrás de um matagal. Ela identificou uma delas como Emmeline, que parecia não ter dormido nem uma hora sequer naquela noite, mas mesmo assim, sorriu gentil para ela.

— Alastor está resmungando com Berta ali atrás — a chinesa cochichou para que ele não as escutasse — Segundo ela é nossa chance de apanhar o Rosier, mas o Moody não concorda, acha que estamos sendo precipitados.

— Estou com a Berta. — Gaia resmungou, ajeitando o uniforme, prontamente — Quanto mais cedo pegarmos esse projeto de comensal da morte, melhor.

— Você ainda está com sangue nos olhos por causa da Mandy, não é? — Emmeline sussurrou, e a Moore balançou a cabeça afirmando — Não se preocupe, vamos achar ele e o Black em uma cajadada só.

Gaia engoliu em seco ao ouvir a menção do sobrenome de seu ex namorado. Há quatro meses atrás, ela tinha certeza que ele não havia recebido a marca negra , mas depois de todos os assassinatos nas últimas semanas e do completo sumiço do filho mais novo de Walburga e Orion, estava começando a acreditar no que Sirius falava. James dizia que uma hora ele iria aparecer, mas conhecendo Regulus, Gaia duvidava muito que fosse.

A última vez que tinham se visto, faziam três meses. Por mais que tentasse esquecê-lo, até mesmo o som da voz dele estava gravado em sua mente, atormentando-a em seus pesadelos, que variavam entre perder alguma de suas irmãs, ou reviver o dia em que viu Fabian e Gideon e seus corpos sem vida serem levados da porta dos pais de Amos de Notting Hill. Os gêmeos Prewett estavam de vigia naquele dia, e acabaram sendo assassinados de forma cruel por Anthonin Dolohov e pelo que ela ficou sabendo, Evan Rosier.

— Olha só quem chegou... — Emmeline murmurou tirando-a de seus devaneios. Benedict Witters, um dos aurores mais velhos, acenou para ela.

Gaia corou um pouco ao ver Benedict, e Emme não ajudava nada, principalmente quando o assunto era ele. A chinesa riu da cara que ela fez, parando imediatamente ao receber uma cara feia como resposta. A Moore sabia que Benedict estava tentando chamá-la para sair desde o dia que ela começou o treinamento, o que ela recusava com frequência. Ele era um homem atraente, mas ela estava presa no mesmo lugar em que Regulus a deixou.

E o amaldiçoava por isso.

— Trouxe rosquinhas de morango! — Trevor Van Sevich, um auror junior como ela, formado em sua classe, disse.

Trevor era um homem baixinho, não deveria ter mais que 1,70. Tinha cabelos castanhos e olhos castanhos enormes, beirando ao amável. No entanto, sua personalidade era completamente diferente de suas feições doces: Trevor tinha sarcasmo como segundo nome na maioria do tempo, e desde que começaram o treinamento juntos gostava de passar seus dias atormentando-a. Ele costumava dizer que isso era uma arma quando se tratava de guerra, já que com um rostinho amável, as pessoas nunca vão desconfiar de você.