twelve: 𝖕𝖊𝖗𝖎𝖈𝖚𝖑𝖚𝖒

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pt, br:
risco



Lição: nós nunca vamos aprender?
já estivemos aqui antes.



Hogwarts,1977;
outubro

GAIA ANDAVA DE UM LADO para o outro no dormitório feminino. Por sorte, todos estavam no andar de baixo jogando snap explosivo, e ela conseguia ouvir os gritos de Ariadne acusando James e Sirius de roubo. Ela olhou para o pergaminho pela centésima vez, que já estava amassado, e começou a rir sozinha. Porque estava tão nervosa afinal? Era só o Black! Não era como se ele fosse fazer alguma coisa, certo?

Balançando a cabeça, a garota saiu do dormitório de fininho, descendo as escadas na ponta dos pés para que ninguém lhe visse saindo. Quando conseguiu passar pela mesa aonde os amigos estavam, suspirou de alívio.

— Gaia? — a voz de Ariadne ecoou, e ela sentiu seu sangue parar de circular. Péssima hora, péssima hora. — Aonde está indo?

A garota se virou lentamente, pensando em diversas mentiras diferentes para contar. Todos alternavam o olhar dela para Ariadne, que tinha as sobrancelhas franzidas em desconfiança. Gaia sorriu amarelo, atando as mãos uma nas outras:

— Eu vou... a biblioteca... — ela coçou a nuca — Alugar um livro para meu trabalho de poções!

— Você não estava tipo... cheia de dores de cabeça esses dias? — James foi quem a questionou

— Também acho. — Amanda, que estava comendo feijõeszinhos de todos os sabores (roubados das sacolas de Gaia), a contestou também — Mas esse trabalho realmente está nos consumindo... — ela fez uma careta, ao enfiar um feijão cinza na boca — ECA! Cera de ouvido!

— Não acho sensato você ir na biblioteca essa hora. Hoje é domingo, e ela fecha mais cedo. — Ariadne cruzou os braços — Deixe para ir amanhã, não tem nem um dia que você recebeu alta, Gaia.

— Não é como se eu fosse morrer por ir na biblioteca! — ela revirou os olhos, rindo, e Sirius soltou um ar pelo nariz, mas logo parou, quando viu o olhar da Moore mais velha sob si — Eu juro que é só um pulinho e volto em menos de quinze minutos.

Ariadne suspirou, e balançou a cabeça, a contragosto. Os ombros de Gaia se relaxaram quando ela viu que todos voltaram a jogar e a prestar atenção nas próprias conversas, nem conseguindo identificar o nervosismo dela. Decididamente se vissem como suas mãos estavam suadas, ou o quão forte seu coração batia naquele instante enquanto ela andava pelos corredores até seu destino, jamais deixariam ela pisar para fora da comunal. Será que estava tendo um infarte? Já tinha ouvido a Sra Evans falar sobre seu pai, que foi vítima da tal doença.

Quando chegou a biblioteca, Madame Pince ja recolhia seus pertences. Ela a encarou, com um olhar cansado.

— Ele está nos fundos, como sempre. — ela disse, ajeitando os óculos no rosto — E não demore, menina, se não ficarão presos aqui o resto da noite.

— Tudo bem senh... — Gaia começou, mas parou ao ver a sobrancelha arqueada da mulher — Madame Pince. Obrigada.

A mulher assentiu, murmurando coisas desconexas as quais ela não conseguiu entender, e se retirou da biblioteca a deixando ali no fogo cruzado sozinha. Gaia colocou a mão no coração, repetindo várias vezes para si mesma que não seria nada demais, que Regulus nunca iria ver ela como qualquer outra coisa que não sua inimiga e rival acadêmica. E era besteira, porque ele também só era isso para ela, não era?

𝐃𝐀𝐑𝐈𝐍𝐆 | Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora