eight: 𝖗𝖊𝖒𝖒𝖊𝖇𝖊𝖗

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pt,br;
lembrar


lembrete: você estava lá
você lembra de tudo.

(tw: tortura)

"Mas você guarda o meu cachecol daquela primeira semana
Porque te lembra inocência e cheira como eu."










Hogwarts, 1979;
fevereiro

FAZIAM DOIS MESES QUE Gaia havia encontrado, para sua infelicidade, Walburga Black, na casa dos Potter's no natal. Depois do escândalo que a mulher havia feito, e da humilhação que ela passou, Regulus não havia dado um sinal de vida sequer. Os dias haviam se passado lentamente desde então, e todas as vezes que ela se levantava da cama era por pura pressão de sua validação acadêmica.

Gaia não tinha vontade de comer, mas se forçava. Ela não tinha vontade nenhuma de ir às aulas, ou de passar tempo com seus amigos, que estavam cada vez mais preocupados com ela. Na semana passada, havia até mesmo perdido as quartas de finais entre a grifinoria e Corvinal, aonde Amanda e o resto do time haviam levado a melhor e prosseguiriam para as semi do campeonato.

Naquele dia, ela olhou para a entrada do salão comunal incontáveis vezes, esperando que Regulus aparecesse por aquela porta, com seu sorriso convencido e ar arrogante que ela havia aprendido a amar no último ano. Mas como sempre, não havia nenhum rastro dele. Ela já havia desistido de perguntar para Evan se ele sabia de algo, pois o garoto sempre lhe dava as mesmas respostas "eu não sei!" ou "ele não fala comigo há dois meses". Gaia não tinha certeza se acreditava nele, mas Evan era o único fio de esperança que ainda lhe restava.

Os NIEMS aconteceriam no final de maio, e pelo que ela procurou saber, Regulus continuava entregando seus trabalhos sem atraso. Ela mesma havia checado com o professor slughorn, após tanto insistir e receber um "eu sinto muito" como resposta do diretor da sonserina. Para melhorar, Dumbledore nunca sabia lhe responder ao certo nas reuniões da ordem da fênix, e sempre falava a mesma coisa:

— Logo logo ele estará de volta, Gaia. — o diretor falava, pela décima vez, e a garota apenas balançava a cabeça, sem sequer se dar o esforço de sorrir, já que até mesmo seus sorrisos pareciam ter esgotado.

Ela comeu apenas uma torrada naquela manhã, pois não estava no clima para receber sermões de Amanda e Louis sobre como sua alimentação estava horrível. A garota tinha consciência que sua aparência estava ficando cadavérica, e que ela havia perdido muito peso naquelas semanas, mas o que ela poderia fazer se não sentia vontade de nada. Tudo que Gaia queria eram respostas, mas ninguém parecia disposto a dá-las, muito menos Regulus.

Uma coruja preta pousou ao lado dela, na janela do dormitório, quando ela cabulava as aulas da manhã mais um dia. A ave piou irritada do lado de fora, quase quebrando a vidraçaria com a força que fazia. Gaia, a contragosto, abriu a janela para que ela entrasse, e seu coração deu um salto ao reconhecer: aquela era âmbar, a coruja de Regulus que certa vez foi deixar uma carta na casa dela na rua da fiação.

Como já sabia que Âmbar era arisca e a picaria se não desse algum agrado, ela partiu o único chocolate de pimenta que ainda tinha guardado e o picou em pedacinhos. A coruja comeu feliz, sem reclamar, enquanto ela pegou a correspondência. Daquela vez, veio sem o selo característico da família black, e estava assinada atrás com a assinatura dele: R.A.B

"Eu sinto muito. Me encontre no domingo, no cabeça de javali. Estarei lá te esperando.

Eu te amo, minha Aurora.

𝐃𝐀𝐑𝐈𝐍𝐆 | Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora