𝐃𝐀𝐑𝐈𝐍𝐆 | Regulus Black

fifteen: 𝖉𝖎𝖗𝖙𝖞 𝖘𝖊𝖈𝖗

pt,br;
segredinho sujo

Lição: perfume e canela
pode ser uma ótima combinação.

Cokeworth, England,
1977;
novembro

NO DOMINGO, ALBUS DUMBLEDORE está sentado na sala de estar da casa 106 da rua da fiação tomando um chá de erva doce enquanto o episódio sete de Jannie é um gênio passava na televisão. Ele parece extremamente confortável naquela posição, como se visse televisão todos os dias em seu escritório e Gaia estava começando a acreditar que talvez ele tivesse mesmo.

As meninas se entreolhavam a cada cinco segundos, enquanto tentavam fazer o máximo para o diretor se sentir em casa. Não era a primeira vez que Dumbledore se sentava naquele sofá, ou tomava um chá feito por Ariadne. Na verdade, ele já tinha estado ali alguns anos antes, em uma circunstância muito parecida com a atual.

Uma buzina soou do lado de fora, e Gaia que era a mais próxima da janela abriu a cortina para espiar. Era um funcionário do St Mungus, trazendo seu pai em uma cadeira de rodas, e percebeu que várias pessoas que passavam pela rua olhavam com estranheza para ambulância peculiar: parecia mais um ônibus do que uma ambulância, na verdade. Bom não era adequado estarem ali daquela forma, mas era quase inviável seu pai aparatar ou viajar pela rede de flu. Estava muito debilitado para isso.

— Fredo! — Dumbledore o cumprimentou, animadamente, ignorando completamente o fato de que o patriarca estava, em termos menos grosseiros, acabado — Obrigada, mas assumimos daqui. — disse, cordialmente para o funcionário que apenas acenou para ele antes de voltar para a ambulância-ônibus

Gaia não ousou em se aproximar do seu pai. No dia anterior, após deixar Regulus na estação de trem e ir para o hospital descobriu que ele teve um surto e se recusava a tomar a poção curativa. Provavelmente, deveria ser pela falta de álcool em suas veias durante mais de cinco dias o deixando insano. Estava tão chateada e magoada que mal conseguia encara-lo.

Ivy estava fazendo inúmeras perguntas para saber se ele precisava de algo, se queria algo, e ele apenas respondia com meias palavras "não" "estou bem" "aham, claro". Ela se segurava para não revirar os olhos, ou fazer algum comentário ácido, mas obviamente falhava, recebendo todas as vezes um olhar repreendedor de Ariadne. Selene parecia alheia, sem se importar muito com a presença do pai, e um pouco ansiosa também, provavelmente esperando para voltar para Hogwarts e Hyacinth... a palavra certa para ela era irada.

Hyacinth estava ao lado dele, o encarando com tanta raiva que podia arrebatar toda aquela casa pelos ares. Não falava uma única palavra, somente balançava as pernas freneticamente. Gaia sabia bem que a caçula estava  passando pelo mesmo que ela passou aos onze anos: o primeiro coração partido. Afinal, um pai é o primeiro amor de uma filha, e também, o primeiro a decepciona-la.

— Bom, já que está tudo certo, e estão todos aqui, posso comunicar-lhes de uma decisão que tomei. — Dumbledore pigarreou, se virando para Godofredo, que encarava a tv sistematicamente — Fredo, sou seu amigo íntimo há anos, e além disso, também fui seu professor e padrinho de casamento. Vê-lo nessa situação deplorável, é uma das coisas mais tristes que pude presenciar em minha longa vida. — diz, porém seu pai não parece mexer um músculo. Gaia tem vontade de chacoalha-lo — Por ser seu amigo, e me preocupar com sua a saúde e o bem estar de suas filhas tomei a liberdade eu mesmo de interna-lo em uma clínica psiquiátrica.