ten: 𝖍𝖔𝖕𝖊

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pt,br;
esperança

Lembrete: (eu me vejo em você)





Hogwarts, 1979;
junho

OS MESES SE PASSARAM, e com eles vieram os niems. As coisas na vida de Gaia tinha voltado ao que eram antes, antes de Regulus, antes daquele maldito acordo entre ela, ele e o professor slughorn (que agora pouco falava com ela nas aulas). Ela estava tentando ficar feliz, dentro da medida do possível. Naquela sexta feira, tinha sido a última avaliação, a de feitiços e Gaia havia se saído mais do que bem.

Ainda sim, não poderia deixar de pensar nele. Quando estavam juntos, Regulus não costumava passar muito tempo falando de suas aspirações, mas sabia o quão bom ele era no quadribol e do quanto gostava de poções também. Apesar de uma grande parte sua sentir raiva dele, a outra grande parte sabia que se ele tivesse prestado os NIEMS, poderia facilmente ser mestre em poções.

Ela estava andando pelos corredores da escola, fazendo uma de suas últimas rondas como monitora naquela escola. As memórias do que passou ali eram nítidas em sua mente, e apesar de se sentir pronta para dar o próximo passo, a vida adulta lhe aterrorizava, ainda mais nas circunstâncias atuais em que o mundo bruxo vivia. Ela queria ainda ser uma criança, correndo por aqueles mesmos corredores, vivendo os melhores anos de sua vida, que agora já estavam acabando.

Quando passou na frente do salão dos monitores, parou alguns metros antes da porta. Havia alguém lá dentro, mas que ela não se deu ao trabalho de verificar. Foi ali dentro que Regulus a pediu em casamento, e a lembrança daquele dia estava viva, no anel em que ela usava todos os dias no mesmo dedo. Gaia olhou para o anel solitário em seu dedo, que tinha sido uma das únicas coisas além das fotos que ela ainda não tinha jogado fora.

No fundo ela sabia que se o fizesse, tudo estaria acabado de verdade.

Os últimos dias de aula foram se passando rapidamente, até que, finalmente, o último chegou. O dia da colação de grau, em que os alunos receberiam seus diplomas e dariam adeus a Hogwarts. Alguns deles, um adeus definitivo e para outros, nem tanto. Ela estava em seu quarto, ajustando os últimos detalhes de seu cabelo, que não lhe apetecia mais como antes: era verdade o que falavam, cabelo guardava memórias, e as dela não eram as melhores.

Gaia colocou o broche de borboleta na beca, um lembrete de que Astrid estaria ali com ela hoje e para sempre. Ao se olhar, sentiu lágrimas emergirem de seus olhos, como se sua mãe estivesse ali, tocando nos ombros dela da maneira que sempre fez quando ela era criança. Ela poderia não estar fisicamente com ela naquele dia, mas de certa forma, a sentia mais viva do que nunca.

— Ei! Precisamos descer! — Mandy adentrou o quarto. Ela usava um vestido amarelo que combinava com seus cabelos, e segurava a beca e o chapéu nas mãos — Você está linda!

— Você também... eu já estou indo. — Gaia sorriu, e a amiga lhe deu as costas saindo do dormitório. Ela varreu os olhos pro local uma última vez, indo até a cama em que dormiu por sete anos e fechando o dossel dela.

Aquela cama seria de outra pessoa no próximo ano. E depois, outra. Talvez algum dia, fosse a mesma cama que sua filha dormiria, isso se ela chegasse a ser mãe. Ela estava se acostumando com o pensamento de formar uma família, antes de tudo que aconteceu entre  ela e Regulus. Mas agora... não tinha certeza se algum dia aquilo aconteceria.

Gaia fechou a porta do dormitório pela ultima vez, descendo as escadas da sala comunal e se deparando com seus amigos que já estavam todos devidamente vestidos. Eles sorriam, felizes, e ela também sorriu, feliz para eles. Quando saíram da torre da grifinoria, Gaia olhou para trás uma última vez e então, deixou sua adolescência guardada ali naquela mesma sala, seguindo em frente para a vida adulta.

𝐃𝐀𝐑𝐈𝐍𝐆 | Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora