fourteen: 106, 𝖌𝖗𝖊𝖊𝖓

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pt,br;
106, verde


Lição: talvez podemos
estar errados sobre
alguém.




Cokeworth, England;
1977

A CASA DOS MOORE CERTAMENTE era a mais incomum das casas da Rua da Fiação. Possuía uma porta de madeira verde, que não combinava em absolutamente nada com a parede feita de tijolos, e por isso, os carteiros a reconheciam como a "106 verde". Até mesmo na carta de Hogwarts de Gaia e suas irmãs ao invés de vir 106, Rua da Fiação, Cokeworth, vinha 106, verde.

Era sexta feira, e Gaia estava em casa descansando depois de ter passado a semana no hospital com Ariadne e as irmãs. Depois da discussão, seu pai apenas ignorou tudo o que ela lhe disse, como sempre. Se estava esperando que ela se desculpasse, iria esperar sentado, pois não devia desculpas algumas a Godofredo. Ariadne, nem tentava mais falar alguma coisa, e Gaia sabia que ela estava ali mais por obrigação. No entanto, Ivy não parecia muito empenhada de desistir de ser a diplomática da família.

Ela estava constantemente insistindo para que ela se desculpasse com ele , soltando algumas indiretas aqui e ali pela casa dizendo que elas deveriam "releva-lo" porque ele poderia ser complicado mas ainda era o pai delas. Gaia revirava os olhos todas as vezes que ela falava aquilo, e tinha vontade de dizer todas as vezes, que ele nunca fez nada por ela para defende-lo daquela maneira. Ela e Ariadne que fizeram tudo por aquela casa, por aquela família e pela memória da mãe delas.

Ela estava lendo no sofá que já estava vestido com uma colcha de retalhos para o natal. Quando chegou na casa, Daisy, a mãe de Lily, fez questão de dizer que arrumou toda a casa para elas. Talvez Daisy Evans fosse o mais próximo que Gaia tinha de uma mãe, e ela era muito grata por aquela mulher existir.

— Gaia! Coruja para você! — Selene, que usava bobs no cabelo apareceu na sala, com um pedaço de bolo na mão — Um selo muito bonito por sinal... você está namorando e não me contou?

— Selene, cuida da sua vida, sim? — revirou os olhos para a irmã, que deu a língua para ela — Deve ser só algum professor mandando a tarefa do dia, sei lá... Falando nisso, você já fez seu trabalho?

— Da minha vida acadêmica cuido eu, irmãzinha. — a loira piscou, e Gaia bufou se dirigindo a cozinha, e quase tomou um susto ao ver uma coruja preta de olhos extremamente amarelos a encarando.

Se aproximou da coruja com cautela, que a encarava como soubesse de todos os seus pecados. Megara miou esganiçadamente em seus pés, desconfiada enquanto se esfregava entre suas pernas. A coruja piou de volta para Meg, que fez cara feia para a ave e continuou ali, a protegendo como se fosse um cão de guarda... ou gata de guarda?

— Quem é você, hein? — ela murmurou, e coruja piscou em resposta, erguendo a carta para ela como se quisesse se livrar — Ok, ok!

Gaia tirou a carta do bico da coruja, que piou satisfeita enquanto megara parecia ter esquecido de sua existência e estava rolando pelo chão com sua bolinha de lã. Ela passou os dedos pelo selo que Selene havia comentado, um "B" vermelho que fez seu corpo vibrar por já ter certa ideia de quem era. Ansiosa, ela abriu a carta, e se encostou na geladeira para lê-la:

"Moore,

Faz alguns dias que não tenho notícias de você, como estão as coisas com seu pai? Espero que bem.

Ontem falei com Dumbledore sobre as aulas, e ele me liberou para te dar uma aula amanhã. Vou de manhã para Londres, espero sua resposta para saber aonde devemos nos encontrar.

𝐃𝐀𝐑𝐈𝐍𝐆 | Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora