eighteen: 𝖕𝖎𝖓𝖐 𝖍𝖆𝖎𝖗, 𝖕𝖎𝖓𝖐 𝖕𝖗𝖔𝖒𝖎𝖘𝖘𝖊?

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pt,br; cabelo rosa, promete?



Lição: não se mexe com a química.
coisas podem explodir.

Hogwarts,1977;
dezembro

DESDE OS QUATRO ANOS, Gaia gostava de acordar para ver o primeiro dia de neve do ano. Ela se apoiava no parapeito do quarto em que dividia com as gêmeas, abria as cortinas e via a neve cair até amanhecer. Era um ritual de passagem dela para o ano novo, e mesmo que acontecesse dias antes, ela já se sentia renovada para o próximo ano.

No entanto, naquele ano, Gaia passou o primeiro dia de neve trancada no dormitório apenas remoendo a mágoa e tristeza que estava sentindo. Ela havia se arrastado para as aulas na última semana, e claro, ignorado a todas as tentativas de Regulus de se desculpar com ela, que não foram poucas. Tinha praticamente implorado para o professor Slughorn em trocar de lugar com alguém para ele não ser sua dupla durante as aulas, e o professor havia concedido por pura pena. Talvez, já até estivesse sabendo do que havia acontecido e se compadeceu dela.

Toda a escola já sabia que Regulus tinha sido seu professor particular durante os últimos meses, como Selene fez questão de lhe informar, e todos pareciam compartilhar o mesmo sentimento de pena. Exceto, Barty Crouch e seus outros colegas da Sonserina, que a humilhavam de todas as formas que conseguiam.

— Moore! Atrasada? Ou estava muito ocupada pagando para o professor te aceitar na classe? — Olga a alfinetou, um dia antes — Ah é... esqueci que você não tem nem onde cair morta.

— Zabini, porque você não vai caçar um pau para chupar e me deixa em paz, sim? — disse, de forma ácida, e se afastou antes que a Sonserina pudesse ter qualquer reação, sem nem perceber que Regulus estava atrás de si

— Gaia! — ele gritou, fazendo-a frear bruscamente no caminho. Gaia virou-se lentamente para encara-lo, e percebeu que ele parecia tão miserável quanto ela. Ótimo.

— Vá embora! — quase rosna para ele, mas Black não se move do lugar, ainda a encarando como se sofresse apenas em olhar para ela — Você está surdo?

Alguns alunos pararam no corredor para observá-los, uns cochichando entre si, e alguns até incentivando que ela desse uma surra nele. Mas ela estava triste demais para mover qualquer músculo do seu corpo.

— Você precisa me deixar falar... — ele súplica — Por... Por...

— Complete a frase, Regulus.

— Eu... — Regulus parece perdido. Gaia sente as mãos fraquejarem naquele momento. Queria abraçá-lo, como fez semanas antes, mas não iria fazer aquilo. Era sua honra em jogo — Não consigo.

— Você é um egoísta, metido e traidor! — ela berra, cuspindo toda a raiva que sentia sob ele — Eu não quero te ver nunca mais, me escutou? Nunca mais.

— E o que você vai fazer sem eu te dar aulas? — ele alfineta, e os alunos gritam "uhhh". Talvez agora ela estivesse com vontade de dar um soco bem dado na fuça dele. — Você precisa da minha ajuda quer queira ou não. É um acordo!

— Ah é? Então que se dane! — ela joga os materiais no chão, sem perceber que Amanda estava ao seu lado tentando pará-la, sem sucesso — Não quero a merda da sua ajuda, e se sair dessa matéria estupida significa nunca mais ter que te olhar: ÓTIMO!

Os dois se encararam fumegantes como se fogo pudesse sair de seus olhos. A multidão de alunos tinha aumentando, e o mesmo grupinho da sonserina se aproximou deles. Barty Crouch por alguma razão desconhecida, parecia feliz ao ver toda aquela confusão entre os dois. Parecia se alimentar da desgraça alheia.

𝐃𝐀𝐑𝐈𝐍𝐆 | Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora