four: 𝖙𝖍𝖗𝖚𝖙𝖍 𝖔𝖗 𝖉𝖆𝖗𝖊

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pt, br: verdade ou desafio




lição: nunca, em hipótese alguma
procurar
de onde vem um barulho.
É clichê... certo?





Hogwarts, 1977;
Setembro

NO DOMINGO, GAIA passou o dia deitada na cama olhando para o teto, arranjando forças para o final da tarde, aonde encontraria Black para mais uma aula. Não tinha visto o garoto a semana inteira depois da aposta deles nos testes, ele havia faltado as aulas de poções e defesas contra as artes das trevas e as rondas de monitoria. O boato que corria pela escola, é que ele estava doente, mas ela tinha certeza que havia algo por atrás disso.

Amanda estava no campo de quadribol em mais um treinamento naquela manhã. A garota estava empenhada em dar o seu melhor, e Gaia nunca tinha visto sua amiga tão feliz quanto estava nos últimos dias. Ela até mesmo parecia ter esquecido da obsessão com Louis, esse cada vez mais presente no círculo pequeno de amizades da Moore. No dia anterior, ele havia feito um convite para fazerem um piquenique nos jardins da escola, devido aos últimos dias de calor em setembro, mas ela não tinha certeza se iria.

— Você não tem um piquenique hoje? — Ariadne falou, encostada na porta do dormitório vestindo roupas informais.

— Não sei como você sabe disso, mas sim, tenho. — murmurou, ainda fitando o teto — Só não sei se estou afim de ir.

— Gaia, é a primeira vez em seis anos que vejo você socializando fora da sua bolha. — sua irmã mais velha comentou, entrando no dormitório sem ser convidada como fazia quando estavam em casa — E hoje é domingo! Sai dessa cama, o dia está lindo.

Ela desviou os olhos do teto para os olhos castanhos de sua irmã, herança que esta havia recebido do pai delas e consequentemente da família Moore. Ela, assim como sua mãe, tinha os olhos azuis oceânicos, sendo sempre um lembrete para quem quisesse ver, que ela tinha algo físico de Astrid Moore. Depois de alguns segundos travando uma batalha entre mais velha e mais nova, Gaia suspirou, cedendo, o que fez sua irmã alargar o sorriso.

Ela vestiu um cardigã cor de creme por cima do vestido branco que usava naquele dia, colocando do lado esquerdo do seu peito o broche de borboleta inseparável, que era uma herança de sua mãe. Era a única coisa depois da morte da progenitora que Gaia tinha ficado, pois quando era mais nova, admirava tanto sua mãe usando que pedia constantemente para ficar com o broche e em segredo, Astrid lhe deu aquele broche no último aniversário delas juntas.

Ela ainda se lembrava de sua mãe ir no quarto em que ela dividia com as irmãs toda meia noite do dia quinze de outubro e dar um beijo em sua testa. Gaia fingia que estava dormindo toda vez, mas Astrid sempre sabia que ela estava acordada então deixava leite e biscoitos na mesinha de cabeceira, que ela devorava assim que sua mãe fechava a porta do quarto.

Sentia falta dela, todos os dias.

— Olha quem está aí! — Sirius apontou para ela, quando a mesma estava descendo as escadas — Milagre ver você fora dos livros.

— É bom né, pegar uma cor. — James comentou, e Gaia percebeu uma proximidade incomum entre ele e Lily, mas preferiu deixar quieto.

— Desde quando vocês tem algo a ver com a minha vida? — disse em tom zombeteiro — Eu não sou a única que vive com a cara enfiada nos livros aqui, olha o Remus!

Lupin, tão absorto em seus livros, não entendeu porque estavam todos os encarando e dando risada da sua cara. Nem fez questão, no entanto, apenas voltou a devorar o livro em suas mãos. Gaia balançou a cabeça rindo, e percebeu Peter, que estava meio afastado naquela tarde a encarando. A garota apenas acenou com um sorriso, porém Pettigrew não devolveu o cumprimento.

𝐃𝐀𝐑𝐈𝐍𝐆 | Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora