𝐃𝐀𝐑𝐈𝐍𝐆 | Regulus Black

twenty one: 𝖘𝖙𝖆𝖓𝖉 𝖇𝖞 𝖒𝖊

pt,br; fique perto de mim

lição: cachorro quente com mostarda
é ótimo quando se vê pela
ótica de Regulus Black

New York, East Hamptons
31 de dezembro de 1977

ERA A ÚLTIMA TARDE DO ANO, quando Gaia recebeu uma carta na cozinha. Ela estava aproveitando para roubar os bolinhos que a cozinheira da avó, Mildred, com quem tinha feito uma forte amizade fazia. Mildred era a melhor cozinheira que ela conhecia: fazia os bolinhos de geleia mais incríveis do mundo.

Gaia tinha se surpreendido ao perceber o quão caridosa sua avó era. No natal, por exemplo, todos aqueles que estavam na festa, doaram uma quantia específica de dinheiro para o Instituto Rogers de crianças mágicas órfãs. Segundo Freya, os Rappapport foram os mais generosos em sua doação.

Também não tinha demorado muito para que Samira lhe mandasse uma carta convidando a ela e suas irmãs para tomarem um chá em sua propriedade. As duas acabaram virando muito amigas em poucos dias, Gaia até mesmo tinha comentado sobre Regulus para ela, afinal Samira não estudava em Hogwarts como ela, e diferente dos seus amigos, não poderia lhe julgar.

— Eu acho que você tem mais é que chutar o balde mesmo! — ela disse, numa das tardes que Gaia esteve na casa dela. A garota fez cara feia — O que? Só acho que não é justo!

"Como eu queria que o mundo fosse justo, Sam" Gaia pensou consigo mesma. Desde que enviou o presente de Regulus, ainda não tinha recebido resposta do mesmo, e isso deixava a Moore pensando mil besteiras por segundo e muito, muito impaciente.

Por isso, quando abriu a carta, que estava sem remetente, não conseguiu evitar o grito que escapou de sua boca.

— MENINA! — Mildred gritou com ela, com a mão no coração, assustada — Você quer me matar do coração?

— Mildred! Foi mal! — ela sorriu, envergonhada, mas aínda encarando a carta em êxtase.

Gaia saiu correndo da cozinha, relendo a carta o caminho inteiro até o seu quarto:

"Gaia,

Me encontre no Central Park às 16:00 horas. Estarei te esperando lá.

Seu,
R.A.B"

Ela calçou seu par novinho de all stars dado por Marlene no natal. Foi uma surpresa ver o par de tênis no pé da árvore no dia vinte e cinco acompanhado de um bilhete que dizia "Eu disse que ficavam melhores em você do que em mim." Gaia tinha gostado muito: eram vermelhos, como a maioria das roupas dela.

Não tinha nem ideia de como faria para sair de casa sem que sua avó fizesse uma enxurrada de perguntas, mas estava escutando o conselho de Samira pela primeira vez. O que era a vida sem se arriscar um pouco, certo?

— Aonde vai? — a voz astuta de Hyacinth se espalhou pelo cômodo. Gaia fechou os olhos, não precisava daquilo agora — Gaia?

— Oi, Hya. — ela sorriu amarelo, colocando mais uma camada de casaco por cima do que já usava — Eu vou... dar uma volta.

Hyacinth tinha treze anos de idade, mas não era burra. Ela estreitou os olhos, desconfiada, mas Gaia não deixou que aqueles olhos azuis espertos conseguissem ler suas expressões corporais. Sustentou o olhar da mais nova, até ter certeza de que tinha se dado por vencida.

Saiu do quarto em passos apressados, fechando a porta ao ver a irmã mais nova deitada na cama com um livro em mãos. Laurel estava sentada no batente da escada quando passou por ela, sem perceber a presença da moça.