five: 𝖊𝖓𝖉

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pt,br; fim


nota: ela foi ousada
do primeiro ao último suspiro.





Cokeworth, 1980;
agosto

QUANDO GAIA SE RECUPEROU do período pós-parto, a primeira coisa que fez foi procurar um especialista que tratasse de casos como o dela. Não queria machucar sua filha de jeito nenhum, e para que isso não acontecesse precisava se curar. Após a primeira consulta, ela descobriu que se tratava de depressão pós parto, e agora tomava antidepressivos, que estavam melhorando gradativamente o seu quadro.

No entanto, ela descobriu que gostava de ser mãe. Diferente do que pensava que aconteceria, Maia não tinha destruído sua vida. Na verdade tinha dado um sentindo novo e muito maior a ela, mesmo que a maternidade não fosse fácil na maioria do tempo. Ela era extraordinária, quase nunca chorava e era um bebê inteligente, o que a deixava cheia de orgulho.

Sempre que Maia obtia alguma nova conquista, os pensamentos de Gaia a levavam até Regulus, e no quanto sentia falta dele ali. Era difícil acreditar que ele tinha partido, e era mais difícil ainda para ela conseguir cumprir a tarefa que ele a deixou. Por isso, tinha voltado para Londres há algumas semanas com Ariadne, e ambas estavam tomando coragem para dar o primeiro passo. Não sabiam como seus amigos iriam reagir, já que Hyacinth não estava nada feliz com elas duas por não ter as avisado do nascimento da sobrinha.

— Não acredito que vocês não me avisaram! — ela disse quando voltaram a londres, deveras irritada — Pelo menos... ela é tão fofa!

Desde então Hyacinth não parecia querer desgrudar da pequena Maia, mesmo que fosse um pouco desajeitada com crianças. Gaia não poderia culpa-lá porque outro dia acabou colocando a fralda da menina ao avesso, mas para sua defesa, ainda era nova nessa profissão denominada "mãe."

Tinham voltado para a casa da rua da fiação, e tinham descoberto da forma mais abrupta possível que Godofredo tinha abandonado a propriedade a alguns meses, pois não tinha pago nenhuma das contas. Elas não sabiam aonde ele estava, mas acabaram pagando todas as dívidas que ele havia deixado.

Ela estava com Ariadne na sala de estar observando Maia e Hyacinth brincarem de montar uma torre de bloquinhos, que toda vez que caiam, a bebê gargalhava. Ela já estava com três meses e já era uma pequena pessoinha observadora, o que as vezes assustava Gaia.

— Acho que está na hora de irmos até eles... — a ruiva suspirou, olhando para a foto de infância delas duas e de Lily — O bebê de Lily já deve ter nascido, a essa altura... e você era a madrinha.

Era, você disse bem. — a morena disse, com um quê de amargura na voz — Eles devem me detestar...

— Ari. — Gaia a chamou, segurando em sua mão — Eles vão entender, assim que a verem. — apontou a cabeça para Maia — Confie em mim.

Depois daquilo, as duas entraram em contato com Dumbledore, que parecia um pouco apreensivo por vê-las de volta. Afinal, ele sabia algo que elas não sabiam enquanto estiveram fora por todos aqueles meses: Harry Potter, o filho de James e Lily, era o garoto da profecia que ele havia escutado nos fundos do caldeirão furado. E havia também uma segunda profecia, algo que Severus Snape ao estar atrás da porta xeretando não ouviu:

"Aquela nascida de uma tempestade
de primavera é a escolhida
da morte."

Dumbledore sabia que se tratava do bebê que Gaia Moore estava esperando de Regulus Black. Era claro que, diferente dos outros que sequer pareciam desconfiar da paternidade daquela criança, ele juntou dois mais dois. Afinal sempre soube que eles acabariam se apaixonando uma hora ou outra, e honestamente, também sabia que pereceriam.

𝐃𝐀𝐑𝐈𝐍𝐆 | Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora