A Escolhida De Gaara ( PAUSADA )

Capítulo 23

— Acho que eu não tenho escolha... – falei.

O olhei.

— Mas quero que se deite... Afinal, estou no seu quarto... Não quero que tenha uma noite ruim de sono, por minha culpa.

Ele se deitou do meu lado.

— Por favor...

Ele olhou para mim.

— Não se julgue um monstro...

— As vezes é difícil... – ele disse, olhando para o teto.

Me aproximei um pouco mais.

— Você é um homem incrível... não precisa provar seu valor à ninguém...

— Essa é sua última noite aqui... Posso pedir uma coisa? – ele perguntou, baixinho.

Concordei com a cabeça.

— Só por hoje... Finja me amar...

Respirei pesadamente.

— Gaara... Não posso fazer isso com você... Só vai te machucar...

— Eu só queria saber a sensação... Akemi... – suspira –
A sensação de ser amado por quem você ama, mesmo sabendo que é uma mentira... A mais doce das ilusões... Apenas finja... Finja me amar... Finja que não sou um monstro... Que eu ainda posso ser amado por alguém...

Afastei minhas cobertas e me aproximei dele, lentamente me sentei em seu colo, segurei seu rosto com as mãos.

— Não é um monstro... Nunca foi e nunca será... Entenda isso...

Analisei seus lábios avermelhados, quentes, macios...

— É isso que realmente deseja? – perguntei baixo.

— Tudo o que eu mais desejo...

— Já fez muito por mim... Acho que posso fazer isso por você... – falei.

Ele fechou os olhos, eu também, suspiramos no mesmo ritmo, sincronizados, até os corações batiam na mesma velocidade.

Suas mãos pousaram sobre a minha cintura, encostei minha testa na dele.

— Por que não começamos dizendo o que gostamos, um no outro? – sugeri.

— Tudo? Eu gosto de tudo, em você – ele disse.

Sorri.

— Até quando eu quebro as regras? – perguntei.

Ele soltou uma risada.

— Quebramos as regras juntos.

— Fugimos juntos – lembrei.

— Fomos até a cozinha juntos...

— Ficamos em um abrigo juntos...

— Dançamos...

— Brigamos...

Ele sorriu.

— Fizemos muito... Embora não pareça... – ele disse.

— A maioria das coisas que fizemos foram contra as regras.

— Não precisa ficar me lembrando disso a toda hora – ele disse – minha consciência pesa.

— Oh, desculpe se você é o kazekage todo certinho... Se apaixonou por uma ladra – falei.

Ele olhou em meus olhos.

— É porque você roubou meu coração...

Desviei o olhar, sorri.