(Vol. II) Ano I p.e.│ Nem sempre uma família.

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O som baixo do choro feminino começou a me trazer de volta a realidade como um despertador

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O som baixo do choro feminino começou a me trazer de volta a realidade como um despertador. Quando abri os meus olhos percebi que eu ainda estava deitada no sofá do trailer, quase debaixo da mesa do café, e podia notar através do céu escuro pelas janelas que o dia ainda não havia amanhecido.

Respirei fundo e me sentei novamente no sofá enquanto reparava no ambiente. Não havia ninguém dentro do trailer além de mim e Carol. Da qual era a dona do choro insistente que me fez acordar. E eu acabei encarando a mulher por poucos segundos antes de ficar de pé, sentindo todo o meu corpo doer drasticamente e estalar por culpa da posição que eu havia ficado.

A mulher de cabelos raspados moveu o seu rosto em minha direção assim que me viu levantar. Só então percebi que ela estava deitada na pequena cama acoplada aos fundos do trailer e seus olhos estavam inchados de tanto chorar. O que não era uma surpresa, afinal, nós estávamos seguros em um ambiente controlado enquanto a sua pequena filha estava correndo por aí no escuro tentando sobreviver.

Um arrepio me desceu pela espinha só em pensar nisso.

— Aonde estão os outros? — Questionei reparando no local vazio cerrando os olhos enquanto sentia o meu rosto inchado pelo sono. A mulher limpou suas lágrimas com as costas das mãos e se sentou sobre a cama.

— Daryl e Andrea saíram para procurar um pouco mais. — Ela explicou com sua voz baixa e calma tão compassiva. — Acho que os outros também foram. Menos Dale. Ele está vigiando em cima do trailer. — Completou apontando seu dedo em riste para o teto.

Eu nada respondi. Apenas assenti calmamente e me direcionei para fora do automóvel com meus passos lentos e ainda sonolentos. Descendo com pequenos pulinhos os degraus do trailer enquanto analisava o ambiente de um lado para o outro com paciência.

— Aonde está indo? — Dale perguntou muito atento em cima da sua "casa-móvel". Encarei o velho que segurava o rifle em suas costas e lancei um sorriso sarcástico ao me lembrar das recomendações de Daryl sobre não deixar que eu me afastasse demais.

— Não se preocupe, meu velho, estou me sentindo um pedaço de merda novamente. Isso significa que a "onda" já passou. — Lembrei ainda fazendo uma piada enquanto me afastava do automóvel e caminhava lentamente em direção à minha picape mais para frente.

— Por favor, fique aonde eu possa ver. — Ele pediu mostrando-se preocupado, apesar de me fornecer a liberdade da qual eu precisava.

— Claro. — Concordei aumentando meu tom de voz. — Aonde está T-Dog? Ele está bem? — Perguntei virando-me em sua direção quando me afastei um pouco.

— Está dormindo em seu carro. Não pode fazer a ronda com os outros. O braço está incomodando. — Explicou com um semblante preocupado.

— Eu imagino. — Concordei assentindo calmamente e voltei a virar-me de costas para ele, me afastando em direção a caminhonete estacionada com as minhas coisas.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora