(Vol. I) Ano I p.e.│Lua cheia.

3.3K 335 189
                                    


A noite lá fora estava quieta como sempre, porém havia o som peculiar de insetos como grilos, ou cigarras e, de vez em quando, o som do vento tocando algumas árvores ao nosso redor

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A noite lá fora estava quieta como sempre, porém havia o som peculiar de insetos como grilos, ou cigarras e, de vez em quando, o som do vento tocando algumas árvores ao nosso redor.

Eu não conseguia dormir.

Apesar de saber que estava em um local relativamente seguro, estar cansada e que provavelmente alguém estava vigiando lá fora, ainda assim eu não conseguia manter os olhos fechados. Então simplesmente me mantive acordada apenas observando o teto daquela barraca de camping.

Muitas coisas se passavam em minha cabeça. Não dormir em uma casa ou em um carro fechado deixava os meus instintos mais alertas. Lembrar da morte de Anton deixava o meu coração em pedaços. E saber que eu havia decepado a mão de Merle com uma machadinha me fazia querer vomitar.

Aquela seria uma das coisas que eu nunca mais esqueceria. A sensação, o desespero, a dor, isso só provava o quanto estávamos dispostos a tudo nesse novo mundo. Mostrava que muitos de nós haviam ultrapassado o que antes achávamos ser o nosso limite.

Eu me perguntava qual era o meu limite, pois agora não saberia dizer.

Minhas costas estavam incomodadas com a nova cama e por isso apenas me levantei devagar, chutando sem querer os meus coturnos quando botei os pés no chão. Esperei por um momento percebendo se havia acordado Amy, pois a garota dormia no chão da barraca ao lado da minha cama, mas não acordou pelo o que constatei.

Peguei o primeiro sapato e coloquei perfeitamente no pé sadio. O desafio era o pé machucado. Ele não caberia em uma bota comum usando aquela tala, então simplesmente tive que raciocinar e improvisar um pouco.

Improvisos eram o segredo do fim do mundo.

Retirei o cadarço do coturno e percebi o interior mais folgado quando arranquei a língua interna do mesmo. Coloquei o meu pé com toda a gentileza do mundo e percebi que ele entrou melhor, mesmo um pouco dificultoso. E apenas amarrei as laterais do sapato enrolando o cadarço em volta do meu tornozelo. Ótimo, daria certo por enquanto!

Levantei com todo o cuidado do mundo. Tanto pela minha perna quanto pela garota aos meus pés. E comecei a caminhar para fora da barraca tentando não colocar tanto peso sobre o calcanhar ferido, logo voltando a mancar.

— Algum problema? — Amy resmungou sonolenta, esfregou os seus olhos claros e se sentou tentando me observar através da penumbra.

— Não. — Cochichei de volta. — Estou apertada! Preciso mijar! — Expliquei em tom de urgência.

— Quer que eu vá com você? — A menina perguntou prestativa, mas eu fiz uma careta confusa.

— Mijar? Não! Eu só preciso de uma moita simpática e cinco minutos. Está tudo bem! Volte a dormir. — Avisei dando um sorriso confiante.

— Cuidado. Está escuro lá fora. — Ela avisou o óbvio me fazendo sorrir de novo.

— A lua está alta e cheia. Não é tão escuro assim. Volte a dormir antes que a sua irmã me bote pra fora da barraca! — Brinquei apontando meu queixo para Andrea, que dormia profundamente na cama do outro lado.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora