STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. III) Ano II p.e. ⎥ Das estrelas ou mais.

A noite parecia um pouco diferente agora. Saber que estávamos em uma zona segura, de certa forma, transformava tudo em um grande suspiro aliviado.

Apesar dos mortos-vivos que ainda rodeavam as cercas em volta do pátio e mostravam seus dentes em nossa direção, ter um local longe o suficiente e apropriado nos permitia sentar tranquilamente em volta de uma pequena fogueira no meio da grama, após assarmos e dividirmos o coelho que eu e Daryl havíamos capturado mais cedo.

Estávamos jantando em silêncio, salvo algumas conversas banais uma vez ou outra. Mas a grande questão da noite era percebermos que o xerife Grimes ainda estava fazendo suas rondas em volta das cercas, procurando por falhas na segurança. O que seria muito inteligente de sua parte, de fato, se já não tivesse feito isso pela quarta vez consecutiva.

— Amanhã, vamos colocar todos os corpos juntos e queimá-los. — T-Dog comentou quando o silêncio começou a parecer estranho. — Vamos mantê-los longe da água do riacho. Se conseguirmos cavar um canal por debaixo da cerca teremos bastante água fresca. — Planejou enquanto terminava a sua refeição em um prato.

— E esse solo também é promissor. — Hershel completou enquanto esfregava um pouco de terra na palma de sua mão. A falta de corte em seu cabelo e a barba comprida dava um ar de "bondoso velhinho" ao senhor. — Podemos plantar umas sementes. Tomates, pepinos, grãos de soja, talvez... — Continuou.

Mas meus ouvidos não estavam tão interessados. Pelo menos não tão interessados quanto os meus olhos praticamente vidrados na conversa entre Daryl e Carol em cima daquele ônibus tombado perto do portão.

Daryl havia ido até lá com a missão de vigiar o portão. E os dois estavam distantes demais para serem ouvidos, mas pareciam ter uma boa interação quando ela levou o jantar até o caçador e ainda não tinha retornado, mesmo após vários minutos. O sorrisinho no rosto da mulher me fez semicerrar os olhos.

Aquela sensação ruim só ficou pior quando percebi Carol virando-se de costas e o Dixon começou a massagear seu ombro, como se tivesse a intenção de acabar com alguma dor muscular naquele local.

Engraçado. Eu não sabia que Daryl Dixon trabalhava em um spa.

Desviei meus olhos daquela cena, na intenção de diminuir a intensidade do ciúme despertando em minhas veias. Eu não deveria agir como uma desequilibrada por causa de uma conversa aparentemente banal. Ainda mais por não saber se eu tinha o direito de me sentir assim, qual era a minha posição nisso. Entretanto, controlar o monstrinho verde dentro de mim era quase como conter um tsunami com um rodo. Principalmente quando eu observava Glenn e Maggie ao meu lado, com a garota deitada em seus braços enquanto ele a protegia em um abraço.

Odiava comparações e eu era o tipo de pessoa que vivia uma vida sem cobiçar o que pertencia às outras pessoas, mas assistir os dois tão fofos juntos me despertava mais mágoa por não ter tido essa sorte ainda.