(Vol. II) Ano I p.e.│ Além do momento.

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A madrugada na fazenda havia se tornado um pouco mais fria

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A madrugada na fazenda havia se tornado um pouco mais fria. Aliás, o clima parecia esfriar um pouco mais a cada dia. E eu poderia tentar me enganar e dizer para mim mesma que o fato de não conseguir dormir direito era culpa da mudança de temperatura, ou então alegar que eu precisava ficar mais alerta para o caso de surgir qualquer ameaça nos arredores, mas isso não funcionaria. Não com o meu próprio cérebro.

A verdade era que eu ainda estava retornando e vivendo aquele momento no trailer várias e várias vezes, exatamente como um looping de entusiasmo. A presença de Daryl, o seu corpo tão próximo, as suas mãos em meu rosto, em meu corpo e os seus lábios nos meus. Eu estava mantendo aquela sensação viva dentro de mim enquanto uma onda de êxtase percorria meus nervos como uma linha férrea. E aquilo era tão perfeitamente agradável que agora me despertava o medo de nunca mais tê-lo.

Como eu reagiria perto dele a partir de agora? Aliás, como Daryl reagiria a isso? As coisas iam fluir? Ele ia fingir que nada acontecia? Droga, por que eu estava transformando isso em um drama?

"Seja sincero com ele", Dale havia me dito durante a nossa conversa, "E com você mesma". Seu conselho acabava me despertando uma sensação agridoce de acolhimento e desespero. Eu poderia simplesmente continuar sendo sincera e torcer para continuar sendo correspondida. Mas por quanto tempo nossa dinâmica de gato e rato funcionaria?

— Você pensa demais, Adelheidi. — Comentei em um sussurro quando finalmente me sentei em meu colchão de acampamento e encarei todo o espaço quase vazio daquela barraca.

Suspirei fundo e amarrei o meu cabelo em um rabo de cavalo com ajuda de um elástico preto preso em meu pulso. Fiquei de pé e senti a cãibra em minha canela por alguns segundos, me forçando a expressar uma careta de dor até que passasse.

Acendi a pequena lamparina sobre um cooler e retirei a regata cinza que usava para dormir, a trocando por uma camiseta preta de mangas curtas por culpa do frio que sentia. Porém tive que amarrar um pequeno nó na barra do tecido, na esperança de diminuir o seu tamanho, já que ela parecia ser uma peça masculina com o dobro do meu número.

Coloquei os coturnos em meus pés, escondendo as barras da calça jeans, e tratei de amarrá-los com força para que não escapassem por culpa do tamanho e nem me machucassem por culpa da tala. Prendi a bainha de couro com a minha faca em volta do meu quadril com ajuda do cinto. Depois disso, peguei um dos comprimidos dentro do frasco que Glenn havia trazido e tomei aquela dose com ajuda de uma garrafa de água que estava ao lado da lamparina.

Procurei a escova de dentes dentro da minha mochila até encontrá-la e então o mesmo copo costumeiro, segurando os objetos juntos em apenas uma mão quando finalmente saí da minha barraca tentando ser o mais silenciosa possível.

Encarei o espaço ainda escuro em minha volta. A fogueira no centro do acampamento havia sido apagada por questão de segurança. Não havia nenhum sinal das conhecidas pessoas responsáveis por todas aquelas barracas e automóveis em volta, todos pareciam ainda dormir, e o único ruído sendo ouvido era o som peculiar de grilos ou cigarras entre a grama.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora