(Vol. II) Ano I p.e.│ A arte de sentir.

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A estrada completamente de terra era rodeada por uma paisagem de vegetação verde e marrom

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A estrada completamente de terra era rodeada por uma paisagem de vegetação verde e marrom. Sinuosa como uma serpente, dourada como a estação e aquecida pelo sol intermitentemente ensolarado.

Eu guiava a picape de pedais enrijecidos com os olhos atentos no caminho dificultoso, sem pavimentação, enquanto o trailer de Dale seguia logo à minha frente e a moto do Dixon em frente à "casa-móvel". Andrea estava bem atrás de mim com o carro que seria de Shane e Glenn vinha logo atrás, dirigindo o Chevrolet de Carol.

Descemos e subimos alguns morros gramados até finalmente encontrarmos algum sinal de civilização no meio daquela mata. Uma enorme casa de fazenda de aparência centenária e Vitoriana surgiu no centro de um enorme campo cercado por fortes cercas.

O local parecia ser enorme e os hectares se perdiam de vista, mas o detalhe mais surreal de todos era perceber que não havia nenhum mordedor faminto em qualquer lugar! Tudo era apenas uma fazenda tranquila e intocada pelo inferno do mundo real lá fora. Como se uma fenda se abrisse no universo e nos revelasse uma pequena faixa protegida por Deus.

Aquilo me despertou uma sensação estranha, e prazerosa, de pura satisfação e esperança.

Daryl acabou parando a sua moto quando encontrou uma porteira de madeira devidamente fechada e isso fez toda a fila de automóveis atrás de si pararem também. O homem abriu o portão e foi o primeiro a seguir pela estrada, enquanto nós o seguimos pacientemente. O que me permitiu ver a graciosa caixa de correios do lado da porteira aonde havia o sobrenome "Greene" estampado com letras cursivas.

Eu rapidamente peguei o rádio amador que estava sobre o painel da caminhonete e o trouxe até os meus lábios, me dividindo entre dirigir e apertar o botão que me permitia ser ouvida pelos outros.

— Alguém precisa fechar esse portão. — Falei após apertar o botão do rádio e ouvir um chiado.

"Eu vou!" — Ouvi a voz de Glenn responder calmamente após alguns segundos e voltei a guardar o rádio.

Pegamos a descida final que se mostrou um caminho mais compactado e liso. Descemos o morro em direção à uma segunda cerca e porteira também devidamente fechada e rapidamente nós repetimos o mesmo processo da porteira anterior.

Acabamos estacionando em uma área perto das árvores e em frente a enorme casa de madeira, colocando os carros lado a lado perto das cercas e finalmente pudemos desligar os motores, tornando tudo silencioso novamente.

Um grupo de pessoas saiu de dentro da casa e veio em nossa direção assim que nos perceberam ali. Alguns rostos eram conhecidos, como Rick, Shane e Lori, mas os outros que os acompanhavam eram completamente desconhecidos para mim.

Desci da picape e comecei a analisar atentamente o local aonde estávamos. Era uma sensação de euforia um pouco desconcertante. Havia um desejo dentro do meu coração, há muito tempo enterrado e esquecido, de viver em um lugar como aquele desde a minha juventude. E agora estar exatamente em uma fazenda, justamente naqueles dias tão difíceis, era como não acreditar nos meus próprios olhos. Ou no próprio destino. O Universo tinha um senso de humor bizarro.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora