(Vol. I) Ano I p.e. │Sobrevivência.

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Ao contrário do que a minha mente sempre quis me ensinar, o vazio não é apenas um cômodo escuro sem qualquer saída

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Ao contrário do que a minha mente sempre quis me ensinar, o vazio não é apenas um cômodo escuro sem qualquer saída. Na verdade, ele é brilhante e forte como a luz de Deus. Intenso e ofuscante o suficiente para não te permitir abrir os olhos como gostaria. Pelo menos era o que eu sentia.

No primeiro momento eu não entendi o que estava acontecendo, mas sentia claramente os solavancos que recebia em meu corpo com violência. Meus olhos sonolentos se abriram tentando entender o que estava se passando. Bem, pelo menos um dos meus olhos, já que um deles parecia inchado. A dor percorreu o meu rosto e só então comecei a me recordar de alguns detalhes.

Merle havia me socado. O filho da puta havia me batido direto no rosto, quebrado a minha perna e fugido ao me deixar como uma isca.

"Isca? Eu era a isca! Merda, eu era uma maldita isca!", me desesperei.

Tentei analisar o local aonde eu estava para tentar me situar. Comecei a me lembrar daqueles móveis de inox prateados e da bagunça deixada para trás. Eu ainda estava na cozinha do shopping.

Olhei para baixo, para um dos meus pés e notei que o que me balançava com violência era um dos mortos-vivos esticando sua mão nojenta em minha direção e tentando me puxar pela única parte do meu corpo que alcançava, os meus pés. Graças à Deus ele havia alcançado apenas o coturno por culpa do carrinho de bandejas que interditava a porta, ou provavelmente eu estaria amaldiçoada nesse momento.

Puxei o meu pé com violência para longe quando rastejei para trás, mas acabei abafando um grito de agonia quando a perna quebrada me lembrou através da dor que eu estava ferida. Xinguei mentalmente todos os palavrões que eu me lembrava enquanto tentava respirar fundo algumas vezes e me estabilizar. A canela provavelmente estava inchada pois a sentia estranha em volta do machucado aberto pela chave de boca. Isso era ruim, muito ruim.

O som dos carrinhos sendo arrastados surgiu novamente e mais alguns malditos se apertaram pela passagem da cozinha. Não havia uma saída. Não com uma perna quebrada. E após tatear o meu corpo algumas vezes também pude perceber que Merle havia roubado tudo o que eu tinha, principalmente as armas.

Eu não conseguiria desistir. Não conseguia se quer imaginar a sensação daqueles monstros rasgando a minha pele. Se ao menos eu tivesse alguma coisa da qual pudesse acabar com isso agora, eu acabaria com a minha vida antes mesmo deles.

Encarei o local à minha volta mais uma vez. Precisava de qualquer mínimo fio de luz em minhas ideias a fim de me entregar um bom plano. Foi quando notei o balcão de louças abaixo da pia da cozinha. Um balcão sem prateleiras que continha portas de correr para fechá-las. Era tudo o que eu tinha.

Comecei a me arrastar naquela direção com a esperança de chegar antes dos carrinhos serem derrubados. A dor em minha perna me implorava para desistir, mas eu continuei a ignorando até finalmente chegar naquele balcão e conseguir me alojar dentro do móvel. Puxando as portas com dificuldade por serem pesadas e ruins de fecharem por dentro, mas logo eu estava presa dentro de uma pequena caixa de ferro.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora