STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. I) Ano I p.e. │Opulência.

A minha mente se alternava entre ir e vir de maneira confusa. Não era como se eu estivesse desacordada, mas mantinha meus olhos fechados e com certeza não podia raciocinar tão bem quanto gostaria. Afinal, por mais que eu tentasse me lembrar como havíamos chegado ali eu simplesmente não conseguia me situar. Bom, eu reconhecia o lugar, aquele era o campo abaixo do viaduto, o local aonde estavam os túneis das linhas ferroviárias, mas como diabos havíamos chegado ali? Eu me esforçava, mas não conseguia me lembrar.

Daryl me retirou do seu ombro ainda com agilidade, apesar do seu cansaço esboçado pela respiração entrecortada, rosto vermelho e o suor em sua testa. Eu sabia que carregar um peso extra por tantos quilômetros não era nada fácil. Porém mesmo assim ele parecia determinado quando me sentou encostada contra um dos pilares de concreto que sustentava o viaduto. Eu reclamei de dor mais uma vez quando tentei mover a perna.

O mais velho se afastou assim que conseguiu me colocar estabilizada no lugar e rapidamente se voltou para o mais jovem que também me acompanhava de perto. Pegando a sua balestra de volta e a prendendo nas costas por uma alça em frente ao seu peito.

— Droga, cara! — Xinguei encarando o lugar completamente vazio ao nosso redor.

Notei que o xerife e T-Dog estavam um pouco afastados de nós e mais próximos das linhas de ferro, procurando por alguma coisa.

— Eu ouvi o som do alarme. Um carro vermelho. — Contei um pouco reflexiva encarando os outros de longe. — Eu fiquei curiosa para saber o que era! E ele poderia ter subido antes de mim, certo? — Perguntei virando meus olhos semicerrados por culpa da claridade em direção aos dois à minha frente. — Mas não. Ele tinha que me esperar. Ele tinha que ter certeza que eu estaria à salvo. — Crispei meus lábios com raiva. — Eu é quem deveria estar morta agora, não ele. Merda! Por que homens são tão protetores? — Questionei dentro de um choramingo baixo e raivoso ao desviar meus olhos.

— Porque ele gostava de você. Eu acho. — Glenn se abaixou à minha frente tentando me confortar de algo que ele nem sabia o que era e depositou sua mochila no chão para retirar algo. — Acho que você pode estar desidratada. — Avisou pegando uma garrafa de água e entregando em minhas mãos.

Eu acabei soltando um riso baixo que tremeu meus pulmões e aceitei a garrafa de água com satisfação.

— É tão difícil gostar de uma pessoa. Geralmente você precisa de tanto tempo! Mas basta apenas um único dia ruim para você odiá-la para sempre. Isso não é justo. — Comentei antes de levar a boca da garrafa até meus lábios e tomar o conteúdo. Só notei o quanto precisava daquilo quando finalmente a bebi. E bebi tudo.

Mas foi exatamente depois daquela frase que Daryl se afastou de nós como se eu tivesse lhe lançado um mau agouro terrível. E eu apenas o encarei se afastando com seus passos de malandro descolado, mostrando que não se importava com porra nenhuma no mundo. Porém eu esperava realmente que ele se sentisse culpado.