(Vol. I) Ano I p.e.│ Herança genética.

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Me sentei na parte de trás da caminhonete estacionada enquanto puxava a bolsa que estava guardada ali

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Me sentei na parte de trás da caminhonete estacionada enquanto puxava a bolsa que estava guardada ali. Revirei algumas roupas masculinas de Anton que estavam guardadas enquanto meu coração parecia sentir ainda mais o peso da perda. Minhas roupas estavam misturadas às suas e foi entre elas que eu achei a sua carteira de motorista.

Ele estava um pouco mais jovem em sua foto. O seu cabelo estava mais curto, mas o seu bigode ridículo abaixo do nariz ainda era o mesmo. Eu sorri com saudades.

— Parece um serial killer dos anos setenta. — Brinquei baixinho exatamente como brincávamos quando estávamos juntos. O vento soprou levemente fazendo a árvore que me servia de sombra balançar. Eu o imaginei rindo para mim.

— Aqui é silencioso, não é? — O homem me puxou dos meus pensamentos. Eu não havia percebido que Dale havia me seguido até aquela parte do acampamento, assim como não havia reparado que o senhor simpático carregava um enorme rifle atrás de suas costas como um gângster.

— Você está com a arma, amigo. Tudo o que você disser eu concordo. — Brinquei sorrindo de um jeito triste e o senhor acabou abrindo um leve sorriso também.

— E então? — Ele quis saber quando apoiou seus antebraços nas laterais da picape. Parecia preocupado em saber sobre a última discussão calorosa e pública entre mim e Daryl.

— Ahm, ele sempre perde a cabeça quando se sente frustrado. É só um mecanismo de defesa. Daryl não faz por mal. — Expliquei encostando-me melhor nas laterais para encará-lo.

— Não estou falando sobre Daryl. — Ele corrigiu ainda com um sorriso acolhedor. — Quero saber sobre você. — Reformulou ainda me observando atentamente. Eu engoli em seco e refleti por um breve momento.

— Me sinto... — Molhei meus lábios. — Culpada. — Confessei em tom baixo e envergonhado.

— Por quê? — Questionou totalmente chocado e sem entender.

— Porque eu poderia ter salvo Amy. — Admiti mirando seus olhos de maneira mais triste.

— Mesmo? — Parecia surpreso. — Então por que não a salvou? — Indagou parecendo preocupado.

— A minha perna quebrada. Fui lenta demais. — Expliquei em um tom revoltado.

— Oh, eu entendo. — Concordou balançando a sua cabeça levemente e passou a encarar um ponto vazio da pedreira sem ter muita pressa. Ficamos em silêncio durante um tempo até ele voltar a falar. — A minha esposa não teria morrido se não fosse pelo câncer. — Contou meneando a sua cabeça ao usar o mesmo raciocínio que o meu. Eu voltei a encará-lo com curiosidade. — O trailer não estaria quebrado se não fosse aquela mangueira. — Mostrou frustração apertando os lábios. — Sabe o que essas coisas têm em comum? — Perguntou voltando a me encarar e eu balancei a minha cabeça em negativa. — Não podemos controlar nenhuma delas. — Garantiu com um sorriso amigável. — Sofrer por elas é como tentar se afogar bebendo um copo por vez. Pode te dar a mesma sensação, mas não o mesmo efeito. — Avisou de uma forma mais solidária.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora