O pós de Jadré

JADE PICON

Tô confusa. Isso é muito difícil de acontecer.
Logo eu que sempre controlo o máximo as minhas emoções. Sou pura razão quando precisa. Me esforço pra ser o mais leal possível a tudo q eu escolho e tudo que sinto.
Mas em se tratando de Paulo André Camilo de Oliveira as coisas mudam.
Eu não me reconheço e amo isso tbm.
Tudo faz parte de uma evolução.
Entrar naquela casa, conhecer o PA, viver tudo isso me evoluiu como mulher, mas me trouxe pra um lugar, por vezes, desconhecido.
É até estranho dizer q evolui, qnd as vezes me sinto imatura e perdida em algumas situações.
Ver o PA, sentir o cheiro dele, beija-lo, fazer amor com ele (o melhor sexo da minha vida) é perfeito. Ter ele comigo em todas as situações, viver esse sentimento, sentir a reciprocidade dele. Tudo isso é perfeito. Mas a nossa vida não é "só nossa". Uma multidão de fãs, imprensa, internet, família... muita gnt envolvida numa situação que deveria ser só nossa. É confuso e perturbador. Tá tirando a minha paz, tirando o meu rendimento, tirando minha concentração.
Preciso parar, pensar, resolver.
As vezes sinto que minha doação é desproporcional ao que recebo.
As vezes me acho chata e acho q tô vendo "chagas" onde não existe.
As vezes acho que não me cabe na vida dele.
As vezes acho que algumas pessoas não fazem questão de me ter como parte da vida dele.
Mas ao mesmo tempo o sorriso dele e o sentimento quando estamos sozinhos é verdadeiro, forte, intenso.
Não consigo raciocinar direito. Não consigo fazer escolhas.
Quando eu tentei falar de domingo pra ele senti uma pontada no peito com a reação dele. Eu qria dizer que domingo ficaríamos coladinhos, que teríamos que resolver o que fazer, que talvez tenha chegado a hora de assumir pras nossas famílias e amigos mais próximos. De dar um nome ao nosso lance. E quem sabe deixar algum mimo pros nosso fãs.
Mas levei um tapa na cara com o "domingo vamos sumir" e ainda mais com o "vai estar todo mundo aqui".
Eu entendi que não sou parte desse "todo mundo". Eu sou louca por ele. Ele é louco por mim. Mas nesse momento o foco dele é outro.
Eu não tenho dúvidas do que ele sente, mas ele sempre me deixa num lugar de "vamos dar um jeito", "vamos nos vê rapidinho", "vamo matar a saudade"...
E nao. Não é "só" isso q eu quero. Eu quero mais. Eu quero tanto.
Eu não estou cobrando exposição ou declarações e fotos de casal em Instagram. Acho sim que assumir dessa forma nao é legal agora. A gnt tá indo no nosso tempo, estamos mais a vontade pra estar nos lugares...
O que eu qro e o que eu preciso é de reciprocidade em relação a doação. Eu qro me sentir importante pra ele. Eu não sei se ele pode me dar isso agora. E entendo isso. Mas essa conversa vai precisar acontecer. Mais cedo ou mais tarde esse momento vai chegar.

De volta ao Rio, sozinha, resolvi ligar pra minha terapeuta e agendar um momento com ela. Eu preciso desabafar e com certeza ela é a pessoa certa pra isso. Botar os pingos nos Is. Esclarecer algumas coisas na minha mente. Vai me ajudar a resolver muitas coisas entre mim e o PA.

Depois da sessão eu estava um pouco mais aliviada. Meu corpo respondeu a isso tudo com uma baita dor nas costas... ombros travados de tensão.

Resolvi observar. Não posso cobrar nada. Nós não temos nada definido.
Eu já fiz tudo q podia. Deixei claro desde sempre o quanto eu qro o PA. Desde quando ele ainda estava na casa. Aqui fora eu mostrei sempre, da melhor forma, que estávamos juntos. Me joguei, me doei. Não me privei de nada.
Mas não sinto o mesmo esforço vindo dele.

Pode soar um pouco imaturo, fraco da minha parte. Mas sabe quando vc cansa de ser forte o tempo todo?
Sabe quando vc cansa de ser sempre comedida?
Sabe quando vc sente que precisa agir com a emoção?
Pelo menos uma vez na vida?

É assim q eu me sinto.
Eu quero certezas. Quero presenças. Quero a segurança que a reciprocidade traz.

As vezes só o sentimento não é o bastante. Não é só o amor que resolve. Alguns pequenos detalhes podem fazer dar errado, mesmo tendo muito amor.

Um banho de banheira, uma besteira pra comer, uma boa música. O meu momento sozinha comigo e presa aos meus sentimentos.

Chorei. Pensando em tudo.
Chorei de medo, de tensão. Quis largar tudo, e correr pros braços dele. Por um instante quis tomar a iniciativa de resolver tudo. Mas eu não posso ser pressão pra ele. Mais uma pressão. Eu não posso. Ele já sente isso demais e eu não vou ser mais um motivo de pressão pra vida dele.
Prefiro me afastar, se for preciso. Preciso deixar ele livre, se for preciso.
Mas se for pra ele ficar que fique por completo, inteiro. Sem medir tempo e esforço.
Quero fazer dar certo, mas preciso que ele também queria.

Pego meu celular pra falar com ele antes de dormir. Resolvo ligar por vídeo, mas antes mando uma mensagem:
J: lindo? Tá sozinho? Posso te ligar?
PA: oi linda. Sim. Claro que pode. Vc sempre pode, amor.

Eu amo ouvir isso, mas eu sei q nao é assim mesmo. Nem sempre posso.

J: oiiii...
PA: ih, caralho!! Assim eu não aguento, linda.
J: qria você aqui nessa banheira comigo.
PA: tbm qria, marrentinha. Foda ficar longe.
Já sabe quando volta?
J: eu acho q mais 2 dias e eu ja volto. Já tô louca pra te ver.
PA: eu tbm, amor. Minha família chega amanhã, tô louco de saudade do meu filho tbm. Aah e deixa eu te falar, Thaís vem tbm.
J: hum. Que bom q eles já chegam amanhã. Como a gnt vai fazer? Te vejo qnd eu chegar. A gnt podia sair com eles. Escolher um lugar reservado, que a gnt ficasse à vontade. Sei lá, teu irmão, tua cunhada.
PA: pode ser sim. não sei se eles topariam. Mas vamos pensar numa programação sim.

Nos falamos um pouco mais, nos despedimos e eu fiquei ali. Me sentindo um pouco fora do mundo dele. Talvez eu não faça parte disso tudo. Talvez não me caiba.

Preciso dormir. Relaxar. Trabalhar amanhã e ver como as coisas se encaminharão.

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