𝖳𝗈𝗀𝖾𝗍𝗁𝖾𝗋 𝖶𝖾 𝖠𝗋𝖾 𝖯𝗎𝗋𝗉𝗅𝖾 [Klance]

Capitulo vinte e nove.

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𝐒𝐞 𝐦𝐞𝐮𝐬 𝐝𝐞𝐬𝐞𝐣𝐨𝐬 𝐬𝐞 𝐭𝐨𝐫𝐧𝐚𝐬𝐬𝐞𝐦 𝐫𝐞𝐚𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞, 𝐭𝐞𝐫𝐢𝐚 𝐬𝐢𝐝𝐨 𝐯𝐨𝐜𝐞̂.

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– Alô? – O rapaz perguntou do outro lado da linha. Sua voz estava um pouco rouca, mostrando que ele parecia estar dormindo antes de me atender. Me senti um idiota assim que ele atendeu e ouvi sua voz, não queria atrapalhar ninguém.

– Ei, te acordei? – Perguntei preocupado. Escutei de fundo ele parecer se levantar da cama pelo barulho dos lençóis. Antes de me responder também pude ouvir ele tossir forçadamente para melhorar seu tom de voz.

– De jeito nenhum, eu estava apenas deitado. Aconteceu algo? – Ele perguntou parecendo preocupado.

– N-Na verdade... – Respirei tomando coragem. – Matt, você acha que pode me buscar? Eu estou num lugar aleatório e queria uma companhia... preciso de alguma companhia. – Fui sincero.

Eu precisava ir embora dali, não queria contato com mais ninguém que estivesse no restaurante.

– Claro que posso, Keith. Me passa seu endereço por mensagem, estou indo aí agora. – Ele respondeu.

Desliguei a chamada e enviei o endereço para o mesmo. Matt chegou em menos de 10 minutos, tão rápido quanto esperei. Ele estava no seu carro e abriu a porta para que eu entrasse. O rapaz estava sorridente e alegre como sempre, mas logo seu sorriso se tornou uma expressão de preocupação.

– O que aconteceu? Você está bem? – Ele perguntou ainda estacionado. – Pra onde quer ir?

– Pra qualquer lugar, menos pra casa... – Respondi cansado. O garoto só assentiu e começou a dirigir calmamente.

Não falamos nada o caminho inteiro, mas o silêncio não era incômodo ou constrangedor para ambos os lados. Matt dirigiu até a praça da cidade e estacionou. O local não estava muito movimentado, o que era bom.

– Vamos tomar um sorvete, o que acha? – Ele perguntou. Não tinha comido direito no restaurante, então aceitei o convite. Fomos andando até uma barraquinha e pedimos duas casquinhas, eu de baunilha e Matt de morango.

Decidimos nos sentar num banco para tomar todo o doce, mesmo que o clima estivesse um pouco frio.

– E então? Quer conversar? Me preocupo com você. – Ele disse e sua voz transmitia sinceridade.

– Eu e Lance brigamos feio. Ele me magoou muito... – Respondi suspirando. Meu punho estava vermelho pelo soco que eu havia dado no garoto. – Acho que você pode perceber que eu e ele estávamos um pouco afastado pelo tempo que eu passava com você.

– Sim, percebi. Vocês terminaram? – Perguntou, mas eu não sabia a resposta ainda. – É, isso é bem chato. Todo casal briga, isso é inevitável.

– Verdade, mas ele me deixou muito chateado dessa vez. Não sei o que pensar. – Respondi já não aproveitando mais a casquinha.

– Bom, eu não sei o que aconteceu com vocês, mas espero que possam resolver isso. Você é um bom garoto, tenho certeza que ele irá se arrepender de ter feito o que fez. – Matt respondeu e logo em seguida a bola de sorvete dele acabou caindo no chão. – Aí que porra!

Ri de sua reação, Matt não parecia ter a idade que tem.

– Desculpa a pergunta, mas quantos anos você tem Matt? – Perguntei com curiosidade.