Capítulo três.

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Boa noite pessoal, mais um capítulo agora mostrando um pouco da visão do Keith.
Espero que gostem, comentem e não esqueçam da


𝖤𝗎 𝖾𝗌𝖼𝗎𝗍𝖾𝗂 𝖺 𝖳𝗁𝖾 𝖢𝗎𝗋𝖾 𝖾 𝖾𝗇𝗍𝖺𝗈 𝖼𝗁𝗈𝗋𝖾𝗂.
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Keith tinha uma vida, mas para ele, essa vida não andava nada bem. Sua família desde sempre teve muitos problemas, tanto financeiros e familiares e muitas vezes isso causava um cenário de guerra em casa. Seu pai trabalhava dez horas por dia numa fábrica de pasta de dentes e sua mãe numa lanchonete mais miserável que ele já viu.

Ambos passavam praticamente o dia todo fora para ganhar uma mixaria, Keith mal os via e isso o fazia se sentir muito triste e sozinho.

Desde cedo houve um preconceito de seu pai para Keith. Ele era um garoto muito baixo para a idade e parecia muito frágil, seu pai odiava aquilo e sempre o comparava com os outros garotos da vizinhança que jogavam basquete e matavam aula para ficar com alguma garota. Keith não era nada parecido com isso e seu pai ficava enfurecido com ele.

Certa vez, quando os amigos do pai foram em sua casa e viram como Keith se comportava, chamaram o garotinho de "viadinho" e seu pai não pode ficar mais irritado e constrangido com aquilo, como se o jeito de Keith fosse uma vergonha. No mesmo dia sei pai deu a primeira surra no garoto o mandando se comportar como um homem. Keith só tinha 10 anos.

Não existia uma relação saudável de pai e filho em casa e Keith agradecia por ele passar tanto tempo fora de casa. Krolia era uma mãe normal... mas não era boa o bastante. Ela nunca defendeu seu filho das garras do pai, mas também não ligava se Keith gostava de garotos, ela só queria que ele fosse alguém na vida.

Com o passar de alguns anos as agressões continuaram (não tão repentinas) e Keith não conseguia entender o que deveria mudar em si mesmo. Ele tentou jogar futebol com os garotos da vizinhança mas sempre acabava com uma canela roxa. Tentou andar de skate, mas se machucava muito com as quedas.

Até que com seus 14 anos ele conheceu um garoto, seu primeiro amigo em toda sua vida. Ele convidou Keith para jogarem vídeo game em sua casa e mesmo relutante, o menino foi. Com o passar do tempo eles formaram uma amizade e tanto, até Keith o considerar seu melhor amigo.

Até se passarem alguns longos meses. Keith estava feliz por encontrar um amigo e seu pai não o maltratava como antes. Quando em um dia, seu amigo o chamou apressadamente Keith para ir até sua casa, e ele, absorto de alegria, foi.

Mas Keith achou estranho quando seu amigo entrou no quarto e trancou a porta. Isso nunca tinha acontecido antes, mas não falou nada apesar de se sentir meio receoso. Ambos jogavam animadamente no quarto, até o amigo pausar o jogo e olhar intensamente para Keith.

Ele parecia meio envergonhado, e suas bochechas estavam vermelhas.

" – Keith... você já beijou alguém? Nos lábios...? – Perguntou super tímido e Keith também se sentiu assim, pois não era acostumado a aquele tipo de pergunta.

– Não... mas, já vi meus pais se beijarem. – Respondeu sem graça e escutou um longo suspiro do amigo.

– Sabe... a alguns dias atrás eu vi dois garotos de mais ou menos nossa idade se beijarem na praça... nunca vi dois garotos se beijando e achei um absurdo, mas então uma dúvida surgiu em minha mente... – Keith escutava atentamente. – Eu não teria coragem de pedir isso para meus outros amigos pois eles provavelmente iriam me xingar, mas... você tem coragem de fazer o mesmo comigo?

Seu amigo falou tudo olhando nos olhos de Keith e parecia bem sério, só que Keith era inocente demais.

– Coragem de fazer o que? – Perguntou sem malícia.

𝖳𝗈𝗀𝖾𝗍𝗁𝖾𝗋 𝖶𝖾 𝖠𝗋𝖾 𝖯𝗎𝗋𝗉𝗅𝖾 [Klance] Onde histórias criam vida. Descubra agora