O interfone tocou meia hora mais cedo. Considerando que eu estava atrasada e havia acabado de sair do chuveiro, pensei que fosse a minha vizinha do 4D, que devia ter esquecido a chave de novo.
- Alô?
- Bom dia, ervilhinha – a voz dele ficava mais grossa pelo interfone. Meus mamilos se enrijeceram. Olhei para baixo e conversei com eles.
- O que vou fazer com vocês dois? Já não conversamos sobre isso? Vocês se animam muito rapidinho, depois acabam se decepcionando.
Apertei o botão e disse:
- Quarto andar.
Abri a porta da frente.
Alguns minutos depois, Alfonso saiu do elevador e veio até mim, passeando pelo corredor. Ele tinha uma espécie de charme arrogante que tornava seu jeito de andar muito sexy – sem falar das botas de trabalho que ele estava calçando. Por alguma razão esquisita, elas realmente me davam tesão. E, já que eu estava lá parada sem fazer nada além de segurar a porta aberta, pude admirar o resto todo. Infelizmente, isso não ajudou na situação dos meus mamilos.
Os olhos do Alfonso baixaram e se demoraram neles antes de ele se voltar para o meu rosto com um sorriso triunfante. Revirei os olhos e dei um passo para trás para ele entrar. É claro que ele parou bem na entrada e ficamos um do lado do outro. Ele se inclinou, beijou o meu rosto e se abaixou mais – parecia ser o ritual dele, dizer algumas palavras que me faziam ficar arrepiada depois de um beijinho inocente.
Mas, dessa vez, ele não disse nada. Ele inspirou profunda e demoradamente. E, quando expirou, gemeu de leve. Senti a vibração descer até os meus dedos do pé, fazendo algumas paradas interessantes no caminho.
Sério? Eu me derreti toda só porque ele me cheirou. Precisei de mais uns trinta segundos para me recompor depois de ele finalmente entrar.
- Você chegou mais cedo.
Ele levantou uma sacola que eu não tinha visto até então.
- Trouxe o café da manhã. Li o logo da sacola.
- Jamba Juice?
- Aveia com banana, tiras de coco e açúcar mascavo. Arregalei os olhos.
- Não creio. Esse é o meu café da manhã preferido!
- Eu sei. A Bella me disse.
- Você ligou para a minha mãe para perguntar o que eu gostava de comer no café da manhã?
- Não, ela é que me ligou ontem à noite para me convidar para o jantar de domingo, e comentei que íamos ao jogo da Alícia. Ela talvez tenha sugerido que eu pegasse o café da manhã no caminho e me disse do que você gostava.
- Claro que ela disse – falei ironicamente. Alfonso sorriu.
- Vamos comer antes que esfrie.
Seria muita estupidez da minha parte desperdiçar o café da manhã por raiva da nova amizade entre o Alícia e a minha mãe. Então sentei e aproveitei aquela delícia de sabor.
Não tinha me dado conta de que fiquei calada por um bom tempo, comendo a aveia, até ver o lábio do Alfonso pulsando enquanto ele me observava.
- O quê?
- Imagino que você goste mesmo dessa coisa. Falei de boca cheia.
- melhor que sexo.
- Então nunca foderam você direito. Engasguei com a aveia e comecei a tossir. Alfonso largou a colher e fez uma cara de quem ia prestar primeiros socorros. Levantei a mão e falei com dificuldade.
- Estou bem. Água.
Ele pegou um copo e encheu de água enquanto eu tentava recuperar a respiração. A minha garganta queimou ao receber a água.
- Tem certeza de que você está bem?
Bati no peito e, finalmente, tudo desceu pelo cano certo.
- Estou ótima.
Alfonso se sentou de novo.
- Você não devia falar de boca cheia.
- Você não devia falar impropérios.
- Foi você quem começou. Abriu a porta com os bicos do peito duros, cheirosa, falando de sexo. Acho que você é que está sendo imprópria aqui.
Os meus olhos cresceram.
- Você me aparece meia hora mais cedo, então eu tinha acabado de tomar banho, por isso meus mamilos estavam duros. O cheiro de que você tanto gostou? Chama-se sabonete. E eu não estava falando de sexo. Propus uma metáfora para descrever como eu gosto de aveia.
Alfonso encheu uma colher de aveia da tigelinha dele e falou antes de colocar tudo na boca:
- As únicas palavras que ouvi dessa explicação foram mamilos e sexo.
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Sex without love? - AyA
Fanfictiono amor vai chegar e quando o amor chegar o amor vai te abraçar o amor vai dizer o seu nome e você vai derreter só que às vezes o amor vai te machucar mas o amor nunca faz por mal o amor não faz jogo porque o amor sabe que a vida já é difícil o basta...