Capítulo 34

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ALFONSO 

12 ANOS ANTES

Não tinha ficado mais fácil.

Eu já devia ter esquecido a Diana depois de oito meses sem vê-la. Houve outras – talvez até demais, em uma tentativa de esquecê-la –, mas a minha atração por ela ainda estava ali, na primeira vez em que os nossos caminhos se cruzaram novamente.

Foi na festa de formatura do Jayce, na casa da minha tia e do meu tio. Eu estava tomando uma cerveja na sala quando ela entrou. Os nossos olhares se cruzaram, e juro que senti como se meu coração tivesse começado a bater pela primeira vez.

Merda. Ela é linda.

Eu a observei ir na direção do Jayce e da garota que ele estava namorando havia dois meses. Ela deu um abraço forte nele e disse algo que fez os três rirem, depois andou até o sofá e se sentou bem do meu lado. Sem virar a cabeça na minha direção, pegou a cerveja da minha mão e levou à própria boca.

Antes de beber, falou: 

– Verdade ou desafio? Sorri.

– Verdade.

Depois de dar um golão na minha cerveja, ela me devolveu.

– Você apagou a minha foto quase pelada do seu celular, que te mandei um século atrás?

Virei a cabeça e esperei ela virar para mim para responder.

 – Não.

Os olhos dela brilharam.

– Com que frequência você olha a foto? 

– Mais verdade?

Ela assentiu.

– Todo santo dia.

Passamos a cerveja um para o outro.

– Está saindo com alguém? – ela perguntou.

– Tenho alguém com quem eu saio de vez em quando.

– Sair é código pra trepar?

Os cantos da minha boca franziram.

– Eu estava tentando ser um cavalheiro. E você? Está saindo com alguém? Ela repetiu minha resposta não comprometedora:

– Tenho alguém com quem eu saio de vez em quando.

Eu estava transando com outra, nunca mais tinha visto a Diana ou falado com ela naqueles oito meses – desde a noite da festa, da qual eu fui embora sabendo que era ela a menina por quem meu irmão estava louco. Ainda assim, tive vontade de arrancar a cabeça do cara sem nome com quem ela estava dormindo. É, o tempo não tinha tornado as coisas mais fáceis.

Levantei.

– Vou pegar outra cerveja. Quer uma pra você ou quer beber da minha pelo resto da noite?

Diana me lançou um sorriso travesso.

– Quero beber da sua pelo resto da noite, caso não seja um problema. 

– Sem problemas.

Levei cinco minutos para organizar a minha cabeça antes de voltar para o sofá. Olhei para o meu irmão abraçado com a Emily. Parecia feliz. Ele ficou sonhando com a Diana mais seis meses depois da festa. Mas, agora que ele parecia ter superado e estar em outra, será que a proibição tinha acabado? Jayce não fazia ideia de que tinha acontecido algo entre mim e a Diana – e, verdade seja dita, mal houve algo. Mas será que seria certo sair com uma menina pela qual o seu irmão era louco, mesmo que o sentimento nunca tivesse sido recíproco? Eu não sabia se a minha bússola moral apontava na direção certa.

Sex without love? - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora