Capítulo 35

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ANAHI

– Você e o Alfonso  estão namorando sério?

Nós estávamos a meia hora de distância do presídio quando a Alí me perguntou isso do nada. Ela tinha sido a mal-humorada de sempre naquela manhã e colocado os fones de ouvido mesmo antes de entrarmos no carro. Depois dormiu por três das três horas e meia que levava para chegar ao destino.

– Não, de jeito nenhum.

Nós éramos o oposto de namorados sérios. Mas contar a Alícia que o Alfonso e eu tínhamos concordado em nos tornar amigos que fazem sexo não era muito apropriado.

Ela deu de ombros e colocou os pés no painel do carro.

 – Eu gosto dele.

– Ele é velho demais para você – brinquei.

– O Marcus era um tonto.

– O Marcus era muito legal.

Ela bufou.

– E a sua vida amorosa? – Olhei para a minha enteada. – Como estão as coisas com o Luke?

– Tudo bem, eu acho. Ele me convidou para ir ao baile e eu disse que não. Aí ele perguntou por que não. Eu disse que o menino com quem eu queria ir já tinha uma parceira.

– Você disse isso? – fiquei surpresa. A antiga Alícia teria virado a cara em vez de conversar abertamente. Ela estava amadurecendo. Perguntei: – E o que ele falou?

– Ele me perguntou com quem eu queria ir. Olhei para ela, ansiosa.

– O que você respondeu?

Alícia escondeu o rosto com as mãos.

– Eu gritei: "Com você, seu idiota. É com você que eu queria ir". Estávamos na aula de pesquisa científica, e todo mundo estava conversando porque a professora não tinha chegado ainda. Eu estava de costas para a porta e não tinha visto que ela tinha entrado logo antes de gritar isso. Juro que a classe inteira estava calada quando gritei. Todo mundo ouviu.

– Nossa... Jesus. Como foi depois?

– Algumas pessoas riram. Mas o Luke só me encarou. Achei que o tinha assustado. Então, depois da aula, eu o ignorei quando ele tentou falar comigo. Consegui evitá-lo até depois do treino. Ele me esperou na porta do vestiário.

– Vocês se falaram?

– Ele falou. Eu estava com muita vergonha, não consegui falar muita coisa.

– E...

– Ele disse que queria ir ao baile comigo, mas que achava que eu não gostava dele. Ele achava que eu gostava do Chad Siegler.

– Quem é esse?

– Um cara meio chato que joga no time de basquete. Ele é tipo o Marcus. Bonitinho, até. Mas chato pra caralho.

Eu ri, embora talvez devesse ter corrigido o linguajar dela. Mas a Alícia e eu estávamos falando de meninos. Quem diria que isso aconteceria um dia?

– Por que ele achava que você gostava desse Chad?

– Não faço ideia.

– Bom, mas o Luke ainda vai ao baile com a Brittany?

– Ele me disse que ia falar para ela que não poderia ir, para nós dois irmos juntos. Mas eu disse que não. Eu disse para ele ir com ela. O baile é na semana que vem, e não é justo largar a Brittany do nada para ir comigo. A culpa foi minha de ele ir com ela porque não tive coragem de convidá-lo.

Sex without love? - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora