- Você está linda, Anahi.
Depois da nossa visita ao hospital, Alfonso me deixou em um hotel para que fizesse o check-in e me preparasse para o jantar.
- Obrigada.
Era a segunda vez que ele me elogiava depois de me buscar. Mesmo que ele gostasse de tirar uma com a minha cara com papinhos sexuais – e, algumas vezes, ele estava falando sério –, senti que o elogio era sincero naquela noite.
- Você também não está nada mal para um homem de trinta anos.
- Vai com calma. Só faz oito horas que tenho trinta anos. A garçonete veio nos atender.
- Posso lhes oferecer algo para beber? O drinque especial de hoje é a margarita de coco. Leva creme de coco fresco, limão, Cointreau e tequila Patrón. A borda da taça vem salpicada com coco queimado levemente salgado.
- Humm. Parece ótimo. Vou querer um – eu disse. Alfonso pediu uma Coca-Cola.
- O quê? É o seu aniversário. Seu último aniversário. Peça um drinque para brindarmos!
- Eu vou dirigir. E meu voo é às seis da manhã. Virei para a garçonete:
- Dá para fazer a margarita de coco sem álcool?
- Dá, claro.
- Então traga uma para ele. E coloque aquele guarda-chuvinha. Ele está fazendo trinta anos.
Ela sorriu e olhou para o Alfonso para ver se ele concordava com a troca no pedido. Ele riu.
- Pode ser o que ela disse. Obrigado.
Depois que a garçonete saiu, olhei ao redor – estávamos em um restaurante mexicano no terraço de um prédio. A vista das luzes de Los Angeles era de tirar o fôlego.
- Este lugar é lindo. Você vem sempre aqui?
- Primeira vez.
- Jura? Imaginava que este lugar estaria entre os seus destinos preferidos para encontros. Um restaurante descolado com uma vista dessas e uma longa carta de drinques, além de ficar no topo de um hotel. É como o combo playboy. Uns drinques... depois um quarto...
- Prefiro deixar um colchão na caçamba da minha picape. É mais barato e fica mais prático para deixá-las em casa depois.
Eu ri.
- Espertinho.
- Eu não sou galinha.
A garçonete trouxe os drinques e provei o meu. Era o drinque mais delicioso que já tinha provado – como se fosse sorvete de coco queimado derretido.
- É mesmo? Então com quantas mulheres você saiu, digamos, no último mês?
- Três.
- Humpf. Um número bom, eu acho. – Beberiquei o drinque e estreitei os olhos, como se fosse analisá-lo: – A menos que você tenha dormido com as três, porque daí seriam três mulheres diferentes por mês, portanto trinta e seis no ano... Depois de dez anos de solteirice, você teria acumulado trezentas e sessenta mulheres. O que é meio nojento.
Alfonso fez uma careta. Eu ri.
- Ah, então você dormiu com todas elas.
- Viajo bastante a trabalho. Às vezes passo quase três meses em outro estado, então nem sempre consigo sair com alguém.
- Então você não fica com ninguém quando está viajando? Nunca conheceu uma mulher num bar, em outra cidade, e a levou para seu quarto de hotel?
Outra careta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sex without love? - AyA
Fiksi Penggemaro amor vai chegar e quando o amor chegar o amor vai te abraçar o amor vai dizer o seu nome e você vai derreter só que às vezes o amor vai te machucar mas o amor nunca faz por mal o amor não faz jogo porque o amor sabe que a vida já é difícil o basta...