Capítulo 15

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- Você está linda, Anahi.

Depois da nossa visita ao hospital, Alfonso me deixou em um hotel para que fizesse o check-in e me preparasse para o jantar.

- Obrigada.

Era a segunda vez que ele me elogiava depois de me buscar. Mesmo que ele gostasse de tirar uma com a minha cara com papinhos sexuais – e, algumas vezes, ele estava falando sério –, senti que o elogio era sincero naquela noite.

- Você também não está nada mal para um homem de trinta anos.

- Vai com calma. Só faz oito horas que tenho trinta anos. A garçonete veio nos atender.

- Posso lhes oferecer algo para beber? O drinque especial de hoje é a margarita de coco. Leva creme de coco fresco, limão, Cointreau e tequila Patrón. A borda da taça vem salpicada com coco queimado levemente salgado.

- Humm. Parece ótimo. Vou querer um – eu disse. Alfonso pediu uma Coca-Cola.

- O quê? É o seu aniversário. Seu último aniversário. Peça um drinque para brindarmos!

- Eu vou dirigir. E meu voo é às seis da manhã. Virei para a garçonete:

- Dá para fazer a margarita de coco sem álcool?

- Dá, claro.

- Então traga uma para ele. E coloque aquele guarda-chuvinha. Ele está fazendo trinta anos.

Ela sorriu e olhou para o Alfonso para ver se ele concordava com a troca no pedido. Ele riu.

- Pode ser o que ela disse. Obrigado.

Depois que a garçonete saiu, olhei ao redor – estávamos em um restaurante mexicano no terraço de um prédio. A vista das luzes de Los Angeles era de tirar o fôlego.

- Este lugar é lindo. Você vem sempre aqui?

- Primeira vez.

- Jura? Imaginava que este lugar estaria entre os seus destinos preferidos para encontros. Um restaurante descolado com uma vista dessas e uma longa carta de drinques, além de ficar no topo de um hotel. É como o combo playboy. Uns drinques... depois um quarto...

- Prefiro deixar um colchão na caçamba da minha picape. É mais barato e fica mais prático para deixá-las em casa depois.

Eu ri.

- Espertinho.

- Eu não sou galinha.

A garçonete trouxe os drinques e provei o meu. Era o drinque mais delicioso que já tinha provado – como se fosse sorvete de coco queimado derretido.

- É mesmo? Então com quantas mulheres você saiu, digamos, no último mês?

- Três.

- Humpf. Um número bom, eu acho. – Beberiquei o drinque e estreitei os olhos, como se fosse analisá-lo: – A menos que você tenha dormido com as três, porque daí seriam três mulheres diferentes por mês, portanto trinta e seis no ano... Depois de dez anos de solteirice, você teria acumulado trezentas e sessenta mulheres. O que é meio nojento.

Alfonso fez uma careta. Eu ri.

- Ah, então você dormiu com todas elas.

- Viajo bastante a trabalho. Às vezes passo quase três meses em outro estado, então nem sempre consigo sair com alguém.

- Então você não fica com ninguém quando está viajando? Nunca conheceu uma mulher num bar, em outra cidade, e a levou para seu quarto de hotel?

Outra careta.

Sex without love? - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora