Para não parecer ingrata, grosseira e mal educada, eu resolvi arrumar uma boa desculpa para poder fugir da situação tensa entre nós.
- Anthony, será que agora você poderia me deixar sozinha, para eu poder tomar um banho e me trocar?
- Ah, claro que sim. - concordou afastando- se de mim.
Pelo seu olhar, ele parecia ter se tocado.
- Mas se caso precisar de mim, sabe onde me encontrar!
- Ok, obrigada. - sorri meia sem jeito.
Ele, então, se virou para sair, mas do nada ele se virou para mim novamente.
- Ah, antes que eu me esqueça. - colocou a mão no bolso, tirou a minha correntinha e esticou o braço com a mão aberta para eu pegar - Aqui, acho que isso pertence a você.
Eu, então, me aproximei e peguei da mão dele.
- Ahm.. obrigada. - agradeci com lágrimas começando a se formar em meus olhos - Essa aqui é uma das heranças mais importantes e valiosas que minha mãe me deixou. - olhei para ela e foi como se eu tivesse tido um flashback.
Lembrei de tantas coisas que aconteceram, tantas recordações maravilhosas ao lado da minha mãe.
- Bem, eu vou deixar você mais à vontade. Assim você pode tomar um banho, se trocar e descansar um pouco.
- Tá claro. - concordei com um sorriso sincero - E mais uma vez obrigada, Anthony.- Disponha. - retribuiu o sorriso.
Ele, então, se virou e saiu.
Já eu, abri o pingente, e ao ver a foto da minha mãe, uma saudade e uma dor imensa invadiu o meu peito.
Com isso as lágrimas que haviam se formado em meus olhos finalmente começaram a escorrer sobre o meu rosto.
- Quanta falta você me faz, mamãe. - me sentei no chão e encostei na cama enquanto as lágrimas caiam abundantemente - Me dê forças para continuar, por favor.
Dobrei minhas pernas, deitei minha cabeça nos meus braços e chorei de soluçar.
- Eu sei que não devo ser egoísta, mas eu preciso de você, mamãe, eu preciso muito. - deitei-me no chão em posição fetal - Porque você se foi, porque tiraram você de mim, porque?
Quando pensei estar sozinha, sem ninguém para me confortar, eis que a porta se abriu, fazendo-me levantar do chão rapidamente.
- Antoni?! - comecei a limpar meus olhos para que ele não percebesse que eu estava chorando.
Ele, então, não disse nada, apenas veio em minha direção e me puxou para um abraço apertado. Algo que me surpreendeu muito.
.." Um conforto de alguém que eu mal conheço, mas que dentro de mim, sinto que ele ficará para sempre em minha vida.
Fiquei algum tempo abraçada a ele, num total silêncio, enquanto ele acariciava os meus cabelos e a minha costa carinhosamente, até a dor e as lágrimas finalmente cessarem.
- Eu pensei que você já havia ido para o seu quarto. - digo ainda soluçando e ainda em seu conforto e aconchego.
- Eu vi a dor e a tristeza em seu olhar quando pegou a correntinha da minha mão, Alessia. - olhou- me com compreensão - Sei que talvez você não vá acreditar em mim, mas eu já vivi e senti algo parecido.
Eu até queria perguntar a ele com quem foi, mas achei que seria muita intromissão de minha parte.
.." Acho que se ele tiver que me contar um dia, será por vontade própria e não por curiosidade minha.
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O outro lado de um mafioso ♥️ Em Revisão ♥️
AléatoireAlessia Lucchesi é uma jovem de 18 anos meiga e delicada, com uma beleza natural e admirável, que acaba de terminar o ensino médio. Vivendo apenas com a sua mãe na pequena cidade de *Pordenone* na Itália, ela ainda se vê indecisa do que quer para a...