Mentiras, acordos e mágoas.

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Eu já havia caminhado horas e horas, quilômetros e quilômetros, parando somente para descansar um pouco as vezes.

Já estava começando a escurecer, quando finalmente avistei um motoqueiro parado no acostamento.

- Aí, nossa, até que enfim alguém parado nessa estrada. - suspirei cansada, mas aliviada por ver alguém que talvez poderia me ajudar - Sei que é perigoso, mas eu preciso muito de uma carona. Pelo menos até um tanto do caminho. Isso já me aliviaria bastante. Ainda mais sabendo que estou sem beber, nem comer nada o dia inteiro. Tenho sorte de não ter desmaiado ainda.

Eu estava sem dinheiro nenhum, apenas com minha bolsa de documentos e o celular sem chip que o Luigi me deu graças ao Antoni que havia ganhado dele na aposta.

- Tomara que não me aconteça mais nada de ruim comigo, pois já estou cansada de tanto azar.

Conforme eu me aproximava cada vez mais do tal motoqueiro, mas semelhança com alguém que eu conhecia, ele tinha.

- Não, não pode ser ele. É impossível. - me aproximava cada vez mais sem acreditar em tal coincidência - Como é que ele veio parar aqui?

Eu mal me aproximei e ele já se virou para me olhar, como se já estivesse esperando por mim.

- E aí gata, carona? - ofereceu- me o capacete logo de cara.

- Vincenzo, o que você faz aqui?

- Ué, te esperando gata!! - sorriu ironicamente.

- Como você sabia que eu estava aqui? - indaguei.

- Pela localização do seu celular novo.

- Como, se ele está sem chip? - perguntei curiosa.

- Bom, o método eu já não sei como te dizer, Alessia. Já que foi o Alonzo e o seu meio-irmão Luigi que fizeram isso. Eu apenas fui encarregado de vir buscá- la.

- Assim, claro. - o olhei com compreensão - Mas onde está o Alonzo, o Luigi, o Nicolas e o Antoni?

- Bem, o Alonzo, o Luigi e o Nicolas estão resolvendo um negócio. Já o Antoni,.. - olhou-me receoso.

- O que tem o Antoni, Vincenzo? - indaguei com palpitação - Fala logo. - gritei exaltada.

- Ele levou dois tiros ao tentar te resgatar, Alessia.

- Não, não, não, não,.. - sentei no chão, cruzei meus braços em meus joelhos, deitei minha cabeça e comecei a chorar - É minha culpa.

- Não, não é, Alessia. - tentou fazer eu me sentir um pouco melhor - Ele é quem quis ir atrás de você ao invés de chamar a polícia.

- Não, é minha culpa sim. Se eu tivesse ficado dentro daquela boate nada disso teria acontecido.

Ele desceu da moto, agachou- se na minha frente e segurou em meu ombro.

- Alessia, tudo o que aconteceu tinha um propósito. Nada aconteceu por acaso.

- É, e que propósito é esse? - indaguei olhando fixamente em seus olhos.

- Finalmente a união de nossas famílias e o fim da rivalidade do Alonzo com o Antoni.

- Como assim? -- indaguei - Do que você está falando?

- Bem, depois dos tiros que o Antoni recebeu, meu irmão Alonzo salvou a vida dele doando sangue a ele, e com isso os dois finalmente fizeram uma trégua. Um tratado de paz e amizade entre eles.

- Hum, que bom saber disso. - sorri meio forçada - Mas ainda não aliviou a minha culpa. - suspirei fundo.

- Mas deveria. Por que graças a você, agora os dois não vão mais querer matar um ao outro quando se verem.

O outro lado de um mafioso ♥️ Em Revisão ♥️Onde histórias criam vida. Descubra agora