PRÓLOGO

2.5K 225 9
                                    

Olá meu amores!
Eu senti uma falta danada de vocês e dos comentários que só vocês me dão pra ter energia.
Essa história veio do nada, uma ideia em um dia de frio.
Não me senti bem na minha última história(achei ela ruim), e pensei honestamente que não tinha mais cabeça pra esse espaço. Me senti desanimada e desencorajada depois de ver tanta gente indo bem e eu não kkk.
Mas essa história é a minha segunda chance com vocês.
E com isso deixo esse conselho: NUNCA DESISTAM!

Embarquem comigo nessa aventura que é se reconectar quando achamos impossível.

Até dia 10/8
________________________________________________

TIA VERONA

Depois de uma certa idade, atingimos uma maturidade em relação a vida que nos permite enxergar tudo de uma forma mais ampla. Entender que o tempo passa e o tempo que cura, também é um tempo que passa rápido, muito rápido.

Mas ultimamente parecia estar passando muito lentamente para o meu gosto. E estava na hora de intervir.

- Você tem certeza que isso é uma boa ideia, Verona? – Júlio, meu marido, me pergunta.

Júlio e eu nos conhecemos na noite do bingo há uns anos atrás. Eu na época com cinquenta e oito e ele já com sessenta. Três meses depois, juntamos nossas coisas e ele virou meu terceiro marido.

Três maridos bem antes dos sessenta porque eu sabia que o tempo passava de pressa. E a melhor de passar por ele, era vivendo cada momento.

O que atualmente, o meu sobrinho que passou a morar comigo há três anos, não estava fazendo.

- Já se passaram três anos, Júlio. Não vou ver meu sobrinho, o qual eu criei como um filho e que é uma das pessoas que eu mais amo no mundo, se afundar em si mesmo.

- O luto não é fácil. – Ele diz enquanto passa a mão pela barba.

Estávamos na sala de estar da nossa casa na fazenda. Ele no sofá de dois lugares e eu do lado, com uma mesinha apoiando o notebook no colo.

- Nunca foi e nunca será. Mas a vida continua quer gostemos ou não e devemos aprender a segui-la. – Respondo enquanto digito furiosamente.

Poderia ser grosseiro pensar assim, mas essa era a bruta verdade da vida. Ela passava quer gostássemos ou não. Os segundos viram minutos, que viram horas, que se tornam dias e quando se menos espera, um ano inteiro da sua vida se passou enquanto observávamos tudo da janela.

- E você já se perguntou se ele quer isso?

Bufo.

- A maioria dos homens não sabe o que quer até isso estar sendo praticamente esfregado na cara deles.

Ele ri antes de balançar a cabeça.

- Deveria me surpreender com você, mas já imaginava que isso estava te corroendo a tempos. E você, minha querida, é uma mulher de ação.

Paro de digitar e olho para ele com um sorriso brincalhão nos lábios.

- Você sabe bem disso.

Ele ri novamente antes de olhar para a tela do notebook com curiosidade por todo o rosto.

- Qual o nome dessa pobre mulher que não sabe na armadilha que está caindo?

- Cecília. E não, não é uma armadilha. Ela precisa de férias e eu tenho um excelente local para ela passar as férias.

Agora Júlio me olha cético.

- Ela procura um lugar para passar as férias, não um romance.

Dou de ombros.

- Férias sempre podem trazer suas aventuras e seus mistérios.

Tive essa ideia uns meses atrás depois de olhar meu sobrinho Tom, brincando com sua filha que tem metade do meu coração, Cacau. Os dois precisavam de alguém mesmo que não admitissem. E já que ele rejeitou minhas tentativas de encontros, resolvi fazer de outra maneira.

Ele não aceitaria facilmente se essa mulher fosse romanticamente posta na sua vida, então criei o anúncio de férias na internet. No começo foi complicado porque tive que peneirar muito. Recusei casais, idosos, e principalmente, mulheres doidas.

Para despistar, deixei que alguns passassem as férias aqui. Assim eu tinha como explicar para o meu sobrinho que estava alugando quartos na fazenda sem que ele ficasse desconfiado.

Talvez fosse loucura botar esses estranhos na minha casa? Talvez. No entanto, tempos desesperados exigiam medidas desesperadas.

Até pensei em desistir, só que no último minuto, um milagre aconteceu. Ou melhor falando, o destino resolveu agitar meu lado e o perfil de Cecília Moraes.

Linda com um sorriso que parecia natural, sem essa beleza artificial da internet.

Divorciada.

Adorava natureza se as fotos que eu vi ali davam indicação de alguma coisa.

Naquela hora, meu instinto que nunca errava – bem, na maior parte do tempo -, e me dizia que aquela era a mulher.

Minha última tentativa.

Ela chegaria daqui a dois dias e eu já havia arrumado toda a casa novamente.

O casarão na fazenda valia a fama que tinha. Quatro quartos espalhados em dois andares bem espaços e amplos. Mandei construir cabanas espaçosas na parte de trás que levavam até a casa principal onde eram servidas as principais refeições.

A fazenda ainda continha um galinheiro, um estábulo com alguns cavalos e um pequeno curral com algumas vacas. O espaço se estendia muito mais além. A fazenda era a soma do pedaço de terra da minha família e o outro pedaço que meu primeiro marido havia me deixado.

A ideia de realmente transformar isso tudo em uma pousada não era de todo ruim, mas tinha outro objetivo a ser realizado.

- Você acha que a Cacau vai aceitar tudo isso numa boa?

Olho para o meu marido como se ele fosse idiota.

- E quem você acha que me deu essa ideia? Ela está nesse exato momento é distraindo o pai para que ele não tente me bisbilhotar ou ouvir nossa conversa.

- Que conversa, tia? – A voz rouca do meu sobrinho me questiona e eu viro para ver ele na entrada. Alto, moreno queimado de sol, olhos castanhos, forte, bom coração, extremamente gentil.

Mas os olhos ainda estavam apagados.

Ele não merecia isso.

Era hora de viver e apreciar cada pedacinho dessa dádiva que Deus havia dado para todos nós que se chamava: dia.

E todo dia é uma nova oportunidade de conquistarmos o que merecemos.

Todo dia era dia de uma segunda chance.

NOSSA SEGUNDA CHANCEOnde histórias criam vida. Descubra agora