CAPÍTULO 23

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Oi gente! Nossa, mil desculpas por não conseguir postar quarta, mas tive uma crise de tendinite essa semana e só estou melhorando agora. Consegui fazer até aqui, mas semana que vem já espero normalizar tudo com vocês! Espero que gostem ☺️

TOMÁS

Não sabia como seria o rumo da nossa conversa, mas nem nos meus sonhos mais loucos pensaria que terminaria daquela forma.

Nós dois, conversando sem brigar, sem implicar e apenas curtindo a presença um do outro.

Não queria mais evitá-la mais ou evitar esse sentimento que tomava conta de mim sempre que estava perto dela.

Sabia que era errado comparar isso que eu tinha com a Cecília e meu relacionamento com a minha falecida esposa, mas acho que é algo natural. A mesma cumplicidade, o mesmo sorriso fácil e ainda assim... tudo completamente diferente.

Comemos com calma enquanto falávamos amenidades. Não pensei que seria tão fácil conversar com ela.

Depois do lanche, minha tia apareceu, batendo na porta levemente.

— Olá? Será que nossa querida hóspede melhorou? – Ela entra depois que eu digo que podia entrar.

Ela e Júlio entram, e o olhar da minha tia vai direto para a Cecília, enquanto o olhar do meu tio vai direto para mim e as nossas mãos unidas na cama.

Ele sorri de lado ao me encarar e dou apenas de ombros, abrindo um sorriso pequeno.

— Se alimentou? Quer mais alguma coisa? Posso preparar uma sopa reforçada para você, para repor suas energias. – Minha tia praticamente me afasta ao sentar do lado dela. — E as dores? Fiz o melhor com o que lembrava porque uma vez enfermeira, sempre enfermeira.

Cecília sorri e aquilo me aquece. Me tocava o quanto ela gostava da minha família, como ela em pouco tempo conquistou eles de forma genuína assim como ela me conquistou.

— Estou bem, dona Verona. A senhora cuidou de mim melhor do que qualquer hospital. Não tem noção do quanto estou grata pela senhora e por tudo que fez por mim até aqui.

Minha tia parece envergonhada, mas a verdade é que ela adora um elogio.

Ela acena como se fosse nada.

— Cair da árvore pode sempre ser sério e me preocupou tanto quando meu sobrinho entrou com você no colo e a expressão de dor que você tinha... só de imaginar as opções do que podia dar errado...

Cecília pega na mão da minha tia e aperta.

— Que bom que tenho as melhores pessoas para cuidar de mim. — Ela da outro aperto na mão da minha tia antes de olhar para o meu tio. — Obrigada a você também, seu Júlio. Cada dia que passa me sinto mais acolhida aqui.

— Não foi nada, querida. Agora nossa maior preocupação é acompanhar a melhora desse tornozelo porque qualquer coisa te levamos ao hospital. Até mesmo agora se quiser.

— Acho que não vai precisar, os analgésicos estão me deixando bem e prometo que qualquer coisa aviso a todos vocês. Tirar uns dias para repousar vai ser bom.

— Pode ficar tranquila que você tem duas meninas que estão prontas para serem suas ajudantes em um piscar de olhos. – Seu Júlio fala com um sorriso maroto no rosto.

Todos rimos imaginando as duas e como elas devem estar prontas para invadir aqui a qualquer momento.

Minha tia de repente olha para mim ali, rindo, de um jeito leve e sei que ela percebe alguma coisa, porque na mesma hora seus olhos brilham com malícia e me preparo para que ela fale alguma coisa constrangedora.

Mas por incrível que pareça, ela apenas pigarreou e levantou da cama.

— Bem, acho que está na hora de irmos, Júlio. – Ela sorri para nós dois antes de caminhar para a porta. — Precisamos deixar a Cecília descansar e meu sobrinho vai ficar aqui com ela.

Aceno em concordância tentando não rir enquanto minha tia não consegue disfarçar.

Logo eles saem levando a bandeja vazia, me fazendo rir.

— Minha tia não soube disfarçar tão bem, não é mesmo?

— Não mesmo.

Rimos cúmplices um pouco mais antes da Cecília bocejar.

— Estou cansada, mas preciso tomar um banho antes de dormir mais.

Cecília tenta levantar da cama, mas eu logo levanto, pegando a muleta para ela.

Só de imaginar que ela iria para o banheiro, que ficaria nua lá, molhada...

Tive que balançar minha cabeça, tentando clarear meus pensamentos errôneos. Não era hora disso.

Ela estava debilitada e precisava descansar e repousar. Não precisava disso. Não precisava do meu tesão desenfreado em cima dela.

Com alguma dificuldade ela vai até o armário e pega um pijama e vamos até o banheiro.

Dentro dele podia sentir seu cheiro cada vez mais forte, cheiro do seu perfume delicado e doce.

Isso com certeza não iria ajudar a parar o meu tesão.

Tive que fazer um rosto impassível enquanto ajudava ela até la.

— Qualquer coisa pode me chamar, estou atrás da porta. – Falo com a voz rouca e saio rapidamente dali.

O que parassem minutos depois, o chuveiro liga e meu sangue parece esquentar ainda mais.

Minha mão se contrai com a possibilidade de sentir sua pele nua, sentir seu toque em mim e poder retribuir.

Era uma loucura isso, mas desde que me permiti liberar todos os sentimentos que tinha por ela, eles saíram de mim como uma enxurrada, me afogando no processo de sentir cada instante com mais intensidade do que antes.

Precisava me controlar.

Cecília, nua, molhada, no chuveiro.

Foco, Tomás Santana.

Depois do que pareceram horas, mas provavelmente foram só minutos, o chuveiro desligou e ouvi alguns barulhos lá dentro, provavelmente ela agora se arrumando.

Cecília, nua.

No banheiro.

Balanço a cabeça novamente.

Foco, Tomás Santana, foco.

Depois de um mais um tempo consegui me acalmar e Cecília saiu do banheiro, fazendo com que seu cheiro delicioso ocupasse cada canto daquele quarto.

Queria beija-lá novamente.

Agarrar sua nuca e puxa-lá para que pudesse esmagar minha boca na dela e sentir nosso corpos colados como se fosse um só.

Quando me afasto da parede para olhar para ela, vejo seus olhos nublados de desejo e um pouco de insegurança, timidez até, enquanto me encarava.

Decidindo acabar com essa angústia, me aproximo dela colando nossos corpos, inspirando seu cheiro como eu queria, deixando que ele me impregnasse.

Agora podia tocar nela livremente e me permiti fazer isso.

Nos colamos em um abraço delicado e deposito um beijo na sua testa.

Agora que estava colado com ela, consegui me acalmar mais um pouco.

Me afastei olhando nos seus olhos.

— Vou deixar você descansar porque acho que precisamos disso depois do dia que tivemos, que tal?

— Você vai ficar? – Ela me pergunta curiosa e tímida, abaixando o rosto.

Levanto seu rosto em minha direção com o indicador e passo o polegar pelos lábios dela.

— Não sairia daqui por nada.

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