Me desculpem pela demora, acabei ficando enrolada com umas coisas e esqueci completamente que tinha prometido postar na quarta. 🥲
Espero que gostem ☺️TOMÁS
Tinha feito besteira.
No minuto que a figura da Cecília foi se afastando de mim, eu sabia que tinha feito besteira e estragado tudo.
Assumia a culpa sabendo que foi mais forte do que eu. Que minhas inseguranças foram mais fortes e tomaram conta de tudo, nublando minha visão sobre o que realmente aconteceu e o que meus medos me deixaram ver.
Como pude por um minuto desconfiar da Cecília? Como pude não ouvi-la antes de deixar minha consciência levar o melhor sobre mim?
Lembro que na hora, quando tudo estava acontecendo, estava pensando justamente nela e no seu ex, como ele tinha aparecido do nada e como eles mesmo separados moravam no mesmo Estado, tinham estilos de vida parecidos e querendo ou não, tinham história que era mais longa do que a nossa.
Como ela não podia ficar mexida por um cara que parecia arrependido?
E foi pensando tudo isso que acabei vendo aquela cena horrível e isso fez com que meu mundo caísse no chão e meu pior pesadelo se tornasse real: que ela tinha uma alternativa melhor.
Consegui afastar minha filha antes que a visse e chamasse sua atenção para nós, mas mesmo quando Cecília nos viu e tentou nos alcançar, não queria saber, não queria ouvir.
Ouvir só alimentaria a voz dentro de mim que diz que sou muito pouco pra ela, que sou muito danificado, muito diferente do que ela precisa.
Mas... será que eu já cheguei a ouvi-la? A realmente ouvi-la? Será que perguntei o que ela realmente precisava? Ou será que eu só julguei?
Levo as mãos à cabeça puxando meu cabelo um pouco, irritado comigo mesmo.
E agora? Devia segui-la ou esperar que se acalmasse? Nem eu mesmo sabia o que dizer agora, só sabia que estava agoniado e não queria que ela fosse embora.
Mas será que ela iria ouvir quando dissesse que tinha errado porque era inseguro sobre o nosso futuro? Que estava a tanto tempo sem me relacionar que quando encontro uma nova mulher, ela me virou de quatro, me tirou do eixo e as emoções com ela são mais a flor da pele do qualquer outra coisa?
Meu corpo parecia grudado ali, minha mente corria a mil por hora enquanto meus pés se mantinham colados ao chão.
Estava nervoso e ficar pensando na melhor decisão me deixou ainda pior.
Precisava pensar, chegar a uma conclusão...
Queria que ela ficasse, mas que vida oferecia a ela? Valeria a pena ela abandonar a vida que ela tinha toda estruturada pra ficar aqui?
Sabia que estava me vendendo muito pouco, mas tínhamos muito pouco tempo juntos para se considerar largar tudo.
Podia me sentir meu coração batendo mais apressado e minhas mãos suando.
Antes que pudesse raciocinar, selei o Sol e saí para raciocinar.
CECÍLIA
Não podia acreditar nele!
Ficou lá como um paspalho enquanto me via ir embora. Não bastava não me ouvir, ele ainda me deixou ir tão facilmente como se eu nem valesse a luta.
Signifiquei tão pouco?
Sabia que nossos momentos eram poucos, sabia que éramos recentes, sabia de várias coisas...
E mesmo assim me joguei com tudo que tinha. Porque sabia que se eu não arriscasse seria pior, que se eu não desse aquele salto de fé, voltaria a ser a mesma Cecília de antes, que ficava retraída, que tinha planos e esquecia de todo o resto.
A Cecília que não vivia.
Porém eu não era mais aquela mulher.
Eu fiz a minha parte, vivi e me entreguei como me deixei fazer, mas não podia e não iria viver pelos outros.
Ia sofrer sim, mas isso não ia me abrandar, não mesmo.
Sai em direção ao meu quarto, deixando a porta aberta sem perceber e puxando minha mala aberta na cama.
Olhei para a mala por um segundo e respirei fundo.
Não.
Eu não iria fugir ou ser covarde como ele foi.
Essas eram as minhas férias e nem ex e nem atual iriam arruinar isso.
Sentei na cama, do lado da minha mala e refleti.
O que faria agora?
— Cecí? Toc toc, sou eu. — A voz receosa do Charles vem na porta e seu sorriso caloroso junto com o da Dona Verona aparecesse na porta da minha cabana.
— Oi, gente. – Tentei sorrir para os dois, mas tinha certeza que tinha saído algo torto e nada verdadeiro.
— O Charles me falou o que houve, minha querida. Você precisa de alguma coisa? – Agradeci que ela não perguntou se eu estava bem porque devia ser bem visível que não estava. E honestamente? Não conseguiria mentir agora.
— Preciso sim. Preciso de uma garrafa de vinho e um ombro pra reclamar.
Charles sorri para mim daquele jeito que eu aprendi a amar e valorizar nos últimos tempos.
— Gata, isso a gente consegue fazer por você em segundos. Vamos, levanta daí porque nós vamos sair.
Olho receosa para dona Verona.
Será que ela aceitaria sair sabendo que provavelmente eu iria reclamar do seu sobrinho que ela basicamente vê como filho?
Como se lesse meus pensamentos, ela abana com a mão na frente do rosto.
— Querida, vim aqui prestar ajuda a você sabendo que meu sobrinho cagou tudo. Então não importa se eu o amo imensamente, ele errou. E agora, você precisa da gente e precisa desabafar. Então vamos ao bar!
Ela bate palmas finalizando e Charles a acompanha antes de botar minha mala para baixo e me puxar da cama.
— Meu amável companheiro aceitou que isso era uma emergência e vai entreter nossa filha por hoje enquanto eu cuido dessas duas elegantes senhoras. – Ele me puxa para um abraço e eu correspondo. — Vamos sair, beber, rir, chorar, fofocar e comemorar.
E pela primeira vez depois dessa confusão toda, eu dei um sorriso.
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NOSSA SEGUNDA CHANCE
RomanceSINOPSE: Cecília precisava de um recomeço. Acabou de separar e ver ruir um relacionamento de anos como se fosse nada. Logo, ela questiona sentimentos, pensamentos e até a si própria. E um momento de epifania, ela junta suas coisas e parte em uma jor...