CAPÍTULO 3

1.4K 198 15
                                    

CECÍLIA

Posso apenas dizer que depois daquela pequena introdução, o resto se seguiu apenas de grunhidos da parte dele e acenos de concordância da minha parte.

Logo foram embora ao perceberem que não tinha nada de bom ali.

Concordei em ver todos no jantar e depois tranquei a porta com um suspiro.

Tomás.

Um nome bonito para um homem bonito extremamente detestável.

Fui em direção ao frigobar e peguei meu vinho que comprei na cidade ali perto. Comprei três garrafas, barras de chocolate e algumas frutas. Mesmo sabendo que tudo era oferecido ali, algumas coisas eram essenciais em emergências.

E por isso enchi uma taça com vinho e tomei um bom gole antes de pegar meu celular e mandar uma mensagem para a minha amiga. Conto tudo em um áudio de quase três minutos que eu sabia que ela iria reclamar bastante, mas precisava disso.

A audácia daquele homem.

Como ele podia ser pai daquela menina tão doce? Mesmo espoleta, ela parecia muito mais amável do que o pai dela.

Quando estava terminando a taça e pronta para um cochilo antes de enfrentar o resto do dia, meu celular vibrou.

Lari: Problemas no paraíso então.

Eu: Ele é problema dele mesmo.

Lari: Hm, ele é bonito, não é? Por isso você ficou mais estressada ainda. Aposto que ficou um tempo encarando ele como um sonho de padaria fresquinho.

Olho em choque para o meu celular.

Eu: Queria entender como a sua mente SEMPRE vai para a sarjeta ou para comida.

Lari: É um dom. Você devia ser grata.

Rolo meus olhos antes de falar que mais tarde nos falaríamos. Aproveitei para mandar algumas fotos que havia tirado e tive mais alguns elogios antes de nos despedirmos ainda por mensagem.

Levanto para fechar as cortinas e aproveito para tirar meus jeans e o sutiã antes de deitar na cama de casal e me cobrir com a manta fofinha.

Solto uma longa respiração antes de sorrir.

*

Depois do banho, coloquei um jeans novo de lavagem escura, e uma blusa de manga curta de cor cinza. Tinha lavado meu cabelo e sequei um pouco com o secador e decidi deixa-lo solto. Meus cachos emolduravam meu rosto limpo e livre de maquiagem.

Nunca fui muito de usar maquiagem ou viver arrumada. Gostava de andar confortável e me sentia muito bem na minha própria pele sem precisar de qualquer artifício.

Quando me divorciei, a primeira coisa que eu fiz foi me encarar no espelho de corpo todo do quarto.

Olhei para aquela mulher que gostava da própria pele e me questionei.

Questionei meu peso.

Questionei o tamanho dos meus seios. Muito pequenos?

O tamanho da minha bunda. Muito mediana?

Questionei seu meu cabelo era desarrumado demais, bagunçado demais para os jantares chiques da empresa que tive que comparecer com o Felipe.

Fui para o meu armário e olhei minhas roupas.

Eram muito simples? Precisava de mais saltos? Adicionar mais cor?

Tinha poucos vestidos? Será que tinha vestidos tão melindrosos assim?

NOSSA SEGUNDA CHANCEOnde histórias criam vida. Descubra agora