CAPÍTULO 30

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Gente do céu, eu dormi e sonhei que tinha postado já hahahhahaha.
Desculpem pela demora!
Venho desde já, desejar um feliz ano novo pra vocês que sempre me acompanham por aqui e nas minhas ideias loucas.
Que 2023 seja de saúde, de calmaria, de paz e imensa prosperidade! (E claro, mais histórias)

CECÍLIA

Quando Tomás falou que queria me surpreender, acho que nem ele pensava que uma das surpresas seria essa.

— Felipe? O que você está fazendo aqui?

Felipe ajeita a postura e os óculos no rosto.

— Eu? O que você está fazendo aqui com ele?

Dou de ombros.

— Bem, considerando que ele é o meu encontro, acho apropriado ele estar aqui mesmo. Mas você que ainda não respondeu a minha pergunta. O que você está fazendo aqui?

— Vim procurar você, é claro.

Oi?

Tentei parar a careta que se formava no meu rosto, mas acho que não consegui esconder muito bem.

— Veio fazer o que atrás de mim?

Podia sentir vibrações perigosas vindo do Tomás em direção ao meu ex e entendia. Caramba, eu mesma tinha vibrações perigosas em direção a ele.

Como ele vinha aqui atrapalhar meu encontro?

Na verdade, como ele veio parar aqui?

— Podemos conversar? Em particular? – Ele olha de relance para Tomás que o encara com raiva.

Ainda não havíamos conversado sobre o meu ex, mas se qualquer vibração que eu emitia sugeria alguma coisa, era que as coisas não terminaram bem.

— Não. E gostaria também que você saísse daqui. – Falei já sentindo minha paciência ir pelo ralo. Era tão inacreditável a presença dele aqui para estourar minha incrível bolha.

— Acho que você deveria me ouvir, em consideração aos nossos bons tempos. – Ele tenta se aproximar do meu lado da mesa e Tomás estica o braço, botando a mão no peito dele.

— Ela disse que não quer conversar e já pediu pra você ir embora. Não entendeu? Precisa que eu desenhe? – Ele tira a mão do meu ex e continua o encarando.

Ah, Tomás. Eu raramente gostava que falassem por mim, mas você falando...

Felipe franze a testa para ele antes de voltar a olhar para mim. E se alguma coisa seu olhar me diz, é que ele me irritaria ao extremo dessa vez.

— Você realmente me trocou por esse cara aqui? Sério, Lina?

Quando nos conhecemos, eu achava fofo ele me chamar de Lina. Dizia que os apelidos de Cecília eram meio óbvios e queria algo diferente. Então pegou o Lia e botou um n. Era uma coisa nossa.

Hoje já fico irritada por ele querer mostrar isso na frente da atual pessoa que eu estou. Desrespeitando a presença do Tomás aqui para reiterar algum tipo de "eu conheço ela melhor do que você".

Ridículo.

— Sério mesmo é você vir até aqui, atrapalhar 'unhas férias, atrapalhar meu encontro e continuar me irritando enquanto você podia só ter mandado uma mensagem que eu responderia quando achasse melhor. Sério mesmo é estar lindando com isso enquanto poderia e queria fazer algo muito melhor e mais interessante.

O rosto do Felipe fica vermelho e podia ver ele perdendo a paciência, mas as pessoas estavam olhando e tanto eu quanto ele, odiávamos audiência.

— Liguei várias vezes e você não atendeu. Não me deixou outra alternativa.

A mão do Tomás que ainda segurava a minha, apertou mais forte quando ouviu isso. Eu aperto de volta, lhe dando um olhar tranquilizador antes de voltar a encarar meu ex.

— Atenderia quando tivesse vontade. Agora, vai embora. Não quero ouvir ou saber nada agora.

Ele fica apoplético enquanto me encara tentando insistir em algo que não adiantaria. Felipe começa a falar novamente, mas dessa vez Tomás levanta da mesa e acena para a porta.

— Olha cara, tentei não me meter e ficar na minha, mas você não vai mais estragar o meu encontro. Você pode fazer esse favor a nós dois e ir embora ou eu posso simplesmente botar você pra fora. Uma escolha e dois segundos pra tomar.

Felipe parece finalmente entender que ele não ganharia aquela briga ao olhar o tamanho do Tomás e bem, os músculos e tudo o que ele é.

Ele olha para ele por um segundo antes de voltar para mim.

— Vou ficar aqui por mais algum tempo. Estarei esperando sua ligação.

E sai, me deixando em choque.

E é assim que quem volta com as nossas coisas é o Gil, com um sorriso engraçado no rosto.

— Só vim deixar isso aqui e agradecer por você ter lidado antes que eu tivesse que expulsar seu ex.

— Eu lidei com ele. – Tomás resmungou enquanto tomava um gole da sua nova bebida que Gil trouxe.

Gil ri.

— Vi você lidando muito bem com ele. Mas depois falamos disso, hora de vocês finalmente aproveitarem o encontro de vocês.

Ele sai com nossos antigos copos vazios e eu tomo um gole da minha nova caipirinha.

Finalmente começamos a comer e assim que corto a costela e como um pedaço, eu gemo de felicidade.

— Agora sim podemos finalmente aproveitar nosso jantar em paz. E nossa, você estava certo. Isso aqui é uma delícia.

Tomás sorri e come mais um pouco antes de limpar as mãos e me encarar.

— Sei que não tenho direito de me meter, mas queria saber... – Ele deixa por isso mesmo e eu engulo mais um bocado da comida antes de tomar mais um gole da minha caipirinha porque isso exigia coragem líquida.

— Você tem direito de saber sim. Tem o direito de saber que fui casada com o Felipe por anos, e tínhamos um casamento que eu achava que era bom e na verdade era morno. Não sei exatamente em que ponto nos afastamos ou que tudo esfriou, mas nada justifica como ele me acusou de basicamente ser a culpada disso tudo e pedir o divórcio. Logo depois ele foi comemorar sua solteirice pela cidade. No dia seguinte.

Tomás resmunga e xinga meu ex baixinho.

— Bem, a gente não se fala a muito tempo. Desde que o divórcio foi finalizado, a gente não se fala. Agora que do nada ele deu para aparecer e encher o saco. – Pego mais um pouco da minha batata deliciosa e penso mais um pouco. — Se bem que acho que minha melhor amiga tem um dedo nisso. Vou ligar para ela. Mas não vamos falar mais disso, vamos nos concentrar nesse delicioso encontro.

Tomás sorri e estende a mão de novo para mim e eu a agarro.

— E que nada mais vai atrapalhar.

— Nem estragar.

Sorrimos um para o outro e temos a noite livre de mais chateações.

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