CAPÍTULO 22

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Hora de aliviar a mente ansiosa de vocês. Espero que gostem ☺️

CECÍLIA

— E então, Tomás? Por que você quer me ajudar? Nunca quis desde que cheguei aqui.

Ele desvia o olhar rapidamente, um tique aparecendo na sua mandíbula, me levando a entender que estava estressado.

Estressado com o que? Comigo? Com a pergunta? Com a situação?

Ele abre a boca para responder mas levanto uma mão na hora.

— E não quero mentiras, acho que não temos mais idade para mentir como se fôssemos dois adolescentes.

Tomás acena antes de continuar.

— Vou ser honesto e dizer que lutei muito contra isso. Nunca quis me aproximar de mais ninguém depois que a minha esposa morreu. E não sei o que você tem que mexe tanto comigo, e depois do nosso beijo... – Ele suspira e passa a mão pelo rosto. — Sei que agi de forma errada com você ontem, e me desculpe por isso. Você não merece que minha indecisão confunda você também. Mas a verdade é que eu gosto de você, Cecília, e não sei como lidar com isso.

Fico estática enquanto ouço.

Não pensei que ele fosse realmente ser honesto comigo. Na verdade, pensei que pedir para ele a verdade, o faria levantar e sair dali sem nem querer mais saber de mim.

Finalmente o encaro tentando processar tudo enquanto meu coração bate como se estivesse em uma corrida, completamente alucinado.

Isso me leva a triste percepção de que... eu gostava dele também.

Mas gostava o suficiente para insistir nisso? Para insistir em um homem que mudava de ideia como uma criança pequena? Que vivia constantemente a sombra do relacionamento antigo dele?

Depois do que houve no meu casamento, me prometi que viveria mais, entretanto, não viveria para sofrer mais. Enquanto eu olho para o Tomás, vi que ele seria um tiro no escuro que não seria fácil.

E ainda tinha a filha dele. Como posso arriscar isso? Comprometer isso?

Por mais que ficar perto dele me inquiete e lembrar do nosso beijo me atormente, acho que não posso machucar meu coração voluntariamente assim.

E Tomás Santana tem coração partido escrito por ele todo.

— Tomás... não sei o que dizer. Não sei nem... – Paro um pouco e fecho os olhos antes de abri-los. — Eu gosto de você também. Mas e agora? O que a gente faz com isso? Você foi muito volúvel desde que eu cheguei aqui e como posso acreditar que isso não vai se transferir para o que quer que seja isso. O que quer que sejamos.

Seus olhos claros me encaram tempestuosos e sinto meu coração apertar.

Tudo nesse homem me afeta e me transforma e não tenho como parar isso. Não sei se consigo e não sei se quero.

A parte racional da minha cabeça diz que preciso dizer não, que preciso negar isso antes que seja tarde demais.

Mas enquanto olho nos olhos dele... ele está sendo sincero, se abrindo... e se?

Tomás parece sentir minha luta e levanta, chegando mais perto da minha cama e pega na minha mão.

Sua mão parecia queimar contra a minha e senti aquele beliscão que sempre sentia quando estava perto dele. Aquela conexão, aquele puxe entre nós dois.

Parei de olhar para nossas mãos unidas e olhei para ele, o que me roubou o fôlego quando vi o jeito carinhoso e terno que me olhava.

— Sei que não sou a melhor pessoa para se apostar em um relacionamento, mas quero que você saiba que não falaria nada disso se não quisesse tentar.

— Você quer mesmo? – Perguntei baixinho, me sentindo vulnerável pela primeira vez desde acordei com ele aqui.

— Quero. Ontem eu já estava vindo aqui para pedir desculpas pelo meu comportamento ontem, mas quando vi você caindo da árvore e senti meu coração na boca, sabia já estava perdido para essa força louca que me empurra a você de todas as formas. Tentei tão arduamente lutar contra isso, mas tem certas batalhas que já vem vencidas antes mesmo da gente tentar.

Nos encaramos presos naquele momento de cumplicidade. Um sentimento gostoso tomou conta de mim enquanto sorriamos um para o outro.

— Podemos levar as coisas devagar se você preferir, tá bom? – Ele aperta minha mão e eu aceno. — A gente vai se conhecendo.

Isso seria bom.

Isso seria maravilhoso.

— Você... – Balanço a cabeça me sentindo envergonhada como uma pré-adolescente perto da sua paixão. — Você vai ficar?  Sei que falei para você ir embora antes mas... ficaria feliz se ficasse.

Ele acena.

—  Provavelmente eu iria ficar mesmo se você me expulsasse. Bem, se você tentasse.

Sorrio brincalhona.

— E eu conseguiria. Se comando uma turma de trinta crianças, tenho certeza que consigo controlar um homem de quase quarenta.

Ele ri e fico maravilhada.

Era raro ver o Tomás rindo, e isso me deixou ainda mais extasiada. Tinha feito ele rir.

— Pois é, professora, você provavelmente iria conseguir me controlar da mesma forma.

E ficamos assim nessa cumplicidade boba que foi a última coisa que esperava desde ontem.

E já que estava agindo como uma pré-adolescente, não via a hora de contar para minha melhor amiga.

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