capítulo 46

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Pov Grego:

Hoje o dia foi corrido. Desde manhã eu tô na boca resolvendo os b.o das armas e das drogas. Nunca me falaram que gerenciar a porra de um morro era fácil, mais também não falaram que era tão difícil.

A preguiça bateu e eu nem fui pra minha goma não, terminei meu serviço e fui direto pra pensão da Dona Neuza, ia bater o rango lá mermo, fazia tempo que eu não comia lá, deu até saudades da comida da véia.

JL: Como cê vai fazer? Já tem dois dos nossos lá, vai pagar a fiança dos dois?_encheu a minha cabeça.

Grego: Fala com eles que eu tô resolvendo essa parada, fala que vai demorar porque o bagulho tem que ser no sigilo pra num dá merda pro meu lado. Vou pagar a fiança, mais eles vão ficar pelo menos uns dois meses lá pra aprender ser mais esperto na hora de vender as mercadorias. Mil conto de droga apreendida, só prejuízo, só prejuízo.

JL: Recupera depois, o negócio é preocupar se eles vão ou não abrir a boca. Pô, o risco de chantagem é grande, apresentou dinheiro ali pra eles, eles falam até o que não tem necessidade.

Grego: Foda-se, eu tô pagando eles para trabalharem pra mim. Eles tão ligado o que acontece se eles abrirem a boca pra falarem merda. Mais isso aí não deixa de ser preocupante. Só fala que eu tô resolvendo, é melhor do que falar que eles vão ficar lá pra aprender a fazer o trabalho direito._falei e ele concordou.

Pedimos para a dona Neuza dois pratos do de sempre, é grande o bixo e vai de tudo um pouco. Compensa pra caralho, porque a comida é muito boa.

Enquanto esperava o negócio ficar pronto eu fiquei trocando idéia com o JL, é até de se estranhar ver o cara aqui. Depois que arrumou coleira raramente ele almoça fora.

...

Veiga: Cólfoi, passa a ideia!_colocou o capacete em cima da mesa.

Grego: Tô com fome, compra alguma coisa pra nós comer lá.

Veiga: Caralho, cê acabou de almoçar agora mano. Vai esperar nem a digestão não? Tá o que? Tá grávido?_me olhou impressionado.

Grego: Tô, e o filho é teu. Deixa de onda, me respeita. Compra lá moço. Por favor._entreguei o dinheiro.

Veiga: Ala, só vou porque tu pediu por favor, caso contrário eu nem ia._pegou o capacete.

Grego: Vai logo desgraça.

Enquanto o outro não chegava com a comida, eu fiquei fazendo a contabilidade. Amanhã é dia de pagamento, tenho que organizar essa parada pra estar tudo nos conformes pra num ter erro na hora de receber.

KW: Ae patrão, tem uma mina lá fora querendo falar contigo, deixa entrar?

Tinha um pá de mina pra mim lembrar e na minha mente só veio a otária da Luísa. Não sei porque, mas eu tinha quase certeza que era ela.

Grego: Manda entrar.

Dito isso, segundos depois apareceu quem eu menos esperava, porra, o dia estava bom demais para ser verdade.

Grego: Fala logo o que tu quer e se manda daqui. Já falei pra você não vir aqui, e mesmo assim tu insiste, depois que mata o homem ainda leva a culpa._falei nervozão.

Karoline: Vim atrás dos meus direitos!_falou séria e eu ri.

Anos atrás eu me relacionei com essa otária, não foi nada sério. Era pra ser pente rala até ela aparecer grávida, aí eu me senti na obrigação de cuidar dela, já que a ordinária carregava um filho meu.

Meses depois a desgraçada tomou abortivo propositalmente, fez uma ceninha, tentando sair ilesa e bom, o cabelo dela cresceu rápido, está totalmente diferente do que eu deixei.

Foi total irresponsabilidade da parte dela, a família toda ficou contra ela, com razão obviamente.

Grego: Não tem dinheiro pra pagar cabeleireiro e veio aqui pra mim fazer que nem da última vez?_sorri sínico.

Karoline: Eu vim aqui, porquê eu quero pensão.

Grego: Pensão? Porquê cê quer? Há três anos atrás tu matou o meu filho na sua barriga. Sou certo das leis não, mas eu tenho certeza que você não tem direito algum em pensão, não temos nada._dei de ombros.

Karoline: Quero a minha parte da casa!_insistiu.

Grego: Que casa filhona? Tudo que eu tenho está no meu nome. Tem nada seu aqui não. Quando cê veio pro morro eu já tinha tudo. É mais bonito tu falar que tá falar que tá precisando de dinheiro do que tu caçar maneira de querer fuder minha vida._encarei ela.

Karoline: Fuder com a sua vida? Você acabou com a minha, mas não se preocupa, tudo que vai, volta.

Grego: Da mesma forma que tu matou meu filho, sua mãe deveria ter feito contigo na época. Se pá que até tentou, mais nem pra morrer tu serviu._falei sério vendo seus olhos se encherem de lágrimas.

Fosse o tempo que eu importava com ela, pior é que ela tá perdendo tempo à toa , achando que vai me comover com a merda de um choro.

Karoline: Cala a sua boca!_meteu um tapa na minha cara.

Grego: CALA A BOCA VOCÊ SUA VADIA! TÁ ACHANDO QUE É QUEM PRA BATER EM MIM? TE ORIENTA FIA, EU SOU CONTRA AGRESSÃO, MAS EU NÃO TENHO MEDO DE TE MATAR NÃO. SÓ NÃO FIZ ISSO AINDA, PORQUE A COROA LÁ PRECISA DE VOCÊ, TÔ QUASE MUDANDO DE IDEIA A SEU RESPEITO._segurei forte no seu pulso, era pra machucar mermo.

Vi ela engolindo seco e logo vazou dali também. Vem aqui falar um monte de merda sem sentido e quer o que? Tá testando a minha pouca paciência, e eu não respondo pelos meus atos se pegar muito ranço.

Interesseira do caralho, falar pra tu, a gente se envolve com cada presepada que sinceramente. São Jorge até orgulha desses dragão que eu já me envolvi.

Não me chame de princesa Onde histórias criam vida. Descubra agora