capítulo 145

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Pov Luísa:
uma semana depois...

Está tudo maravilhoso, o Grego realmente está mudado. Está mais compreensivo, mais carinhoso e atencioso.

Ele passa mais tempo aqui em casa comigo do que na própria casa dele. Hoje eu vim para o morro, ele estava trabalhando, e a Ângela me chamou para tomar café. Na verdade ela fez um grupo, incluindo eu, a Andressa, e a Diana.

Ângela: Estou conhecendo uma pessoa, já saímos umas duas vezes!_comentou tímida e a escandalosa da Andressa começou a bater palma.

Andressa: Incrível, e quando vai apresentar para todos?

Ângela: Ainda não sei. Ah meninas, saímos pouquíssimas vezes. Ele fala sobre me levar para apresentar a família dele, mas eu acho que ainda é muito cedo para isso.

Luísa: Mas você gosta dele?_olhei para ela.

Ângela: Sinto um frio na barriga quando estou perto dele. Acho que pode sim, haver um sentimento.

Diana: Se você gosta dele não fique enrolando para assumir alguma coisa. Mulher você é solteira, não vai ser filho nenhum que vai te impedir de viver. Você tem mesmo é que ser feliz!

Ângela: Eu sei, mas eu ainda quero ter certeza do que eu sinto!_sorriu tímida.

Luísa: O próximo encontro vai ser aonde?

Ângela: Um jantar, ainda não sei o lugar exatamente. Será sábado agora!

Andressa: A gente vai vim no sábado, vamos fazer um salão particular, e você vai sair toda gata. Apesar que não precisa fazer muito coisa em você, porque, linda você já é demais!

Ângela: Eu já vi que vou ficar ansiosa!_falou e todas nós rimos.

Diana: Ansiedade antes do encontro é natural. Eu ficava ansiosa quando eu combinava de encontrar o Veiga na quadra perto da escola.

Andressa: Sério? Eu fiquei ansiosa quando eu fui encontrar com o João Lucas pela primeira vez!_comentou.

Luísa: Aquele dia eu tremi na base falando mal do dono do morro, para o próprio dono do morro.

Diana: E por pura coincidência e insistência do destino. Hoje você namora o dono do morro._falou e eu concordei rindo.

Diana: Mas em compensação eles ficaram um bom tempo no chove e não molha, que já estava ficando chato!_falou e eu me fingi de ofendida.

Luísa: Eu estava fazendo o meu drama de romance, respeita a minha história._falei rindo.

Entramos no assunto, e ficamos conversando sobre. Dando conselho e tudo mais. Parecia até a primeira vez que a Ângela se apaixonava por alguém.

Meu carro estava no lavador e a gente havia resolvido ir no shopping. E agora eu estou a caminho da boca para pegar a chave do carro do Filipe.

Eu poderia ter ligado para avisar antes, mas a preguiça que eu estava de andar até a boca é a mesma que eu estou de ligar para ele.

Tudo estaria certo se o carro da Andressa não estivesse na manutenção.
Isso só prova o quão sedentária eu estou. Pode até ser que não, da casa da Ângela até a boca é mais ou menos uns quinze minutos.

Fora o tempo que eu parei para conversar com as crianças que jogavam bola no campinho. Fazer amizade com criança é incrível.

Na frente da boca não tinha ninguém, estava completamente vazio. Só tinha os dois carros e as motos estacionadas. Na minha mente iria ficar vapores ali na frente escoltando, ou na verdade eu só esteja com a imaginação fértil, porque essa é a primeira vez que venho na boca.

Tanto o Grego quanto eu, nunca gostei de frequentar isso aqui.

A porta estava encostada e eu não me preocupei em bater. Abri a porta automaticamente os olhares foram voltados para mim.

Luísa: Amor eu vim pegar a chave do seu carro...

Falei e o cara que estava sentado na frente do Grego virou para me olhar. Eu gelei na hora, e pelo visto todos perceberam. Eu não conseguia raciocinar, minha voz não saia, eu estava em choque.

Luísa: Pai?_saiu baixo, quase um sussurro.

Não podia ser coincidência, o cara era muito semelhante com o meu pai, o mesmo que faleceu, aquele que eu vi no caixão, juntamente com a minha mãe.

Era ele, e eu não estava imaginando. Ele estava sentado, conversando com o Filipe, parecida uma reunião.

O corte de cabelo, a barba falhada, os olhos claros que só ele possuía. A camisa social apertada, o óculos preto no bolso da camisa.

Era ele, não podia ser outra pessoa. Não existe pessoas iguais.

Ernane: Filha eu posso explicar!_falou com a voz trêmula.

Grego: Filha? Pai? Que parada é essa que eu não tô entendendo?_me olhou.

Minhas forças tinha acabado ali, eu não sabia o que fazer, o que dizer, o que pensar. Na verdade, na minha mente só retratava a figura dele e da minha mãe no caixão. O carro todo destruído.

Isso não tem lógica, eu só posso estar sonhando. A cena do caixão passava diversas vezes na minha cabeça.

Novamente o silêncio reinou naquela sala. Eu estava tonta, não conseguia raciocinar, minha boca estava seca. Minha garganta doía, eu não conseguia dizer nada. Eu queria gritar, mas não conseguia.

Eu estava em choque, ou pânico, nem isso eu estava sabendo diferenciar. A pressão foi muita, minhas vistas se escureceram, eu já não via e nem sentia mais nada.


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