capítulo 133

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Pov Luísa:

Três horas da manhã e nós estávamos indo embora da cavalgada. Os meninos estavam bem alcoolizados e eu bem pouco, ainda tinha juízo.

David: Puta que pariu, aquilo ali é uma luz, na cancela de madeira?_apontou para a direção.

Luísa: Pelo amor de Deus David, para com isso. São três horas da manhã cara, para de ficar enxergando as coisas onde não tem!_falei com medo.

Mesmo acompanhada por dois machos eu tinha que ter medo, aqueles dois não são tão corajosos e eu muito menos.

Meu avô vivia contando história da luz que ele enxergava na cancela. E bom, é de se assustar qualquer um.

Ruan: Tem um negócio ali mesmo, eu não vou passar lá não!_parou o cavalo.

David: Eu vou, tô nem vendo. Nós já tá longe do outro caminho, vou voltar pra trás não._parou o cavalo também.

Luísa: Vamos juntos, se for uma mulher ela provavelmente vai querer os homens, vocês tiram pedra, papel e tesoura pra ver quem vai ficar com ela._brinquei.

David: Num brinca não mulher. Vai voltar ou vai mais nós?_perguntou para o Ruan.

Ruan: Vamos logo, nós também bebeu demais, capaz que isso é delírio.

Fomos os três um do lado do outro, eu estava no meio. Os três com medo, até os cavalos pareciam que não queriam mais andar.

Fomos aproximando da cancela e cada vez a sombra branca se aproximava. Para a sorte de todo mundo a cancela estava aberta, e a sombra branca bem do lado dela.

Eu tentei não encarar, mas a curiosidade falou mais alto. Era uma mulher, com umas roupas estranhas e rasgadas. Arrepiei quando eu vi, mentalmente eu só sabia falar. "Segura na mão de Deus, segura na mão de Deus"

Tava tudo certo até o retardado do David resolver abrir a boca.

David: Valeu viu moça, boa noite pra senhora. Vai com Deus!_virou pra trás.

Ou a gente tinha bebido demais, ou aquilo era real. Assim que o David fechou a boca, a sombra branca foi desaparecendo.

Aí foi "pernas pra que te quero". Pegamos uma velocidade assim, sem parar. E mesmo assim a casa da minha avó estava longe, não chegava nunca.

Ruan: Aí eu não aguento mais não, para aí um pouquinho!_parou o cavalo.

Luísa: E correr o risco da mulher vir atrás? Vou nada!_olhei para os lados e estava tudo escuro.

David: Deixa de ser frouxo Ruan, bora logo. Tem pinga aqui no bolso, quer?_tirou um litrinho pequeno de refrigerante no bolso.

Luísa: Misericórdia, o David está pior que aqueles velhos alcoólatras!_neguei rindo.

Acabou que no final cada um bebeu um pouco da pinga, e fomos embora cantando para amenizar o medo.

Minha avó sempre tem o costume de deixar a luz de fora apagada, e dessa vez graças a Deus estava acesa.

Luísa: Vocês vão embora ou vão dormir aqui?_olhei para os dois.

David: Bora Ruan!

Ruan: Desconfia David, ata que eu vou voltar nesse escuro. Pra vim já foi um sacrifício. Nós vai embora na hora que o dia amanhecer, nesse escuro eu não vou!_desceu do cavalo.

David: tá com medo? A mulher nem fez nada, foi até gente boa de abrir a cancela pra nós, eu agradeci porque mãe mais pai me deu educação. Agora vocês._falou rindo.

Luísa: Vai brincando, vai brincando! Vamos, entra logo._abri a porta.

Amarramos os cavalos debaixo do pé de manga, antes de entrar para dentro de casa, colocamos água e capim para eles.

Os meninos foram chegando e deitando, todos sujos. Por mim eu também faria isso, mas além de suada e eu estava só a terra, não dava para correr do banho.

Não ia adiantar muita coisa porque o meu cabelo estava a poeira pura, e eu não ia lavar o cabelo agora, eu estava morrendo de sono.

Tomei banho, vesti uma roupa e capotei. Tirando o perrengue que passamos na hora da volta, a farra foi bastante boa.

Nunca havia dançado tanto na minha vida, como eu dancei nessa cavalgada. Fiz amizade com um monte de gente que estava lá. E já marcamos a próxima que eu ainda não sei se vou.

Provavelmente eu irei, mas nem a pau que eu vou voltar três horas da manhã com esses dois corajosos.

O David ficou o tempo todo perto de mim, quem olhava, achava que éramos um casal. E acho que era esse o propósito dele. Tinha bastante meninos bonitos, e nenhum chegou em mim, porque eu estava sob vigia de um ser humano.

...

Valentina: Chegaram tarde ein meninos!_comentou e nós concordamos.

Luísa: Eu falei para virmos embora mais cedo, mas ninguém quis me escutar. Aí na volta tivemos uma adorável surpresa._falei e os meninos riram.

Antônio: Tiveram? Qual?_olhou para os meninos.

Ruan: Tinha uma mulher na cancela perto da fazenda do velho Bento!_deu um gole no café.

Luísa: Aí esses dois marmanjos ficaram com medo. Passamos os três juntos, um do lado do outro, por sorte a cancela estava aberta._comentei.

Antônio: Estanho, eles nunca deixam aquela cancela aberta.

David: Eu sabia, depois que nós passou eu ainda agradeci a mulher, porque eu tenho quase certeza que foi ela que abriu pra nós._deu uma mordida no pão de queijo.

Luísa: Não viaja David, provavelmente alguém passou, ficou com preguiça de fechar e largou ela lá aberta._dei um gole no café.

Ruan: Depois que o David agradeceu a mulher sumiu, desapareceu. Quase que eu cagava na roupa._falou e todo mundo riu.

Contamos tudo, menos da parte da bebedeira. Isso ninguém precisa saber, fica em segredo. Os meninos foram embora, e eu fui dormir novamente, porque a minha cabeça começou a doer e eu ainda estava com sono.

Vocabulário:

*pernas pra que te quero {usadas para quando se tem que sair correndo desesperadamente }

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david_v.aqueiro: Eu e a vaqueira abeia😂❤️

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