capítulo 86

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Pov Luísa:

Seis dias completos nesse hospital e eu não tenho nem noção do dia que eu vou sair daqui. Estou completamente impossibilitada, por um tempo indeterminado.

Não lembro de muita coisa do acidente, só sei que eu saí para respirar, por que eu havia pedido o sono.

Todos os dias o Grego vem me visitar. Na verdade, ele começou a vir me visitar dois dias depois do acontecido, por alguns motivos óbvios, mas eu não julgo.

Sobre o meu estado, bom...

Quebrei o meu braço esquerdo, um fratura na clavícula, e muita dor na região da barriga. Quebrei a perna direita também. Resumindo, estou completamente impossibilitada.

Fiz três cirurgias e agora estou tomando medicamento, pelo inchaço na barriga e alguns analgésicos para as dores no corpo.

O inchaço na barriga não tem um diagnóstico certo, pelo o que indica foi por conta da queda mesmo. Fizeram o ultrassom, e graças a Deus não constou nada.

Andressa: Bom diaa meu amor!_abriu a porta do quarto com um belo sorriso no rosto.

A Andressa todos os dias vem me visitar, no primeiro dia ela passou a noite comigo, não saiu do meu lado nem para ir no banheiro.

Luísa: Bom dia gostosa. Tudo bem?_sorri.

Andressa: Estou bem e você?_deixou as sacolas na poltrona.

Luísa: Estou respirando._falei rindo ela fechou a cara.

Andressa: O cachorro do seu macho não queria que eu viesse hoje, porque ele queria passar o dia todo aqui._sentou na maca do meu lado.

Luísa: Se ele é cachorro, eu sou veterinária._sorri ela me olhou impressionada.

Andressa: Putaria cara, putaria._colocou a mão na boca e eu sorri.

Luísa: Eu não posso sorrir não cara, se eu der risada minha barriga dói._fiz careta tentando conter a dor.

Andressa: Você fala as palhaçada e a culpa é minha? Uai!!

Luísa: Que culpa eu tenho se você é tola?_falei brincando.

Andressa: A tola aqui, virou a madrugada olhando pra você toda fudida na cama, preocupada, achando que você tinha morrido._cruzou os

Luísa: Obrigada, eu também te amo!_fiz a metade de um coração com o braço direito, era o único que se eu movimentasse não doía.

Ela passou literalmente a tarde aqui, era Impossível não rir das palhaçadas que ela dizia. Eu amava, por que se eu ficasse sozinha, eu surtava, não sei.

O único problema, era a noite. Eu ficava sozinha, e o barulho irritante apitava toda hora perto do meu ouvido.

Grego: Porra, silêncio é esse aqui? Nem televisão tu liga não?_abriu a porta do quarto e um sorriso surgiu do meu rosto.

Luísa: Como você conseguiu entrar? Ah já entendi!_falei quando vi ele com uma roupa de hospital, que os enfermeiros usam.

Grego: Fica tranquila que eu não tive que beijar ninguém pra conseguir entrar aqui, elas queriam, mas eu não beijei._me deu um selinho.

Luísa: Elas quem menino?_arqueei a sobrancelha.

Grego: Essas enfermeiras do plantão. Tão vindo de papinho pra cima de mim, acho bom tu melhorar logo, da terra que eu vim, homem é proibido bater em mulher, mas a mulher bater na outra já é novela, e das boas._piscou.

Luísa: Ata que eu vou brigar com mulher por conta de homem!

Grego: Você não brigaria pelo seu homem véi? Faltei dar o cu pra entrar aqui, e você não brigaria por mim? Caralho parceira._fingiu estar magoado.

Luísa: Eu te amo, mas eu não vou brigar com mulher. Tenho motivos? Não tenho. Você é fiel não é?

Grego: Pera aí, então quer dizer que a dona Luísa me ama?_sorriu com uma cara sem vergonha.

E aí eu me dei conta do que tinha falado anteriormente. Puta merda, eu falei no calor do momento. Não que isso seja mentira, pelo contrário, mas a gente não tem nada certo, e eu não queria me precipitar. Talvez ainda esteja cedo, apesar de que não existe hora e nem data marcada para demostrar sentimentos.

Luísa: Foi um modo de dizer!_sorri sem graça.

Grego: Eu também te amo. Coé, foi modo de dizer!_falou assim que eu encarei ele.

Grego: A Andressa é chata pra caralho Luh, como você consegue ser amiga dela?_sentou na poltrona me olhando.

Luísa: Não fala assim, se você me suporta, é quase a mesma coisa de suportar a chatura da Andressa. Qual foi a treta dessa vez?_olhei para ele.

Grego: Tinha combinado com a otária que eu ia passar o dia inteiro aqui contigo, tinha deixado os bagulho na responsa dos cara. Aí ela liga pro JL avisando que tinha chegado no hospital. Mais cedo nós tinha discutido sobre isso, e tava certo que ia ser o dia meu de ficar contigo. E a otária vem e passa a tarde toda aqui._falou sério e eu acabei rindo e logo em seguida sentindo uma pontada na barriga.

Luísa: bem que ela falou que o cachorro do meu macho não queria deixar ela vim no hospital._falei e ele negou rindo.

Grego: E ainda me chamou de cachorro aquela tola._falou indignado.

Luísa: Sim, ela te chamou. Mas não leva para o coração. Vocês são friends._dei uma risada.

Grego: Friends o caralho, nem Judas véi, nem Judas! Para de rir, que você sabe que sua barriga dói se você rir._alertou.

Luísa: É impossível diante essa situação, eu vou ter que me acostumar. Pelo visto essa dor na barriga não vai passar nunca.

Grego: Aí, hora que tu falou que iam fazer um ultrassom em você eu pensei "ela tá grávida e não quer falar". Juro pra você. Porque na minha cabeça, ultrassom quem faz é mulher grávida, né não?_me olhou e eu neguei.

Luísa: Não, lógico que não. Fizeram o raio-x e o ultrassom. E o ultrassom não é só em grávidas. Teve uma época que eu estava com um caroço desconhecido no meu braço, e ele doía, e tinha dois meses que ele não sumia. E eu pesquisei no Google o que poderia ser, de cara eles apontaram que poderia ser um tumor, e eu endoidei a Andressa, e ela marcou um ultrassom pra saber o que era. Segundo a doutora era só uma gordura, nada demais.

Grego: Você fez um ultrassom no braço véi?_me olhou e eu concordei.

Ele havia feito praticamente uma feira só de guloseimas e besteiras para virarmos a noite. Tudo isso porque ontem eu havia comentado que estava com vontade de comer jujuba.

Não me chame de princesa Onde histórias criam vida. Descubra agora