Unity.

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O padre inicia a saudação inicial, pronunciando a data e o motivo da reunião de todos ali. Ele também anuncia os nossos nomes. Em seguida, o celebrante promove a acolhida do casal e dá início ao ritual do casamento com o ‘sinal da cruz’ e uma oração.
— É com muita alegria que celebramos essa união. - O Padre falou, olhando para nós dois. 

A cerimônia prossegue lindamente, entre risos e choro.

— Maiara, te conhecer foi primordial. Lembro-me do nosso primeiro encontro, estávamos em um bar pós plantão, exausto da carga horária que enfrentamos todos os dias. E com o sorriso mais lindo do mundo, você me olhou. A partir daquele momento eu tive a certeza de que você era a mulher da minha vida. - O noivo suspirou, retomando o ar. — Quando toquei em seus lábios, senti como se Deus me olhasse lá de cima e sussurrasse: “Encontraste o tesouro mais precioso. Não há outra igual. Fiz-a unicamente para você”, e desde então não consigo mais não amar. Sempre foi você. Do primeiro beijo ao “bom dia” de todas as manhãs, com o charme que só você possui. Com essa aliança, Maiara - Introduziu lentamente a aliança em meu dedo. — prometo honrar-lá e amar todos os dias esse amor que só cresce. Estarei com você até depois do fim, minha ruiva.

Maiara era só choro e risos frouxos, admirada com as palavras do seu noivo. Sua vontade naquele momento era agarrá-lo e beijá-lo, para que sentisse a firmeza do seu amor. Com um sorriso no rosto, Maiara segurou a mão do seu futuro cônjuge e olhou em seus olhos.

— Meu bem, que privilégio o meu coexistir no mesmo tempo que você. - Maiara relutou contra seu choro. — Não há nada que descreva o quão apaixonada eu sou por você. Me deparei sorrindo para o espelho ao lembrar-me do seu sorriso largo, e foi ali que me perdi. Me perdi e achei-me em você. - Um sorriso se fez presente em seus lábios. — Meu bem, só há prazer em viver se for com você. Moveria céus e mares para que pudesse contemplar a preciosidade do seu sorriso. Há muito de você em mim. - Ela respirou fundo e lentamente foi colocando a aliança no dedo do seu noivo. —  Receba essa aliança como prova do meu amor e da minha fidelidade. Não soltarei sua mão jamais. Seremos você e eu até depois do fim.

Com mais algumas palavras, o padre nos entreolhou e completou.

— Pode beijar a noiva, Gustavo Pieroni Mioto. - Ele sorriu. — Pode beijar o noivo Maiara Carla Henrique Pieroni.

E assim fizeram. Gustavo enlaçou a cintura de sua mulher e a tomou em um beijo carinhoso, mas carregado de malícia. Os dois se beijaram com vontade, deslizando vossas bocas com gosto.

— Eu te amo! - Ambos disseram um para o outro.

Os recém-casados deixaram a igreja ao som de aplausos e arroz que fora jogado. A felicidade de ambos era explícita.

Maraisa Henrique point of view.

No local da festa, assentamos na mesa reservada com o sobrenome da família. Beberiquei a bebida e fiz careta, sentindo o teor alcoólico.

— Cacete! - Engoli rapidamente a saliva e segurei o copo com os dedos, mexendo-os sobre o vidro.

Passei com os olhos pelo local, tentando reconhecer alguém, mas pasmem, sou nova por aqui e só conheço meus familiares.

Sorri felizmente ao ver minha noiva favorita - que já não é mais noiva - caminhar em direção a mesa em que estávamos. Saltei da cadeira rapidamente e abracei, com tudo de mim. Sentia vontade de chorar. Ela estava linda. Deslumbrante.

— Que saudades de você, minha irmã! - Disse, em um suspiro fundo. A saudades havia dissipado em seus braços. — Eu te amo!

— Eu também te amo muito, meu amor! - Maiara apertava meu corpo com força, demonstrando todo o sentimento bom que possuía dentro de si. — Como você está? Fiquei feliz quando soube que moraria aqui com nossos pais. - Maiara segurou as minhas duas mãos e olhou no fundo dos meus olhos. — E os namoradinhos? - Quis rir, mas logo percebeu. — Não acredito, Maraisaaaa!

— Grita pra todo mundo ouvir, Maiara! - Repreendi arregalando os olhos. — Você sempre me falou, lembra?

— Uhum. Ufa, se eu não fosse casada eu daria pra sapatona também. - Sussurrou, com o sorriso mais lindo. — Preciso te contar uma coisa.

Minha irmã aproximou seu ouvido do meu e contou sua experiência, fiquei pasma com a naturalidade que ela contava os detalhes e informações. A maneira como ela comentava era como se ela fosse um amor inesquecível, mas que teve de abdicar por diversos motivos. Puxei-a para o canto da festa e segurei em suas mãos, notei em seus olhos um pesar e a abracei. Minha irmã sempre me contou tudo que acontecera em sua vida, mas esse específico talvez fosse complicado e doloroso.

— Quem é ela? - Varrei com os olhos pelo local. — Ela está aqui?

— Sim, está! - Maiara fixou seu olhar em uma loira com aparentemente 1.70 — Aquela.

Arregalei os olhos e franzi o cenho. Não acredito que aquela era sua ex.

— AQUELA?

— Não, Maraisa. Aquela ali. - Seu dedo direcionou para a menina que ao ver sorriu lindamente. — Olha esse sorriso…

— Caramba, ela é linda! Você conhece aquela loira ali?

— A Marília? Claro que sim.

— O nome dela é Marília?

— Sim, Marília Mendonça.

O nome da minha vizinha é Marília Mendonça.

— Ela é minha vizinha, sabia?

— Soube sim, ela disse que havia uma garota misteriosa que morava em frente ao seu apartamento, acho que se referiu a você. - Maiara falou. — Trabalhamos no mesmo hospital e somos amigas há 4 anos. Gostou dela?

— Não, só achei ela esquisita. Ela ficou me encarando, euem.

— Ela te encarou de que forma?

— Não sei, só me encarou e desejou boas vindas. Enfim. - Optei por mudar de assunto, de alguma forma aquela loira era esquisita e não queria falar sobre ela.

Maiara me apresentou aos seus amigos e depois passou um tempo com os nossos pais. Gustavo me fez rir horrores contando as histórias dos dois e confesso que fiquei completamente admirada na postura do meu cunhado.

Já era hora de jogar o buquê e com muito esforço minha mãe conseguiu que eu fosse participar. Fiquei posicionada no meio, alegre com o entusiasmo de todos em volta.

— Vou jogar em! - Maiara falou iniciando a contagem. — 3, 2… 1!

Fiquei perplexa quando o buquê caiu sobre as minhas mãos, olhei para os lados procurando quem colocou ele em minhas mãos. Maiara virou-se e correu para me abraçar, e do outro lado meus pais estavam revoltados, talvez não quisessem que sua filha caçula casasse por agora.

— Aê, a próxima a casar será você, maninha! - Ela me abraçou, apertado.

— Bate nessa boca, Deus me livre!

Olhei de relance e encarei a loira de fundo que balançava o líquido vinho em sua taça. A forma como ela me olhava causou-me arrepios. Tomei o fôlego e voltei a olhar os olhos da minha irmã, despistando da loira.



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