The beginning.

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Nos amamos a noite inteira até os nossos corpos cederem. Precisava estar de pé às 6h da manhã, mas já eram 4h da manhã. Marília dormia tranquilamente, seus cabelos estavam soltos pelo travesseiro. A cena mais linda. Cobri seu corpo com o edredom e depositei um beijo na sua bochecha, ela murmurou com o contato e eu quis ficar ali com ela, deitar e adormecer em seus braços, mas não podia mesmo se quisesse. Ainda estávamos no quarto do motel, porém havia trago meu ipad e minha agenda. Mais tarde teria uma consulta para cirurgia e precisava de foco total e conhecimento. Sentei sobre o estofado e alcancei minha bolsa, retirei o material necessário.

Estava estudando por um bom tempo, vez ou outra olhava para a loira que dormia sobre a cama. Distraída com os olhos vidrados na tela do aparelho, ouvi ela se remexer meio que me procurando, me chamando entre sussurros. Levantei e fui até ela, deitei ao seu lado e apoiei minha cabeça sobre a palma da minha mão. Estava admirando a paisagem que ela era. Totalmente perfeita. Sua voz estava mais rouca que o habitual.

— Bom dia, loira. - Falei, colocando seu cabelo para trás do seu rosto, contemplando seus olhos tão pesados pelo sono.

— Você não dormiu?

— Não pude, tive que dar uma estudada no conteúdo, sabe como é… - Me aproximei do seu rosto e depositei um beijo em seus lábios. — Você dorme tão linda.

— Andou me admirando?

— Sempre.

— É? - Ela me puxou pelo braço e eu subi em cima do seu corpo. Deitei meu corpo lentamente em cima do seu, ela se espreguiçou e ao mesmo tempo me abraçou carinhosamente. Seus dedos moviam-se lentamente sobre meus cabelos. — Senti falta da sua presença ao meu lado.

— Estou aqui, Marília. - Sussurrei, sonolenta. — Sempre estarei aqui…

— Sempre?

— Sempre!

***

Naquela noite fizemos juras enquanto nos amávamos. Marília acabou por despertar sentimentos em mim que qualquer outra pessoa jamais conseguiria. Confessamos em alto e bom gemido o quão bom era estarmos uma com a outra, e a partir das nossas súplicas misturadas com gemidos, prometemos firmar um laço. Não ficaríamos com mais ninguém, e ninguém precisaria saber que estávamos juntas.

O meu dia estava um saco sem ela, não havia visto-a desde cedo que nos despedimos para virmos trabalhar. Dentro do hospital mantivemos distância, não queríamos que levantassem suspeitas sobre a nossa relação. Muitos já haviam comentado sobre a bissexualidade da Dra. Marília, mas a mesma sequer respondia ou dava importância. As pessoas costumam ser rudes e intrusas. Detesto isso.

O relatório da semana estava sobre a minha mesa e não havia folga naquela semana, suspirei um pouco cansada, queria vê-la e ficar com ela, mas sabia que seria um pouco impossível devido a distinção de horários. Com as mãos no cabelo, olhei para o teto e tentei buscar soluções. Averiguei com paciência e notei que teria um curto horário de 5 horas de descanso na semana.

Distraída sobre a papelada, não vi o celular tocar repetidas vezes - estava no silencioso -, a secretária entrou sem o meu consentimento. Sua cara estava assustada e sua reação corporal estava me assustando. Fiquei de pé e esperei alguns segundos para que ela tentasse falar o que estava acontecendo. Com muita dificuldade ela me contou que a minha mãe entrou com urgência no hospital e que estava internada por motivos desconhecidos. A informação fora repassada por Marília e ela se prestou para passar pra mim.

Sem falar com ela, corri para fora da sala e a multidão de gente estava me causando pânico. Busquei com dificuldade o meu celular e liguei para Marília perguntando onde a minha mãe estava e em qual leito, assim que me fora concedida às informações segui rumo ao destino.

Rubble of this loveOnde histórias criam vida. Descubra agora